- MoneyDrop
- Posts
- 💰XP voando na renda fixa
💰XP voando na renda fixa
+ carnê vencido da Klarna + Novo EAD

Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que hoje faz 15 anos que um programador, Laszlo Hanyecz, pagou duas pizzas do Papa John's por 10.000 bitcoins. Com o novo recorde no preço do bitcoin, essa pizza custou mais de US$1 bilhão – e deve estar dando dor de barriga até hoje.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• XP Inc: números do primeiro trimestre
• MEC: quer acabar com o trabalho estudo remoto
• Klarna: o pay later que não está chegando
• GOAT: o greatest ETF of all time
Dropped by Igor Chede Collaço, Renan Hamann e Matheus Novaes

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, nem um relatório do Morgan Stanley, elevando a recomendação das ações brasileiras foi o suficiente para segurar o Ibovespa, que depois de praticamente duas semanas de altas, sofreu uma correção de -1,59%, acompanhando o mau-humor do mercado externo. Apenas 12 ações fecharam o dia no positivo e as mais penalizadas foram as ações domésticas, mais sensíveis à abertura do taxa de juros futuro.
Lá fora, um leilão com demanda fraca do Tesouro americano aumentou as preocupações do mercado em relação ao déficit fiscal americano. As bolsas caíram acima de 1%. Uma falha de 2 horas no terminal Bloomberg, o mais cobiçado do mundo, forçou a prorrogação do leilão de títulos do Reino Unido e Portugal – e milhões em receitas comerciais. Quietinho, ou nem tanto, o bitcoin alcançou uma nova máxima, batendo US$ 109.500.
VISUALS

O primeiro trimestre é tradicionalmente mais fraco – com ritmo de férias e esperando o Carnaval –, mas para a XP Inc foi período de recordes. A empresa surpreendeu ao reportar lucro líquido ajustado de R$ 1,24 bilhão, saltando de 20% sobre o mesmo tri do ano passado.
Em um cenário de juros elevados, a empresa se destacou por eficiência, disciplina de capital e adaptação ao comportamento dos investidores.
Com a Selic nas alturas e a demanda por Renda Fixa crescendo, a XP registrou um aumento expressivo nas receitas desse segmento (44% em um ano). É a primeira vez que renda fixa passa a receita de renda variável no segmento de varejo.
Outros destaques incluem:
Rentabilidade (ROTE): de 30,2%, acompanhada por uma eficiência operacional histórica de 34,1%.
Captação líquida: de R$ 24 bilhões e crescimento de 13% nos ativos sob custódia, que somam R$ 1,33 trilhão.
Recompra de ações: novo programa de R$ 1 bilhão, elevando o retorno de capital aos acionistas.
A empresa também manteve controle rigoroso de despesas, mesmo com expansão da equipe e investimentos em novos produtos e canais de distribuição. O desempenho reforça sua capacidade de execução, mesmo em cenários desafiadores. A diversificação de receitas, o crescimento sustentável e a geração de caixa fortalecem a tese de investimento na companhia para 2025.
Vale atenção: houve queda de 3% na receita institucional e retração de 7% no volume de negociações no varejo. Esses sinais merecem monitoramento, pois podem indicar desafios no ritmo de crescimento.
Recomendações dos Analistas:
Compra forte: 4 | Compra: 4 | Neutro: 4
Preço-alvo médio: US$ 19,65
Preço atual: US$ 18,79
P.S. Quer ajudar seus amigos a também terem acesso a essas análises? Clica aqui, pega seu link de indicação e compartilha o MoneyDrop com eles.
EDUCAÇÃO
MEC quer acabar com o trabalho estudo remoto

Tudo vai mudar no universo do EAD. E falamos “tudo” porque as alterações apresentadas pelo MEC afetam todos os setores: estudantes, empresas, infraestruturas e investidores.
São mudanças que acabam com a oferta de EAD em alguns cursos e também obrigam a modalidade semipresencial em outros – em diferentes proporções, mas sem mais a chance de ser 100% remoto.
Como isso impacta as empresas do setor Educacional?
O BTG enxerga as mudanças como uma péssima notícia para as empresas de educação que, além de verem os custos aumentarem, historicamente, têm dificuldade de repassar a inflação para os preços das mensalidades. O anúncio puxou o tapete dos principais players do setor:
Vitru Educação: é mais impactada, pois atua fortemente no modelo EAD e possui 24% do mercado. $VTRU3 caiu ~13,50% desde o anúncio.
Cogna: já foi a rainha do EAD com 34% de participação, hoje está em 17%. Mas segue exposta, especialmente na Enfermagem. Desde o anúncio, queda de ~14%.
Yduqs: presença mais equilibrada, com 12% no EAD e 7% no presencial. Mesmo assim, caiu ~6%.
Quem pode se sair bem, ou melhor, ser menos impactada, é a Ânima. Ela possui baixa exposição ao mercado de EAD e tem foco maior no ensino presencial. Mas, mesmo assim, a empresa caiu cerca de 10%.
Nas contas do JP Morgan, a queda potencial na receita do setor seria: Cogna: –4,9%, Ser Educacional: –2,5%, Yduqs: –0,7% e Ânima: –0,1%. Já o Citi estima que as margens do setor como um todo podem cair até 2,5 p.p.
Hoje, o EAD no Brasil representa cerca de metade das matrículas de ensino superior – valor que sobe para 67% das matrículas nas empresas listadas.
Apesar de ter desacelerado no começo dessa década, o setor seguia o caminho de domínio do mercado, mas agora precisa enfrentar um desafio a mais nessa jornada. Empresas e investidores vão ter que se adaptar.
P.S: As faculdades têm até dois anos para se adaptarem. E quem já está cursando EAD pode ficar tranquilo: vale a regra antiga até o final da graduação.
MACRO/AÇÕES
Bancos: Moody's rebaixa JPMorgan, Bank of America e Wells Fargo.
Block Trader: volume negociado na JBS explodiu, depois de um block trader de quase R$ 2 bilhões do BNDESPar.
FIIs: quebra contratual dos Correios pode impactar a indústria.
Brasil: Morgan Stanley eleva recomendação para ações brasileiras.
Gerdau: Fidelity dobrou a aposta e aumentou a participação para 10,5%.
NuBank: no estilo ‘Founder mode on’, Vélez está fazendo mudanças no banco.
Petz: CADE vai aprovar a fusão Petz-Cobasi essa semana, e sem restrições.
Raízen: coloca mais dinheiro na Oxxo, enquanto não acha um comprador.
Banco do Brasil: BTG rebaixa recomendação de compra após péssimos resultados no trimestre.
ESTADOS UNIDOS
O carnê vencido da Klarna

A sueca Klarna, rainha do “compre agora, pague depois” (BNPL) nos EUA, descobriu que americano também adora um carnezinho. O que a empresa não esperava, é que eles não fossem honrar a etapa do pagamento.
Apesar da sigla diferente, o BNPL é basicamente algo que todo brasileiro conhece: pagamento em parcelas. Comum para nós, mas algo que foge da cultura de consumo nos Estados Unidos e na Europa, por isso chega por lá com cara de fintech.
A startup revelou que suas perdas com crédito bateram US$ 136 milhões no primeiro trimestre — um salto de 17% em relação ao trimestre anterior. Ou seja, o pessoal está comprando o McLanche Feliz em suaves prestações, mas “esquecendo” de pagar.
Mas, tirando esse pequeno detalhe, os números do BNPL crescem feito fermento em bolo:
A Klarna faturou US$ 701 milhões, com uma base de clientes que passa dos 100 milhões globalmente;
1 a cada 4 usuários está parcelando até o mercado do dia-a-dia, bem acima dos 14% do ano passado.
Enquanto isso, do outro lado do balcão, quem observa tudo de camarote é o Walmart, o maior varejista do mundo e um dos parceiros da Klarna. A empresa, que serve como um indicador direto sobre o comportamento do consumidor, sendo um termômetro da economia americana, comentou que não vai conseguir segurar os custos sem repassar para o consumidor final.
A estratégia do Walmart vai ser tentar segurar preços em itens essenciais, compensando em produtos eletrônicos, por exemplo. Funcionou na crise de 2008, quando a percepção de preços baixos fez o Walmart sair maior e mais querido.
Enquanto os preços vão subindo, a Klarna tenta convencer o mundo de que o calote ainda é “baixo” (subiu só de 0,51% para 0,54%, segundo ela)… E os acionistas do Walmart não querem sustentar o consumo americano à base da perda de lucros.
FUNDOS
GOAT: o ETF greatest of all time

Todo esporte tem seu GOAT — o Greatest Of All Time. Aquele nome que vira lenda, atravessa gerações e entra pro hall da fama. Agora, o mercado financeiro resolveu se inspirar nessa ideia com o lançamento do GOAT11, o primeiro ETF híbrido do pedaço.
A proposta? Juntar a segurança da renda fixa com o gás da renda variável. Criado pela Itaú Asset, o fundo já nasceu gigante, com um patrimônio de R$ 10 bilhões e chega dividido assim:
80% em Renda Fixa: atrelado ao IMAB11, que compra títulos públicos atrelados à inflação brasileira
20% em Renda Variável: via SPXI11, que replica o índice S&P 500, a nata da economia americana.
Ou seja: pegaram um dos maiores juros do mundo e juntaram com a robustez das maiores empresas do planeta. Resultado? O prometido “GOAT” das estratégias passivas.
Por ter sido enquadrado como ETF de renda fixa, a mordida do Leão é bem mais amigável: paga 15% sobre o lucro na hora do resgate. E nada de come-cotas semestrais, como acontece nos fundos tradicionais.
E se você pergunta: "Por que não separar em dois ETFs?"… A resposta é justamente o tal do benefício fiscal.
Quando você monta a carteira por conta própria e precisa rebalancear (comprar e vender ativos para manter a proporção), paga imposto sobre cada venda. Mas no Fundo, as movimentações realizadas não têm imposto – só o resgate é taxado.
E no longo prazo, essa eficiência fiscal pode representar uma baita diferença na rentabilidade.
STATS DO DIA
US$ 139 milhões
Foi o pacote de benefícios que CFO da Tesla, Vaibhav Taneja, recebeu ano passado. Foi a maior quantia já paga para um CFO, desbancando os US$ 86 milhões pagos para o CFO da Nikola, Kim Brady, em 2020.

O que você achou da edição de hoje?conta pra gente, aqui sua opinião realmente importa |
Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas. |
DROPS
Elevando o QI da internet no Brasil, uma newsletter por vez. Nós filtramos tudo de mais importante e relevante que aconteceu no mercado para te entregar uma dieta de informação saudável, rápida e inteligente, diretamente no seu inbox. Dê tchau as assinaturas pagas, banners indesejados, pop-ups intrometidos. É free e forever will be.
Reply