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💰 XP x BTG: Lucros e dilemas recordes
+ o gosto amargo do café nos EUA + bancos derretendo

Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que a relação BTC-BlackRock parece um paradoxo delicado: um ativo que nasceu para fugir do controle agora repousa nos cofres de quem representa o controle.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• BTG vs XP: um duelo de assessorias
• Café: tarifas deixando o gosto mais amargo nos EUA
• Bancos: o alvo da vez
• Cripto: BlackRock agora tem 3% do Bitcoin mundial

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, tivemos um dia mais calmo após o sell-off de terça-feira, mas com o mercado ainda tentando entender os impactos e alcance da Lei Magnitsky para os bancos. O real valorizou, sendo uma das melhores moedas do dia, atrás apenas do peso filipino. Ao final do dia, Banco do Brasil soltou Fato Relevante e não teremos dividendos pingando esse trimestre.
Lá fora, o movimento forte de queda do setor tech que observamos na terça se estendeu para o dia de ontem, com a Nasdaq caindo mais -0,67%. Entre os papéis mais afetados, as Mag-7 caíram -1,09% e a Intel teve queda de -6,99%. A atenção do mercado agora se volta para o Simpósio de Jackson Hole, que se inicia hoje e terá discurso de Jerome Powell na sexta-feira.
VISUAL
XP x BTG: duelo de assessorias

BTG e XP são as maiores plataformas de investimentos do Brasil e, quando elas soltam seus resultados trimestrais, todo mundo para pra ver o que está rolando. Ambas seguem com dados sólidos e linhas com recordes, mas mostram seus calcanhares de Aquiles: o BTG gastando mais do que o esperado e a XP patinando no crescimento.
O BTG entregou ROAE de 27,1%, mostrando que o banco segue entregando retorno de dar inveja à renda fixa. O problema está nas despesas, que subiram 32% em um ano, e na queda de patrimônio líquido – que acompanha a redução na captação (de R$ 105 bi para R$ 59 bi). Ainda assim, a instituição continua firme no pódio do setor:
Lucro líquido: R$ 4,182 bilhões, alta de 42%
Receita: R$8,29 bilhões, crescimento de 38%.
Captação Líquida: R$59 bilhões
Índice de Basileia: 16,2%
Custódia de Ativos: R$2,1 trilhões
Já a XP reportou ROAE de 24,4% e lucro de +R$ 1 bi. O problema foi a captação líquida, que ficou em R$ 10 bilhões: 70% abaixo do mesmo período de 2024 e bem distante da meta de R$ 20 bilhões por trimestre. No varejo, ainda entrou dinheiro (R$ 16 bi), mas menos que ano passado.
Lucro líquido: R$ 1,321 bilhão, alta de 18%
Receita: R$4,66 bilhões, com alta de 4%
Captação Líquida: R$10 bilhões, abaixo da meta de R$20 por trimestre.
Índice de Basileia: 20,1%
Custódia de Ativos: R$ 1,9 trilhão
BTG e XP seguem como protagonistas do mercado financeiro brasileiro, mas com particularidades. O BTG se destaca pelo lucro robusto e diversificação de frentes, enquanto a XP quebra recorde de lucro e mantém o varejo como fortaleza — ainda que tenha mostrado crescimento tímido e captação bem abaixo da meta.
No fim, o investidor que acompanha os dois papéis precisa pesar: prefere a consistência e o poder de fogo do BTG ou a possibilidade de crescimento acelerado (mesmo com tropeços) da XP?
TARIFAS
O gosto amargo do café BR nos EUA

O café brasileiro ficou mais amargo para o paladar americano após Donald Trump colocar as tarifas de 50% no produto. Resultado: empresas estão segurando contratos, pedindo prazos mais longos e até testando cafés de outros lugares, tudo para fugir da conta mais salgada.
O impacto é gigante: entre 35-40% de todo café que abastece os americanos vem do Brasil. Os grãos brasileiros podem ser trocados por opções da América Central, Peru e México. O problema é que ninguém faz café arábica – em quantidade e qualidade – como o nosso.
O Brasil deve colher 65 milhões de sacas entre 2025 e 2026 — mais que o dobro do Vietnã, segundo colocado. Só de café arábica, o preferido dos baristas (e do Starbucks), serão mais de 40 milhões de sacas, volume maior que a produção somada de Colômbia e Honduras.
Com os EUA importando 99% do café que consomem, as torrefadoras não tiveram escolha: vão repassar o aumento para o consumidor – marcas como Folgers, Dunkin’ e Café Bustelo já confirmaram reajustes.
Para o produtor, os mercados a explorar são claros: a Europa, cada vez mais exigente em rastreabilidade, e a China, com consumo em alta ano após ano. Enquanto isso, para os EUA o café pode custar mais – ou ter um sabor diferente. Junto com o suco de laranja, o café da manhã vai ficando cada vez mais amargo.
MACRO/AÇÕES
Europa: Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, diz que acordo comercial com os EUA não está distante.
Nova Zelândia: corta juros em 0,25%, levando para 3%, o menor patamar dos últimos 3 anos.
Brasil: XP estima que PIB cresceu 0,3% no 2° trimestre.
Fed: Trump volta a atacar Powell, falando que as decisões estão prejudicando o setor imobiliário.
CVM: multa em R$ 6,9 milhões acusados de front running.
Wyoming: se tornou o primeiro estado dos EUA a estrear sua própria stablecoin, o Frontier Stable Token.
SPAC: Chamath Palihapitiya volta ao mercado após 2 anos, lançando um SPAC de US$ 250 milhões.
Pré-Sal: com recorde de inscritos, leilão terá 7 blocos.
Nubank: BTG e Itaú BBA atualizam recomendação para compra do papel.
Braskem: prazo de exclusividade de Nelson Tanure para compra da fatia da Novonor se encerra nesse sábado, e não deverá ser renovado.
Simpar: vendeu uma subsidiária não listada, a Ciclus, por R$1,9 bilhão.
C6: chega a R$1 bilhão de lucro no primeiro semestre e 37 milhões de clientes.
Estée Lauder: amplia prejuízo, com baixa contábil de US$ 527 milhões.
BRASIL
Bancos: o alvo da vez

Os grandes bancos do Brasil tomaram um tombo daqueles no pregão de terça-feira: derreteram juntos ~R$ 42 bilhões em valor de mercado. O Índice Financeiro (IFNC) da B3 afundou 3,82%, na maior queda desde janeiro de 2023 – e foram mais -0,22% no pregão de ontem.
O IFNC é o índice da B3 que reúne as maiores ações do setor financeiro – bancos, seguradoras e cia. Pense nele como um grupo VIP onde só entram os gigantes do dinheiro: Itaú, Bradesco, BTG, BB, Santander… Como o setor é termômetro da economia, acompanhar o IFNC é quase como seguir o maestro de uma orquestra: ele dita o ritmo e a melodia do mercado.
Tudo começou com uma decisão do ministro Flávio Dino, no STF: leis e ordens de outros países não têm efeito automático no Brasil. O problema? Isso bate de frente com a polêmica Lei Magnitsky, usada pelos EUA para impor sanções internacionais.
Resultado: os bancos, que já vivem entre planilhas, spreads e reuniões intermináveis de compliance, agora se veem em uma encruzilhada digna de novela. De um lado, obedecer ao Supremo. Do outro, respeitar as regras do OFAC, o “xerife financeiro” americano – e dizer “não” pode colocar em risco negócios e conexões lá fora.
As quedas e perdas no valor de mercado na terça-feira:
Itaú (ITUB4): -3,05% (R$ 14,71 bilhões)
Bradesco (BBDC4): -3,43% (R$ 5,40 bilhões)
BTG Pactual: (BPAC11): -3,48% (R$ 10,74 bilhões)
Santander (SANB11): -4,88% (R$ 3,2 bilhões)
Banco do Brasil (BBAS3): -6,03% (R$ 7,24 bilhões)
No fim, o mercado segue tentando adivinhar até onde vai essa queda de braço entre Brasília e Washington. Analistas apontam que o impasse eleva o risco-país e trava investimentos, enquanto gestores alertam: os bancos podem acabar no fogo cruzado – seja com retaliações internacionais, seja navegando em pura incerteza.
CRIPTO
Bitcoin: 3% é muita coisa

Se restava dúvida de que o Bitcoin chegou ao mainstream, a BlackRock acabou com ela. Desde o lançamento do iShares Bitcoin Trust (IBIT) em janeiro de 2024, a gestora vem comprando BTC a um ritmo surpreendente. Em pouco mais de um ano, já acumula 662.500 bitcoins – mais de 3% da oferta total – avaliados em cerca de US$ 72 bilhões.
O Bitcoin funciona como um ingresso limitado para um show sem sessão extra: só existirão 21 milhões de unidades, e ponto final. Esse teto foi definido no código desde o primeiro bloco minerado por Satoshi Nakamoto e só poderia mudar com consenso da rede – algo praticamente impossível. Até agora, já foram minerados mais de 19,7 milhões.
Hoje, a BlackRock já tem mais Bitcoin que várias exchanges centralizadas e até que gigantes corporativos que apostaram na moeda digital. Na corrida da acumulação, só o enigmático Satoshi Nakamoto ainda está na frente, com os míticos 1,1 milhão de BTC parados desde sempre.
O Bitcoin surgiu como alternativa ao sistema financeiro tradicional, longe de bancos e gestores gigantes. Ironia do destino: hoje uma das maiores fatias está justamente nas mãos do maior gestor de ativos do mundo. Revolução digital ou só mais uma linha no portfólio 60/40, o fato é que o Bitcoin deixou de ser outsider – agora veste terno e gravata na carteira dos maiores players de Wall Street.
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