Bom dia Droppers.

Pensei no chuveiro: que se o mercado fosse um filme, o FGC seria o coadjuvante indicado ao Oscar porque carregou o enredo nas costas.

No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

• Nvidia: mais um trimestre de recordes
• Master: o teste de esforço do FGC
• Pix: 5 anos passaram voando

Dropped by Igor Chede Collaço e Renan Hamann
GIRO PELO MERCADO

Por aqui, achou que não ia ter MoneyDrop hoje? Achou errado, Dropper! Mas hoje nosso mercadão fecha pro feriado e vai perder as movimentações tanto dos earnings da Nvidia quanto do payroll de setembro, que finalmente será divulgado.

Lá fora, o mercado operou ontem em compasso de espera, na expectativa dos resultados da Nvidia, como se todo o mercado de IA dependesse disso. Enquanto isso, os investidores iam digerindo a ata da reunião do Fed, que mostrou um comitê dividindo opiniões quanto ao corte de juros para a próxima reunião de dezembro. Hoje teremos os dados do payroll de setembro que devem fazer o preço do mercado.

VISUAL

Nvidia: mais um trimestre recordista

A Nvidia divulgou seu report trimestral e deu a letra: tava bom, ficou ótimo e vai ficar ainda melhor.

A empresa jogou um balde de água fria na tese de que a farra dos gastos com IA estava prestes a acabar… do melhor jeito possível: prometendo vender ainda mais! A gigante dos chips de IA está com o combo perfeito: resultado acima do esperado e guidance para o próximo superando todas as apostas.

Os números do trimestre:

  • 🟢 Receita: US$ 57,01 bilhões x US$ 54,92 bilhões esperados

  • 🟢 Lucro por ação: US$ 1,30 ajustado x US$ 1,25 esperado

  • 🟢 Guidance vendas: US$ 65 bilhões x US$ 61,66 esperados

O lucro líquido subiu 65% na base anual. Não é à toa que a Nvidia virou a empresa mais valiosa do mundo. Seus chips de IA são o santo graal da era digital, com praticamente todo o mercado batendo ponto na fila.

O coração do negócio, data centers, continua pulsando: foram US$ 51,2 bilhões em vendas nessa divisão, bem acima dos US$ 49,09 bilhões esperados, crescendo 66% ano/ano.

Desse total, US$ 43 bilhões vieram da parte de “compute” (ou seja, GPUs) e outros US$ 8,2 bilhões vieram de redes, aquela parte que faz milhares de chips funcionarem juntos como um cérebro gigante.

Os números chegam pouco depois do festival de resultados das big techs, onde todas aumentaram as previsões de investimentos em IA (o famoso CAPEX). Juntas, Microsoft, Amazon, Alphabet e Meta devem torrar ~US$ 400 bilhões só este ano.

De um lado: Jensen Huang diz que as GPUs na nuvem… acabaram no estoque. Em outubro, já falava em US$ 500 bilhões em pedidos para 2025 e 2026. Agora o recado é direto: “entrem na fila e sem previsão de saída”.

Do outro: a pulga da possível bolha segue viva e alimentada pelos megacontratos cruzados com startups de IA. Todas misturando investimentos bilionários com compras obrigatórias de infraestrutura, deixam a dúvida: demanda real ou o ecossistema virou troca de figurinhas?

Antes da febre da IA, a Nvidia era “só” a fabricante de chips para games – e esse lado segue firme: US$ 4,3 bi, alta de 30%. A divisão profissional também brilhou, com US$ 760 milhões (+56%), puxada pelo DGX Spark, o desktop de IA da casa. Já o braço de robótica e automotivo somou US$ 592 milhões (+32%). Resumo da ópera: tudo crescendo em dois dígitos.

Para fechar o trimestre com estilo, a Nvidia ainda abriu a carteira: vão ser US$ 12,5 bilhões em recompra de ações e outros US$ 243 milhões em dividendos.

O papel $NVDA ( ▼ 1.0% ) chegou a subir 6% no after-market.

PS: a empresa está no caminho de gerar um lucro líquido maior do que o somatório de vendas das suas antigas rivais, Intel e AMD.

Recomendação dos analistas:

Compra forte: 10 | Compra: 49 | Neutro: 4 | Desempenho baixo: 1 | Venda: 0

Preço-alvo médio: US$ 234.96 | Preço atual: US$ 186.52

MACRO/AÇÕES
  • Harvard: aumentou sua posição em bitcoin através do IBIT.

  • Mercado Imobiliário: mais de metade das casas americanas perderam valor no último ano.

  • Venezuela: títulos da dívida que entraram em default estão se valorizando à medida que os EUA pressionam o país por uma mudança de regime.

  • Japão: economia retrai pela primeira vez em 6 trimestres.

  • FIIs: Multiplan assina MoU para a venda de 20% do ParkShopping para o HGBS11.

  • Petrobras: descobre petróleo no bloco Sudoeste de Tartaruga Verde em Campos.

  • Assaí: corta em 42% os investimentos para 2026.

  • Cosan: BNDES investe R$ 409 milhões e terá ~2% da empresa.

  • MicroStrategy: comprou mais US$ 835,6 milhões em bitcoin.

  • Pinkfong: ações da criadora do Baby Shark sobem 60% na estreia do seu IPO na bolsa de Seul.

  • Google: subiu 2,83% com o novo modelo de IA Gemini 3, que oferece respostas mais precisas para perguntas complexas.

  • MBRF: Europa abre reabriu possibilidade de 12 fábricas exportarem frango.

  • SmartFit: Patria vai vender posição de R$ 830 milhões.

MERCADO FINANCEIRO

Master: o teste de esforço do FGC

Desde terça tem muita gente com o pacote de pipoca na mão pra acompanhar as notícias sobre a liquidação do banco Master e a prisão de Daniel Vorcaro – contamos tudo aqui. Mas quem tem dinheiro por lá trocou a pipoca por maracujina. Afinal: o investidor que tinha títulos do Master vai ser ressarcido? Vai sim, mas dentro das regras.

Quem entra em cena agora é o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que já confirmou que vai honrar os pagamentos.

A regra é conhecida: limite R$ 250 mil por CPF/CNPJ por instituição, com teto de R$ 1 milhão a cada quatro anos e apenas para os produtos bancários – CDBs, LCIs/LCAs, Poupança e Conta Corrente.

Pra quem tem acima de R$ 250 mil, o FGC cobre até aí e o resto entra pra fila da massa falida. Traduzindo: pode ou não receber uma fração desses valores no futuro e tudo vai depender da liquidação dos ativos do Banco.

O estrago é grande: dos R$ 86,4 bilhões em ativos do Master, cerca de R$ 41 bilhões são depósitos e investimentos cobertos pelo FGC, o que representa 33% dos R$ 122 bilhões que o fundo tem em caixa. Esse é, oficialmente, o maior teste de esforço do Fundo Garantidor de Crédito até hoje.

E qual o passo a passo a partir de agora?

  1. O BC decreta a liquidação.

  2. Em até 30 dias, o liquidante (EFB Regimes Especiais) envia ao FGC a lista de credores + os valores.

  3. O investidor baixa o app do FGC (que até já passou o ChatGPT em downloads na AppStore), faz um cadastro básico e espera as instruções.

  4. O FGC publica as orientações de pagamento nos canais oficiais.

  5. O investidor faz o processo tudo dentro do app.

  6. Após o pedido do investidor, em até dois dias úteis, o dinheiro cai na conta escolhida.

Tudo digital. Nada de agência, senha, protocolo, xerox autenticada ou “volte amanhã”. E nada de intermediários no meio do caminho!

A última vez que o FGC precisou entrar em campo foi lá em 2023, quando BRL e Portcred bateram na porta da liquidação. Na época, o fundo desembolsou R$ 2,2 bilhões para cerca de 54 mil investidores – um valor que hoje parece quase dinheiro de lanche perto do que está acontecendo agora com ~1,6 milhão de pessoas.

As lições para o mercado

O caso Master vai deixando uma mensagem: alguns bancos estavam usando o FGC como se fosse vale-night de alavancagem. E como toda crise, vem o aprendizado: as regras vão mudar e agora ficou mais caro captar usando instrumentos cobertos pelo fundo. Sabe aqueles CDBs pagando 120% do CDI? Vão ficar mais escassos no mercado.

Em cinco anos, o Banco Master viu seu patrimônio saltar de R$ 219 milhões para quase R$ 5 bilhões. A fórmula: CDBs pagando 120%–140% do CDI, distribuição agressiva, alavancagem no limite e uma carteira cheia de empresas fragilizadas. Um combo capaz de acelerar até coração de cardiologista.

Para o FGC, o momento agora é reforçar o colchão, revisar regras e, talvez, olhar com mais carinho para balanços que crescem rápido demais. Por enquanto, tudo sob controle. Mas é sempre importante manter os olhos abertos.

PS: a trajetória de Daniel Vorcaro

PS2: Augusto Lima, ex-sócio do Banco Master também foi preso na Operação Compliance Zero.

PS3: quanto cada corretora comercializou de ativos do Banco Master.

BRASIL

Pix: 5 anos passaram voando

Essa semana o queridinho PIX fez 5 anos e comemorou com números impressionantes: desde novembro de 2020, levou 71,5 milhões de brasileiros para o mundo digital. Para muitos, foi a primeira vez em que o dinheiro virou… um link, um número, ou um QR Code.

Enquanto os bancos olhavam desconfiados achando que isso não ia durar, ele praticamente aposentou TEDs e DOCs, economizando R$ 117 bilhões em taxas no bolso dos brasileiros.

Hoje são 170,9 milhões de pessoas e 21,7 milhões de empresas que já fizeram pelo menos uma transferência. Em 2024 a média por pessoa ficou em 331 transações.

Só esse ano, o Pix já movimentou R$ 29 trilhões (2,5x o PIB brasileiro) e caminha para 1 bilhão de chaves cadastradas. Tudo isso de graça, instantâneo e 24/7. Antes do Pix era tudo mato… alguém lembra? Transferências só até às 17h. DOC limitado a R$ 5 mil, TED que a gente não sabia se ia cair na hora ou demorar um tempo.

Mas junto com as facilidades, os golpes também evoluíram: enquanto você lê nossa news, cerca de 10 brasileiros caem em algum golpe (107 por hora) envolvendo o Pix. E muitos deles via WhatsApp.

Para os próximos anos, além de prometer mais segurança o BC também tem outros recursos já previstos no roadmap:

  • Pix Garantia (2026): para virar colateral em empréstimos e seguros.

  • Pix Parcelado: o “cartão de crédito” do BC.

  • Pix Internacional: ainda no rascunho, mas com cheiro de exportação.

O PIX faz aniversário praticamente onipresente: é usado por quase 100% da população, por 84% das empresas e já respondendo por 51% de todas as transações do país.

PS: segundo a MBC, cada pix realizado evita, em média, R$0,60 em custos ao sistema financeiro.

STATS DO DIA

365

É o número de dias do ano –366 em ano de olimpíadas bissexto – em que o mercado cripto funciona sem parar. E é no modo 24/7, até nos feriados como hoje.

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**não é recomendação de investimento, confira todos os detalhes da oferta.

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