💰 A vida pós-IPO

+ os números da Salesforce + fundos quantitativos

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Bom dia Droppers.

Pensei no chuveiro: que entre o hype da estreia e a realidade dos números, existe um território delicado: o do tempo necessário para amadurecer sob os holofotes.

No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

• Salesforce: os números do trimestre
• Logística: acelerando galpões no Brasil
• Figma: o primeiro balanço pós-IPO
• Fundos: quantitativos ganhando espaço

Dropped by Igor Chede Collaço e Renan Hamann
GIRO PELO MERCADO

Por aqui, o Ibovespa estendeu a queda de terça e fechou em baixa de -0,34%, com o preço do petróleo no mercado internacional pesando e com os EUA cobrando bancos sobre a Lei Magnitsky. Destaque do pregão ficou com a Cosan, que subiu +8% após o BofA reiterar recomendação de compra do papel. No fim do dia, o BC ainda rejeitou a compra do Banco Master pelo BRB, colocando fim à negociação que se arrastava desde março.

Lá fora, as bolsas fecharam sem direção única, mas Nasdaq e S&P subiram suportadas pelo setor de tecnologia. O resultado pode ser atribuído a apenas duas empresas e pelo mesmo motivo: o Google (Alphabet) chegou a subir 9,1% depois da decisão de que não precisará vender o Chrome – e a Apple subiu 3,8% no embalo dos acordos que têm com o Google. Amanhã temos a divulgação do Payroll, dado que é extremamente importante para a próxima reunião do FED.

VISUAL

Salesforce: os números do 2T25

A Salesforce entregou seu balanço do 2T25 e mostrou que ainda tem gasolina no tanque. A receita bateu US$ 10,24 bilhões, alta de quase 10% ano/ano, levemente acima do esperado por Wall Street. Mesmo assim, as ações caíram cerca de 7% no after-market.

O motivo? O guidance mais tímido para os próximos trimestres. Em um mercado obcecado por histórias de crescimento exponencial, o crescimento mais “conservador” relatado pelo CEO Marc Benioff não inspira nem anima.

Os números do trimestre:

  • 🟢 Receita Total: US$ 10,24 bilhões, acima das expectativas de US$ 10,14 bi.

  • 🟢 Lucro Líquido: US$ 1,9 bi,

  • 🟢 Lucro por ação: US$2,91, acima dos US$2,78 esperados.

Wall Street já trata a Salesforce como um adulto que passou da fase de crescimento: saiu dos 20% ao ano para um dígito só. Pra mudar a narrativa, lançou o Agentforce (seu atendente virtual), engordou o programa de recompra pra US$ 50 bi e ainda distribuiu US$ 2,3 bi em dividendos nos últimos seis trimestres.

Para o próximo quarter, a meta é US$ 2,85 por ação. O CEO até fala em ano recorde com quase US$ 15 bi de caixa, mas pra Wall Street consistência não é tão sexy quanto crescimento infinito.

No ano a empresa já cai -23%, sendo uma das lanterninhas do Dow Jones e atrás de todas as empresas de grande capitalização.

Recomendação dos analistas:

Compra forte: 10 | Compra: 33 | Neutro: 10 | Venda: 1 | Venda Forte: 1

Preço-alvo médio: US$ 344,64 | Preço atual: US$ 256,45

LOGÍSTICA

Galpões no modo turbo

O setor logístico engatou a marcha pesada no 2º trimestre e bateu recorde de novos contratos de locação: foram 960 mil m² de absorção líquida. De acordo com a RealtyCorp, o volume de contratos cresceu 69% em relação ao trimestre anterior.

Pra quem não fala “logistiquês”: absorção líquida é o saldo entre o que foi alugado e o que foi devolvido. Se tá positivo, é sinal de mercado mais aquecido, com mais empresas chegando do que saindo.

São Paulo ainda puxa a fila com nada menos que 58% das locações – e viu a absorção líquida disparar 623% no trimestre. Mas o tabuleiro agora vai ganhando expansão nacional e vê os players regionais passando os grandes investidores no volume de novos estoques.

Dos 2,3 milhões de m² de construção previstos para este semestre, mais da metade vem justamente desses desenvolvedores locais, mudando a cara do setor. O motor dessa mudança? O consumidor, que não aguenta mais esperar um frete rodar meio país para entregar um produto.

Os dados do setor logístico:

  • Vacância: 7,2% (o menor nível da história);

  • Locação: 960 mil m² novas locações no trimestre, 537 mil m² imóveis triple A;

  • Estoque Logístico: 41 milhões de m²;

  • Construções: 3,8 milhões de m² entregues;

  • Preço médio: R$ 27 por m².

Pros pequenos, a barreira está no bolso: pré-locações batendo R$ 28–32/m², acima da média nacional. Já os grandões jogam seguro, com foco em SP e demanda contratada. A exceção é a Log, que arrisca em cidades fora do radar e projetos “no escuro”, apostando que a demanda vem depois.

PS: o e-commerce continua sendo o principal motor da demanda logística no Brasil. Só o Mercado Livre tem 2,8 milhões de m² e 77 ocupações (crescendo 5.000% desde 2018).

MACRO/AÇÕES
  • Setembro: estatisticamente é o pior mês para o S&P. 

  • Tesouro: novo título global emitido pelo governo capta US$ 2,5 bilhões.

  • FED: Bessent começará as entrevistas com os candidatos à presidência do Fed.

  • Bancos: recebem carta do Tesouro dos EUA sobre a Lei Magnitsky.

  • Petróleo: tem forte queda com o possível aumento da produção pela OPEP+.

  • Oncoclínicas: contrata Rothschild para estruturar processo de aumento de capital.

  • Google: empresa pode manter seu navegador Chrome, mas será impedido de fazer contratos exclusivos.

  • Cosan: procura comprador pra sua fatia na Raízen.

  • Gafisa: atraso nas obras faz clientes irem à justiça.

  • Petrobras: captou US$ 2 bilhões no mercado de dívida internacional

  • Banco Master: BC rejeita compra pelo BRB e coloca fim na negociação que se estendia desde março.

FINANÇAS

Menos planilhas, mais planos

Oferecimento S1NC

Do carro novo à aposentadoria antecipada: tudo custa dinheiro, exige esforço e a tão famosa “organização”. Mas em 2025 essa palavra não está – e nem precisa estar – mais ligada às planilhas complicadas e cheias de preenchimento manual. 

O S1NC é um app criado justamente para resolver isso. É só conectar suas contas via Open Finance, dizer seus objetivos e ele te traz o caminho para chegar lá – e também conta se você vai precisar mudar de rota pra conseguir.

Com sincronização das saídas, o S1NC também funciona como um controle em tempo real de tudo o que você está gastando. Gostou? Clique aqui para conhecer a plataforma e começar a sincronizar sua vida financeira.

EARNINGS

Figma: o primeiro balanço pós-IPO

O Figma fez a sua primeira divulgação pós-IPO e, apesar de resultados levemente acima das expectativas, os dados não foram suficientes para manter o hype. As ações despencaram 14% no after-market.

A estreia em julho foi de cinema: +250% no primeiro dia, com hype de que a empresa ia dominar o design. Só que o mercado precificou caro: mais de 200x o lucro esperado – e aí não sobra margem pra errar. Resultado? Já derreteu 52% desde o segundo pregão.

Os números do trimestre:

  • 🟢 Receita Total: US$ 249,6 milhões, batendo os US$ 248,8 milhões esperados.

  • 🟡 Lucro Operacional: US$ 2,1 milhões, margem de apenas 0,8%.

  • 🟢 Caixa ou equivalentes: US$1,6 bilhão.

  • 🟢 Lucro por ação: US$ 0,09, acima dos US$ 0,08 esperados,

A estratégia do Figma é ambiciosa: oferecer uma plataforma que vai do primeiro rascunho do designer à conexão com os desenvolvedores – o que conquistou cerca de 13 milhões de clientes mensais, com +1.100 empresas pagando mais de US$ 100k por ano.

Querendo aumentar essa base e de olho no mercado de vibe coding, o Figma ainda lançou quatro novos produtos nesse ano, incluindo o Figma Make, que transforma prompts em protótipos funcionais.

A empresa projeta+33% na receita do 3T25 (sobre o 3T24), podendo chegar a US$ 1,03 bi no ano – levemente acima do US$ 1,01 bi esperado. O Figma segue crescendo e inovando, mas já descobriu na estreia como empresa pública, que não basta entregar resultado: tem que vencer o hype também.

Recomendação dos analistas:

Compra: 4 | Neutro: 7 | Venda: 0

Preço-alvo médio: US$ 75,63 | Preço atual: US$ 68,13

P.S: essa semana acaba o lock-up das ações de parte dos funcionários, o que pode colocar mais ações à venda no mercado e pressionar o preço. Já os executivos de alto escalão seguem com as mãos amarradas até o fim do ano

QUIZ

Qual é essa empresa?

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INVESTIMENTOS

Menos café, mais algoritmo: o futuro dos fundos?

Lá fora, fundos sistemáticos já fazem sucesso, por aqui ainda são só 1% do mercado. Mas no embalo do salto de R$ 800 mi pra quase R$ 8 bi que os quantitativos deram nos últimos anos, Bradesco Asset e Man Group (o maior hedge fund do mundo) querem pisar no acelerador.

Um fundo sistemático segue regras matemáticas pra investir – nada de feeling do gestor. Enquanto os discricionários mudam de rumo a qualquer hora, o sistemático roda no automático, fiel ao modelo. Por aqui, a Kadima e a Giant Steps são as pioneiras em usar o método.

O primeiro fundo 100% sistemático da dupla vai funcionar assim: 60% fica no Brasil, 40% vai para Londres rodar nos algoritmos da Man. Dois comitês decidem, mas a execução é automática – e “sistemática”. Tudo com a tese de consistência e proteção, com uma gestão equilibrada e quase autônoma.

No fim, a gestão sistemática segue os passos do ETF: deixou de ser gringa e já entra no cardápio brasileiro. Com algoritmos mais afiados e investidores atrás de consistência (sem depender do humor do gestor), esses fundos têm tudo pra ganhar mais espaço por aqui.

STATS DO DIA

60%

Dos meses de setembro foram negativos nas últimas décadas pro Ibovespa, com retorno médio de -1,5%. Em Wall Street não é diferente, esse tem sido o pior desempenho entre todos os meses do ano – e o mercado até apelidou o período de “September Effect”.

Superstição ou não, o histórico pesa e deixa investidores sempre mais cautelosos quando o calendário vira pro nono mês.

Esse e muitos outros dados para deixar sua carteira mais inteligente você encontra no Investing Pro.

*Conteúdo de marca parceira
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