- MoneyDrop
- Posts
- 💰 Balanços BR: melhor que o esperado
💰 Balanços BR: melhor que o esperado
+ fintechs no modo compliance + o trimestre da Alibaba

Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que se a receita da empresa estiver abaixo do esperado, falar sobre “IA” nas projeções do futuro já anima qualquer investidor.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Alibaba: os números da gigante chinesa
• Balanços: o saldo da temporada BR
• EUA: recessão saindo da lista de medos
• Fintechs: ativando o modo “compliance”

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, agosto foi embora deixando de presente a maior alta do Ibovespa no ano, com +6,28 (+2,50% só na última semana), cravando um novo recorde de fechamento nominal em 141.422 pontos. Setembro, por sua vez, começou com uma leve queda de 0,10%, em dia com baixa liquidez causada pelo feriado lá na “matriz” americana.
Lá fora, os mercados ficaram de portas fechadas por conta do Labor Day nos EUA. Mas, antes disso, na sexta, saiu o PCE (aquele índice de inflação favorito do Fed), que avançou 0,2%, exatamente como o mercado esperava. Agora, os holofotes estão no Payroll desta semana – o dado que realmente pode decidir se vai haver corte de juros já na próxima reunião.
VISUAL
Alibaba: os resultados do 2T’25

Ao contrário da Nvidia, a gigante chinesa Alibaba não brilhou no prato principal, mas caprichou na sobremesa. Os números gerais decepcionaram, mas o segmento de IA roubou a cena e animou os investidores: as ações subiram +12,90% na sexta no mercado americano e +19% ontem em Hong Kong, onde a empresa é listada.
Os números do trimestre:
🔴 Receita: faturou US$34,6 bi, abaixo dos US$35,4 bi esperados
🔴 Lucro por ação: US$2,06, contra US$2,23 esperados.
🔴 E-commerce: US$ 16,55 bi, frustrando as projeções de US$ 16,94 bi.
🟢 Cloud/IA: receita de US$4,66 bilhões, batendo as expectativas de US$ 4,44 bilhões, crescendo 26%.
O e-commerce ainda é o coração da empresa e cresceu 10%, mas o lucro acabou pressionado pela guerra do instant commerce (aquela corrida maluca para entregar tudo em até uma hora) no mercado chinês, contra rivais como JD.com e Meituan. E a Alibaba parece disposta a queimar caixa para dominar o jogo.
O braço de cloud da Alibaba acelerou 26% no ano, puxado por produtos de IA que crescem a três dígitos há oito trimestres. A empresa promete investir US$ 53 bi em infraestrutura de IA nos próximos três anos – e com produção de chip próprio para reduzir a dependência da Nvidia.
Enquanto JD vê lucro cair e Meituan projeta prejuízo, a Alibaba brilha com apostas em IA própria – com geração de vídeo, chatbots, etc – mirando rivais como OpenAI e DeepSeek. O desafio? Torrar bilhões em novos modelos e, ao mesmo tempo, provar que ainda sabe crescer num mercado ultra competitivo. Por ora, os investidores aplaudem o show.
Recomendação dos analistas:
Compra: 34 | Neutro: 4 | Venda: 0
Preço-alvo médio: US$ 160,30 | Preço atual: US$ 135
EMPRESAS
Balanços BR: fim da temporada

Fim da maratona de balanços do 2T25! Entre sustos, surpresas e o bom e velho arroz-com-feijão, o saldo veio positivo. Ao todo, quase 160 empresas sob cobertura da XP (incluindo as 84 do Ibovespa) abriram os números e ajudaram a desenhar o retrato do trimestre. E a boa notícia é que, olhando o conjunto, a temporada foi melhor do que o mercado esperava.
Das empresas cobertas pela XP:
Receita: 32% vieram melhor que o esperado, 16% decepcionaram e a maior parte (52%) ficou em linha com as projeções.
EBITDA: a divisão foi parecida, 32% superaram, 53% ficaram dentro da faixa e 15% ficaram abaixo.
Lucro Líquido: foi o grande destaque com 57% das companhias entregando acima do projetado.
Apesar do cenário político e tarifário, o lucro do Ibovespa subiu 30% em um ano. Energia e financeiro brilharam, enquanto varejo e commodities penaram mais pra entregar.
Financeiro: resultados consistentes, ajudados por menor inadimplência e spreads mais estáveis. Alguns bancos reportaram recordes. O setor de seguros também veio bem, apoiado em menor sinistralidade e receitas robustas.
Energia/Utilities: destaque para o setor de transmissão, que manteve sua fama de previsibilidade, com resultados estáveis, sustentados por contratos longos e receitas corrigidas pela inflação.
Varejo: foi o setor mais desafiador. O consumo mostrou fôlego em alguns nomes, mas margens ainda pressionadas lembraram que a competição continua pesada.
Commodities: petróleo e mineração tiveram resultados mistos. Enquanto alguns setores se beneficiaram de preços melhores, outros sofreram com custos ou câmbio.
Tecnologia: setor ainda muito pequeno na bolsa brasileira, mas mostrou evolução com receitas crescendo acima da média e empresas ajustando margens.
Com o 2T25 no retrovisor, o foco vira pro próximo trimestre. Juros mais baixos podem animar varejo e construção, ainda que devagar. Bancos tendem a seguir estáveis com menos calotes, energia e utilities mantêm o papel de porto seguro com dividendos gordos, e commodities seguem reféns da China e dos preços lá fora – definindo se Petrobras e Vale brilham ou continuam pressionadas.
Em resumo, o 2T25 reforçou a ideia de que a bolsa brasileira está mais equilibrada do que parece. Para o investidor, o desafio agora é dosar a carteira entre a previsibilidade dos setores defensivos e as oportunidades de recuperação nos mais cíclicos.
Você acompanhou de perto os resultados das empresas BR no 2T'25? |
Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas. |
MACRO/AÇÕES
Bear x Bull Markets: diferenças nos investidores em cada mercado.
Déficit do governo: bate R$ 59,1 bilhões em julho, 2º pior resultado para esse mês da história.
Renda familiar: pode crescer 4% em 2026 com estímulo fiscal.
Agro: Setembro traz retorno das chuvas no Cerrado.
Boletim Focus: reduz inflação para 4,85% e eleva PIB para 2,19.
Frigoríficos: Marfrig e Minerva disputam frigos de carne bovina no Uruguai.
PIB Americano: crescimento foi revisado para 3,3% no segundo trimestre.
RBR: compra fatia do Pátio Higienópolis do Iguatemi por R$ 169,9 milhões.
Casas Bahia: subiu 50% na semana passada, em movimento marcado por um short squeeze.
CPFL: aguarda renovações de concessões para investir R$ 23 bilhões.
Alpargatas: UBS BB passa a recomendar compra.
Nestlé: demite CEO após um ano e cita relação com pessoa subordinada.
Revolut: é avaliado em US$ 75 bilhões, se tornando o maior banco digital do mundo.
Petrobras: governo indica Marcelo Pogliese para o Conselho de Administração.
B3: quer dobrar número de traders no Brasil.
Itaú: faz hoje o seu Investor Day, que deve defender a existência de upside risk na tese.
ECONOMIA
Recessão? Fora da lista!

Tarifas, inflação, consumidor, trabalho, concorrência… a lista de preocupações dos CEOs americanos segue cheia, mas “recessão” praticamente sumiu dela. Nas calls do 2º tri, o tema apareceu menos de 300 vezes no S&P 500 – quase a mínima desde 2001. Um contraste forte com o trimestre anterior, quando o fantasma rondava todas as reuniões por conta das tarifas.
Enquanto isso, as bolsas vão brincando de bater recordes:
S&P 500: renovou suas máximas 20x esse ano, depois de renovar 57x no ano passado.
Dow Jones: renovou sua máxima 2x esse ano, depois de renovar 48x no ano passado
Segundo análise do RBC Capital Markets, o tom dos executivos melhorou ao longo da temporada. Sobre consumo, o recado foi misto, mas o recado da estrategista Lori Calvasina resume bem: consumidores resilientes, porém cautelosos, trocando por opções mais baratas e sendo seletivos.
O humor dos investidores também virou. Pesquisa do BofA mostrou o maior otimismo em seis meses, e o estrategista Michael Hartnett destacou: “a menor chance de hard landing desde janeiro”.
Apesar de dados recentes apontarem um desaquecimento da economia, investidores apostam que o Fed vai cortar juros a tempo de evitar a recessão. A probabilidade de recessão recuou para 35% – era 40% no fim de junho.
E as tarifas? A média dos EUA subiu a 15,2% (maior desde a 2ª Guerra), mas o Deutsche Bank disse que o impacto no trimestre foi modesto – e várias empresas nem citaram o tema.
PS: O S&P se encontra mais caro agora que na época da bolha dot-com.
BRASIL
Fintechs em modo compliance

Na última quinta-feira, a PF puxou o tapete de um esquema de lavagem de dinheiro e deixou a Faria Lima em modo alerta. Foram 1.400 agentes, com 350 alvos e bilhões sob a lupa da Receita Federal, que no dia seguinte soltou a Instrução Normativa nº 2.278. O que ela diz? Basicamente: “bancos digitais, agora vocês jogam com as mesmas regras dos bancões tradicionais”.
O impacto para as fintechs?
O Brasil tem hoje cerca de 2,1 mil fintechs.
Só 25% delas já tinham controles rígidos dos processos.
Agora, todas precisam reportar transações ao sistema e-Financeira com prazos trimestrais, sob risco de multa, advertência e até bloqueio.
O problema é que compliance não sai barato. Especialistas estimam que a conta para se adequar fique entre R$ 500 mil e R$ 800 mil por mês. Resultado: pelo menos 15% das fintechs podem fechar as portas nos próximos meses e o crédito deve ficar entre 1,5 a 2 pontos percentuais mais caro.
A nova medida vem pra frear esquemas como o da “conta-bolsão”, que é tipo um aluguel que as instituições financeiras usam para camuflar transações suspeitas.
No fim das contas, a “Operação Faria Lima Carbono Oculto” pode ser um divisor de águas: mais transparência e menos golpes, mas também custos que podem tirar fintechs do jogo e encarecer o crédito. O que parecia só mais uma treta regulatória pode, na real, redesenhar o mapa do sistema financeiro e separar quem fica de quem só surfava a onda.
STATS DO DIA
+54,4%
Foi o retorno em 3 anos da estratégia Zombie Companies. Uma empresa-zumbi é aquela que está profundamente endividada, mas ganha o suficiente para continuar operando e pagando sua dívida (mas não para quitá-la).
Quer conhecer essa e outras dezenas de estratégias temáticas da Investing.com? Acesse aqui e confira as ofertas especiais para o Investing Pro.
*Conteúdo de marca parceira
Não é recomendação de investimento. Confira todos os detalhes da oferta

O que você achou da edição de hoje?conta pra gente, aqui sua opinião realmente importa |
Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas. |
DROPS
Elevando o QI da internet no Brasil, uma newsletter por vez. Nós filtramos tudo de mais importante e relevante que aconteceu no mercado para te entregar uma dieta de informação saudável, rápida e inteligente, diretamente no seu inbox. Dê tchau às assinaturas pagas, banners indesejados, pop-ups intrometidos. É free e forever will be.
Reply