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💰 BTG: recordes e um top 5
+ números da Americanas + mudança no crédito BR

Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que dados econômicos são como redes sociais: todo mundo torce por um like negativo na inflação – e espera ansiosamente o 'seguidor' crédito para os cortes de juros.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• BTG: recorde atrás de recorde
• Crédito: a disputa do mercado com os bancos
• Americanas: um passo de cada vez
• Inflação: melhor do que o esperado

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, em dia de vencimento do índice futuro, o Ibovespa caiu 0,89% com a volta das preocupações fiscais em torno da MP do “tarifaço”, que prevê R$ 30 bilhões em crédito com juros mais baixos. A medida esfriou parte do entusiasmo visto na terça, quando os dados da inflação surpreenderam. Hoje, o foco do mercado será o resultado do Banco do Brasil, com a expectativa de avaliar o tamanho do impacto das RJs e do agro no lucro da instituição.
Lá fora, S&P 500 e Nasdaq renovaram suas máximas mais uma vez. Com os novos dados de inflação, o mercado agora atribui 100% de probabilidade para corte de juros na próxima reunião de setembro. Hoje teremos a divulgação do formulário 13F da Berkshire Hathaway – e acabará o mistério sobre a empresa em que o velhinho de Omaha investiu US$ 5 bilhões recentemente.

O cenário global parece otimista, mas sob a superfície há sinais de defesa: saída de recursos de ações, fundos migrando para renda fixa, valuations acima da média e incertezas fiscais no Brasil. O investidor que olhar só para os índices pode ser surpreendido – o momento pede seletividade e atenção aos fundamentos, especialmente no lado fiscal brasileiro e na rotatividade dos setores de crescimento lá fora.
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VISUAL
BTG: os resultados do 2T’25

O BTG Pactual entrou no 2T’25 com pé no acelerador e bateu recorde atrás de recorde. Com o maior lucro líquido ajustado da história, deixou os espanhóis do Santander pra trás e se juntou ao clube dos cinco bancos mais lucrativos do país.
🟢 Receita Líquida: R$ 8,3 bi (+38% vs. 2T’24)
🟢 Lucro Líquido Ajustado: R$ 4,2 bi, acima dos R$ 3,64 bilhões esperados.
🟢 ROE: 27,1%, 4 p.p acima
Basicamente, toda a linha de produtos do banco teve um trimestre surpreendente. Só na gestão de patrimônio houve captação de R$ 30,6 bilhões, somando +R$ 1 trilhão no portfólio – tendo ainda aquisições de family offices para aumentar a pilha de dinheiro.
A única linha sem recorde foi a de gestão de ativos, mas só porque o trimestre anterior já tinha sido uma festa fora da curva. Isso não quer dizer também que foi negativo: captação líquida de R$ 28 bilhões e receita subindo R$ 624 milhões.
E o Brasil vai ficando pequeno. O CFO, Renato Cohn, diz que o banco tá de malas prontas e passaporte carimbado para ampliar a presença na América Latina. Depois da compra do HSBC Uruguai, o banco já protocolou pedido de licença bancária no Peru e tá de olho também em México e Argentina.
O BTG mostrou que sabe jogar no ataque, defender com eficiência e ainda bater recorde no intervalo. O papel chegou a subir +13% após a divulgação dos resultados e já acumula +65,73% no ano. O banco tem um valor de mercado de R$ 210 bilhões.
Recomendação dos analistas:
Compra: 9 | Manter: 3 | Venda: 0
Preço-alvo médio: R$ 45,53 | Preço atual: R$ 44,25
CRÉDITO
O crédito trocou de endereço

Até algum tempo atrás, o roteiro para uma empresa conseguir dinheiro era simples: bater na porta do banco. Mas uma mudança silenciosa está rolando no Brasil e mais empresas estão trocando o gerente pelo mercado de capitais: emitem títulos que são comprados por fundos, investidores institucionais e (cada vez mais) pessoas físicas.
A diferença é simbólica, mas pela primeira vez na história, as empresas brasileiras têm mais dívidas com o mercado (R$ 1.087 trilhão) do que os bancos (1,082 trilhão). Uma virada que mostra como o mercado de capitais está cada vez mais ganhando espaço no financiamento corporativo.
A mudança foi rápida: dez anos atrás, o mercado de capitais era 75% menor que o crédito bancário. Cinco anos atrás, 50% menor. Agora passou à frente e segue no modo turbo. Para Evandro Buccini, o nome disso é desintermediação bancária.
Mas quais são os motivos dessa mudança de comportamento?
Plataformas de investimento: abriram as portas para o investidor comum acessar papéis antes restritos a grandes instituições.
Juros altos (como a Selic a 15%): travam e encarecem os empréstimos bancários. Aí o jeito é acessar o mercado de capitais, que traz mais flexibilidade.
Regras para bancos: limites regulatórios fazem as instituições venderem parte de suas carteiras de crédito para investidores via operações estruturadas.
Investir em crédito privado – seja via fundos, CRIs ou debêntures – significa financiar empresas e impulsionar a economia, mas exige cuidado: escolher um título é tarefa complexa e diversificação é essencial.
Para quem não quer analisar cada papel, fundos oferecem gestão profissional e regras de diversificação, com a vantagem da expertise do gestor e a desvantagem das taxas, que precisam ser sempre avaliadas,
PS: Crédito privado não tem a garantia do FGC.
MACRO/AÇÕES
FED: 11 candidatos serão considerados para ocupar o cargo de Jerome Powell.
Ethereum: bateu os US$ 4.700, em nível de preço que não era visto desde novembro de 2021, quando teve sua máxima histórica.
IPCA: inflação chegou em 0,26%, abaixo dos 0,36% esperados.
CPI: inflação americana sobe 0,2, batendo 2,7% em 12 meses.
Raízen: para diminuir o endividamento, a empresa vai vender R$15 bilhões em ativos.
Sabesp: aumenta 15% o EBITDA, batendo R$3,4 bilhões, acima das projeções.
Hapvida: lucro líquido cai 69%, indo para R$ 149 milhões.
Azzas: vai unificar as operações de moda feminina e masculina.
CVC: caiu -10,78% após divulgar o dobro de prejuízo para o 2T’25.
Taesa: tem lucro líquido de R$ 299 milhões, em alta de 1,8%.
Warner Bros.: viu suas ações subirem 7,4% após revelar um acordo com a HBO Max e a Viu (uma empresa de streaming líder no mercado sul-asiático).
Petrobras: gestora que ficou comprada nos últimos 6 anos, vira a mão e passa a operar vendida.
Ultrapar: dona do Ipiranga lucra R$1 bilhão no trimestre, em alta de 148%.
MRV: sobe 6,63% apesar de reportar um prejuízo líquido de R$812 milhões.
Eneva: lucro cai 65,8%, indo para R$ 364,5 milhões no trimestre.
EARNINGS
Americanas: tentando reverter a queda

Teve um tombo histórico e uma reestruturação digna de novela, mas a Americanas está mostrando sinais de que a fase mais sombria pode ter ficado para trás. Depois de fechar 101 lojas, ela diz estar com a vida “nos trilhos”, ou como definiu a CFO Camille Faria: “99% normal”.
Falta só aquele 1% para encerrar o capítulo mais turbulento da sua história, iniciado em 2023 com a revelação de um rombo contábil de R$ 25 bilhões. Mas o segundo trimestre trouxe números que mostram que a empresa está no caminho desse 1% que falta:
Receita líquida: R$ 3,84 bilhões (+24,7%).
Prejuízo líquido: R$ 98 milhões (bem abaixo do recorde de R$ 1,85 bi)
GMV total: R$ 5,2 bi (+15,6%).
EBITDA ajustado: R$ 329 mi (1ª vez positivo desde a fraude).
Para quem já esteve na UTI financeira (com dívida de R$ 42 bilhões), esses números mostram praticamente um check-up saudável. Os efeitos da RJ levaram a empresa a um cenário bem mais favorável: dívida bruta de R$ 1,9 bilhão e caixa líquido de R$ 103 milhões.
No radar para o futuro está a volta ao jogo financeiro: a varejista retomou a emissão de cartões de crédito em parceria com a BrasilCard e prepara o lançamento de um programa de fidelidade – com foco em manter os consumidores por perto e crescer receita.
Outra ação tomada para melhorar a saúde é voltar ao processo de venda da rede Natural da Terra, pausada no final de 2023. E a ideia é simples: todo o dinheiro vai direto pra reduzir ainda mais a alavancagem.
O otimismo da empresa ainda não refletiu na bolsa: as ações AMER3 chegaram a subir mais de 6% pela manhã, mas inverteram o humor e fecharam o dia na mínima de -7,05%. Desde janeiro, a queda é de -15%, com o acumulado de -90,24% nos últimos 12 meses. A empresa tem valor de mercado de R$ 1,06 bilhão.
MACROECONOMIA
Inflação: melhor do que o esperado

A semana era de expectativas pela chegada dos novos dados da inflação. E eles vieram com menos força do que era esperado, causando boas impressões no mercado. O IPCA de julho ficou em 0,26%, bem abaixo das expectativas de 0,36% – ainda estamos acima da meta de 3% do BC, mas com uma desaceleração no acumulado de 12 meses. Dos nove grupos que compõem o índice:
Cinco aumentaram; Transportes, Saúde e cuidados pessoais, Educação, Artigos de residência e Despesas pessoais.
Quatro desaceleraram: Habitação, Comunicação, Vestuário e Alimentação/bebidas.
Outra boa notícia: a inflação se espalhou menos. O índice de difusão caiu de 53,6% em junho para 49,6% em julho. Ou seja, menos da metade dos itens da cesta de consumo subiu de preço.
O índice de difusão mede como a inflação se espalha dentro da cesta de consumo. Em vez de olhar só para a variação média, mostra a proporção de produtos e serviços que subiram de preço no período. Se o índice está em 50%, significa que metade dos itens pesquisados encareceu – e a outra metade ficou estável ou mais barata.
Essa mesma expectativa rolou nos EUA, mas lá porque esse é um dado que pode forçar o Fed a atender aos pedidos de Trump para o corte de juros. Os preços subiram 2,7% em relação ao ano passado (levemente abaixo do esperado, que era 2,8%), e 0,2% no mês. O núcleo da inflação, sem comida e energia, avançou 3,1%, um pouco acima do esperado (3%).
A inflação veio mais comportada que o esperado e empurrou as bolsas americanas para novas máximas — reforçando a aposta de que Powell e o Fed vão encerrar a “pausa para o café” nos cortes de juros. Os analistas já cravam que a tesoura vai funcionar em setembro.
Por outro lado, muitos economistas avisam que ainda é cedo para julgar o impacto total das tarifas, já que as empresas continuam vendendo estoques antigos e as tarifas mais pesadas entraram em vigor só na semana passada. Ou seja: preços podem voltar a subir e o capítulo final dessa novela ainda está bem longe.
PS: a energia elétrica respondeu sozinha por 12% do IPCA em 2025.
STATS DO DIA
+200
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