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Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que se a conta não fecha quando você financia riscos muito altos, ela pode fechar quando o BC bate à porta – mas aí de uma forma bem literal.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• XP: lucro e captações em alta
• Banco Master: BC liquida e PF leva o dono
• Nubank: o roxinho segue no verde
• Hapvida: a “zerada da raiva”

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, o Ibovespa escorregou 0,47% por culpa do clássico combo “tarifas americanas + investidor tentando entender o que mudou agora”. A Casa Branca baixou a taxa sobre algumas commodities e, na prática, deixou nossos produtos um pouco menos sexy lá fora. Resultado: humor do mercado azedou. De brinde, o IBC-Br de setembro, prévia do PIB, recuou 0,20% após o +0,40% de agosto, um plot twist que ninguém pediu. Pelo menos a Petrobras resolveu viver em universo próprio e, mesmo com o petróleo sem força, já soma 10,53% de alta no mês.
Lá fora, o S&P 500 emplacou o terceiro dia seguido de queda e foi pra baixo da sua média móvel de 50 dias, algo que não acontecia há 138 pregões! Essa é a segunda maior sequência da história do índice. Agora, o mercado inteiro está na contagem regressiva: na quarta, depois do fechamento, saem os resultados da Nvidia, e o payroll, que finalmente vai ser divulgado depois do fim do shutdown do governo americano.
VISUAL
XP: lucro e captações em alta

A XP até que demorou pra anunciar os resultados do trimestre, mas não tinha nada pra esconder. Continuou batendo recordes de lucro líquido, anunciou recompras, dividendos extras… No acumulado do ano já são R$ 2,5 bilhões de payout, com metade do lucro indo direto pro bolso dos acionistas.
Os números do trimestre:
🟢 Lucro Líquido ajustado: R$ 1,33 bilhão x R$ 1,18 bilhão no ano anterior.
🟡 ROE: 23%, em linha com o ano passado.
🟢 Lucro por ação: R$ 2,43 x R$ 2,18 no ano anterior.
🟢 Ativos de Clientes: R$1,425 trilhão x R$1,270 trilhão do ano passado.
Na parte operacional, a captação líquida voltou a ter brilho: foram captados R$ 20 bi no varejo (acima dos R$ 16 bi no 2T) e uma recuperação no segmento corporativo, com R$ 9 bi entrando, depois de uma saída de R$ 6 bi no trimestre anterior. Ainda assim, o “dinheiro novo” caiu 14% quando olhamos a base de comparação anual com o mesmo período do ano passado captando R$ 34 bilhões.
A base ativa bateu 4,75 milhões de clientes, apoiada por um exército de 18,2 mil assessores agora munidos de um CRM estilo raio-x – daqueles que mostram perfil, histórico, ambições, medos... A ideia é simples: recomendações mais certeiras e operação mais afiada.
No embalo, o modelo de “fee fixo” segue ganhando tração e já cobre 21% dos ativos do varejo, sinal de que a casa está empurrando o setor para uma relação menos caótica e mais previsível.
A receita bruta foi para R$ 4,9 bilhões, puxada pelo atacado bombando e pelo varejo vendendo cada vez mais “extras”: seguros (+21%), previdência (+24%) e crédito (+11%). A divisão de atacado anotou seu melhor trimestre: receita de R$ 729 milhões, alta de 32% na comparação anual.
Só os custos que decidiram acompanhar o clima de bonança: +10%, principalmente por bônus (que foi maior do que os próprios salários!)
E sobre 2026? XP está otimista… mas com cautela. O CFO, Victor Mansur, lembra que juros menores tendem a mandar mais dinheiro para a renda variável, mas que ano está recheado de eventos: eleições, incertezas fiscais e tudo aquilo que o investidor adora evitar.
Recomendação dos analistas:
Compra: 9 | Neutro: 3 | Venda: 0
Preço-alvo médio: US$ 23,46 | Preço atual: US$ 18,10
MACRO/AÇÕES
Tarifas: presidente Donald Trump isentou importações agrícolas como carne bovina, café, cacau e bananas.
Títulos Isentos: geram um custo de R$ 60 bilhões ao governo.
Michael Burry: o adeus (ou até logo) do investidor que ficou famoso por prever a crise do sub-prime.
Axia Energia: que você conhecia como Eletrobras, aprova captação de R$ 3 bilhões em debêntures.
Berkshire Hathaway: adiciona Google na carteira, com 17,8 milhões de ações em US$ 4,3 bilhões.
Oi: Justiça do Rio de Janeiro suspende falência e mantém recuperação judicial.
B3: lucro chega a R$ 1,3 bilhão no trimestre, com a receita batendo R$ 2,8 bilhões.
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BRASIL
Game over: BC liquida o Master e PF leva o dono

Depois de meses de novela, plot twists e tentativas de casamento rejeitadas, o Banco Central apertou o botão vermelho e decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master nesta manhã. Simplesmente na maior intervenção que o BC já fez na história.
Liquidação extrajudicial é o BC dizendo: “acabou pessoal, podem apagar as luzes”.
Basicamente, o regulador concluiu que não há um plano de recuperação viável e interrompeu as operações do banco, iniciando um processo de desmontar a instituição de forma organizada, sem afetar o Sistema Financeiro Nacional.
Como fim de novela sem drama não rola, a Polícia Federal também prendeu o dono do banco, Daniel Vorcaro, enquanto ele tentava embarcar em um jatinho particular com destino ao exterior. A operação Compliance Zero mira emissão de títulos de crédito falsos e possíveis crimes como gestão fraudulenta e organização criminosa.
A liquidação encerra qualquer chance em uma “solução de mercado”, inclusive a proposta que surgiu ontem liderada pela holding Fictor – que nem o mercado financeiro conhecia direito. O grupo prometia um aporte inicial de R$ 3 bilhões, junto com outros fundos estrangeiros, mas os contratos nem foram assinados.
O BC já tinha vetado, há um mês, a tentativa de venda para o BRB, em uma negociação que se arrastava desde março. Essa proposta da Fictor foi uma arriscada tentativa de última hora de Vorcaro para salvar o banco. Mas o BC já vinha desconfiando de soluções improvisadas e deu a resposta hoje.
Entre os motivos da decisão do BC está exatamente a falta de credibilidade, suspeitas de irregularidades e um buraco financeiro grande demais para tapar. Mesmo com aporte de R$ 3 bilhões anunciado, o rombo financeiro estaria na casa dos R$ 7 bilhões, com ativos estimados em R$ 45 bilhões.
Agora entra em cena o FGC, que cobre até R$ 250 mil por cliente, limitado a R$ 1 milhão a cada quatro anos. Ele deve levar até 30 dias para receber os dados do banco e iniciar os ressarcimentos. Enquanto isso, o BC monitora impactos sistêmicos e a PF aprofunda as investigações sobre o banco e seu dono.
O Master tentou. Tentou de novo. Mas no fim, o BC decidiu que não havia mais história para contar. Ou melhor, havia sim.. mas no interrogatório da Polícia Federal.
PS: para quem tinha títulos do Banco Master é bom já baixar o app do FGC para fazer o pedido quando o BC liberar. Hoje em dia todo o processo é digital.
DECIFRANDO O CONDADO

FGC (Fundo Garantidor de Créditos)
O FGC é tipo o airbag do sistema financeiro brasileiro: você torce para nunca precisar, mas é ótimo saber que está ali. Ele garante até R$ 250 mil por instituição e por CPF caso o banco ou financeira quebre, cobrindo produtos como CDB, LCI, LCA e poupança.
Na prática, o FGC existe para evitar pânico: mesmo que uma instituição dê calote, o investidor não precisa sair correndo e o fundo entra em cena, paga o que deve e mantém tudo funcionando com menos drama.
EARNINGS
Nu: crescer como startup, lucrar como banco

Digital, roxo e… lucrativo: o Nubank segue naquela vibe de “crescer como startup, lucrar como bancão”. No 3º trimestre de 2025, o banco reportou US$ 783 milhões de lucro líquido (acima das estimativas de US$ 723 milhões). É uma alta de 18% no trimestre e 39% em um ano, quando se tira a variação cambial da jogada.
Os números do trimestre:
🟢 Lucro Líquido ajustado: US$ 783 milhões X US$ 723 milhões esperados.
🟢 ROE: 31%, acima dos 28% do trimestre passado.
🔴 Inadimplência >90 dias: 6,8%, subindo dos 6,6% do trimestre anterior
A base de clientes continua crescendo em ritmo acelerado: já são 127 milhões de usuários do roxinho, sendo 110,1 milhões no Brasil, 13,1 milhões no México e 3,8 milhões na Colômbia. Ao todo são 13,3 milhões de novos usuários adicionados nos últimos 12 meses.
O México, por sinal, cresce numa velocidade de operacional maior do que a vista no início dos trabalhos no Brasil. Algumas comparações com o mesmo tempo de operação (5 primeiros anos):
Clientes: 14% da população adulta mexicana, contra 10% do Brasil
Carteira: que rende juros é de US$ 900 milhões vs. US$ 600 milhões no Brasil
Depósitos: somam US$ 6,1 bilhões, vs. US$ 2,1 bilhões no Brasil
Custo de servir: no México é US$ 1,00, enquanto no Brasil, era US$ 2,70.
David Vélez, CEO do banco, comentou que “Se a gente quisesse, seríamos lucrativos no México imediatamente, já estamos em uma escala que nos permite gerar rentabilidade, mas isso seria uma decisão ruim, porque significaria sacrificar o futuro por uma decisão de curto prazo”
No Brasil, o case continua sendo um tripé de ouro: escala + rentabilidade + muito espaço pra crescer. O banco já alcança 60% da população adulta, virou banco principal de 30% das pessoas, mas leva só 5% do lucro do sistema bancário.
Para 2026 o banco diz que opera “agnóstico ao ciclo econômico”. Como a carteira é curta, o que importa é o comportamento real da inadimplência e não as previsões macro.
Se os dados seguirem como estão, o banco pretende continuar com o pé no acelerador e a mira parece ser bem clara: (i) monetizar mais o Brasil, (ii) escalar México e Colômbia e (iii) testar a expansão para os EUA.
Recomendação dos analistas:
Compra: 14 | Neutro: 4 | Venda: 0
Preço-alvo médio: US$ 17,92 | Preço atual: US$ 15,60
BOLSA
A “Zerada da Raiva” na Hapvida

Uma queda de 42% em um único pregão – numa empresa grande e líquida – não é exatamente cena comum. Isso costuma acontecer com quem está batendo na porta da recuperação judicial, preso em novela policial ou perdido na iliquidez. A Hapvida, até semana passada, não era nada disso. Então… o que aconteceu?
A resposta é um combo: resultado ruim + fundos relevantes zerando a participação na empresa.
O 3º trimestre foi daqueles: a empresa queimou R$ 52 milhões de caixa, entregou indicadores bem mais fracos do que o mercado esperava e desmontou a narrativa de que “o pior já passou”. A sinistralidade encostou em 75,6%, e analistas alertam que boa parte disso não é gripe sazonal, é problema estrutural mesmo.
Some-se a isso concorrência mais agressiva da Amil, ticket médio estabilizado, crescimento fraco da base (apenas 12 mil vidas versus expectativa de 30 mil), Ebitda 30% abaixo do esperado… e temos a receita perfeita para um festival de stop loss.
O tombo foi tão barulhento que o volume negociado saltou para R$ 2,3 bilhões, 10x vezes acima da média do ano e o maior da sua história.
Entre todas as empresas que já passaram pelo Ibovespa nos últimos sete anos, só o Pão de Açúcar caiu mais em um único pregão (65,84% em 2021).
Depois de tantas promessas evaporadas – como as sinergias da compra cara da Intermédica – muita gente viu a Hapvida a 8x lucro pós-queda e concluiu: não é barganha. A apatia nos pregões seguintes reforçou que credibilidade foi abalada e, no fim, gestores parecem ter jogado a toalha na clássica “zerada da raiva”.
Segundo a composição acionária , SPX e Squadra detinham juntas 10,2% das ações – e quando dois players desse tamanho decidem desmontar posição ao mesmo tempo, o estrago vem em modo turbo.
Depois de perder R$ 7 bilhões em valor de mercado em um único pregão, a empresa lançou um programa de recompra de até 70 milhões de ações para sinalizar confiança. Hoje, ela tem 263,3 milhões de papéis circulando.
PS: o J.P. Morgan rebaixou a recomendação de “compra” para “neutra” e cortou o preço-alvo de R$ 52 para R$ 39. O BTG manteve compra, mas reduziu o target de R$ 67 para R$ 50.
STATS DO DIA
R$ 117 bilhões
É o quanto o PIX já economizou para os consumidores em taxas bancárias e de operações de cartão desde que começou a operar no Brasil, 5 anos atrás.

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