💰 Um ingrato Top 2

+ casamento adiado no frigorífico + stablecoins em alta

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Bom dia Droppers.

Pensei no chuveiro: que a CVM adiando a fusão entre Marfrig e BRF é como um árbitro pedindo VAR em gol polêmico – ninguém quer esperar, mas todo mundo sabe que é melhor garantir que o jogo seja justo.

No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

• Juros: o Brasil no top 2 mundial
• Stablecoins: na crista onda
• BRF x Marfrig: casamento adiado
• Regencell: joia rara ou short squeeze?

Dropped by Igor Chede Collaço, Renan Hamann e Matheus Novaes
GIRO PELO MERCADO

Por aqui, o Ibovespa inicia essa semana com queda, mas bem mais moderada do que apontava a apreensão dos investidores com a possível escalada do conflito Irã x Israel. Ao fim do dia, Trump anunciou que os dois países concordaram em um cessar-fogo. O COPOM divulga hoje a ata da reunião da semana passada, que decidiu, de forma unânime, subir a Selic em 0,25%, indo para 15%. O BC também anunciou um leilão de US$ 1 bi no mercado à vista hoje pela manhã.

Lá fora, após a decisão pela manutenção da taxa de juros americana, Jerome Powell, presidente do Banco Central americano, deve ser bastante pressionado para cortar juros em sabatina hoje e amanhã no Congresso, com a expectativa do mercado para 2 cortes no segundo semestre. O petróleo caiu -7%, com o mercado vendo redução no risco de fechamento do canal de Ormuz, por parte do Irã, onde passa 20% de toda a produção mundial. Destaque para Microsoft e IBM, que fecharam em suas máximas históricas ontem e Tesla que subiu 8% após o tão esperado lançamento do Robotaxi.

VISUAL

Brasil no pódio das taxas de juros reais

O Brasil subiu mais uma vez no ingrato ranking das piores maiores taxas de juros do mundo. Com a elevação da Selic para 15%:

Nos juros nominais: ocupamos a quarta posição no G20 (atrás apenas da Rússia com 20%, Argentina com 29% e Turquia com 46%) e 13° posição global (à frente até de Uzbequistão, Moçambique, Mongólia e Zâmbia).

Nos juros reais: aí chegamos a 9,53% e colocamos a medalha de prata no peito – com a Turquia liderando com 14,44%, segundo dados do relatório MoneYou e do site Trading Economics.

Os juros reais são a diferença entre a taxa nominal e a inflação. Mais do que a taxa bruta (Selic, por exemplo), é o número que de fato afeta a economia.

A justificativa geralmente é a mesma: conter a inflação. Mas estudos mostram que cada ponto de alta na Selic reduz a inflação em apenas 0,02 ponto percentual… E isso após dois anos. As previsões são bem negativas:

  • Para empresas: a alta de juros também provocará custo extra de R$ 126 bi até 2030. Só em 2025, deverão ser pagos R$ 26 bilhões adicionais.

  • Para as famílias: juros médios de 45,3% ao ano encarecem crédito e travam consumo. O desemprego já subiu para 6,6%,

  • Para o governo: o gasto sobe R$ 928 bilhões por ano em juros da dívida, o equivalente a 7,7% do PIB.

Por que isso importa para os investidores?

  • Renda fixa ganha espaço, drenando capital da bolsa.

  • Empresas endividadas e setores cíclicos são os mais prejudicados.

  • Liquidez e consumo doméstico tendem a cair, desafiando projeções de lucro.

O cenário revela um paradoxo: o Brasil mantém uma das maiores taxas reais do mundo — mas sem retorno efetivo em estabilidade de preços ou dinamismo econômico.

CRIPTO

Stablecoins na crista da onda

Stablecoins (como USDC e Tether) são as criptomoedas que não andam de montanha-russa – o preço fica travado porque tem lastro em dólar, ouro ou outro ativo menos instável. Agora, essas moedas digitais estáveis lideram a primeira vitória da indústria cripto no mundo legislativo: o Senado dos EUA aprovou o Genius Act, um projeto de lei que cria regras para quem emite essas moedas.

De um lado…

Com o respaldo legal, elas devem invadir de vez o mercado financeiro tradicional.

Do outro…

Se ganharem escala demais, a estabilidade pode virar instabilidade se não houver descentralização.

E não é drama: é matemática. 

Tecnicamente, as stablecoins não tiram dinheiro do sistema bancário. Quando alguém compra uma stablecoin, os dólares vão para uma reserva, que pode estar em contas, títulos ou empréstimos aos bancos. A grana continua circulando, mas a natureza dos depósitos muda. 

O que antes estava espalhado por milhões de contas de até US$ 250 mil – seguradas pelo governo –, passa a se concentrar em poucas contas gigantescas e sem seguro. 

Quando algo dá errado, a estabilidade troca o carrossel pela montanha-russa. Em 2023, durante a crise do Silicon Valley Bank, a stablecoin USDC caiu para menos de 90 centavos porque as reservas estavam presas no banco falido. Foi preciso promessa de resgate integral e ajuda dos reguladores para acalmar os ânimos.

A regulação pode adicionar uma camada de proteção a esse sistema? Ainda é cedo para dizer. Mas espera-se que isso traga popularização às criptos e isso pode significar uma descentralização.

Circle e o IPO

Se as Stablecoins estão na crista da onda, quem sobe na melhor prancha hoje é a Circle, empresa responsável pela emissão de USDC, que abriu IPO no início do mês e viu seus papéis valorizarem quase 200% na estreia e segue subindo semana após semana.

Hoje a empresa vale US$ 60 bilhões que é praticamente o valor total das USDC no mercado e chega perto dos valores da Robinhood (US$ 68 bi), e Coinbase (US$ 78 bi). Os indicadores mostram que o mercado está bem empolgado com o crescimento da Circle, que negocia a múltiplos completamente distantes:

  • 32x Receita

  • 152x EBITDA

  • 210x Preço/Lucro

O risco de uma desestabilização das Stable ainda é baixo e não assusta investidores, que seguem vendo segurança e depositando seus dólares no mundo cripto. No fim do dia, a regulação – entre muitas expectativas – também quer impedir que a especulação gere outro 2008 no sistema bancário.

DROP BY TRANSFEERA

Tire o financeiro do passado

Imagina processar cada reembolso manualmente, atualizar cada linha da planilha uma por uma, fazer pix por pix para todos funcionários na folha de pagamento, lembrar de cobrar as notas fiscais de cada fornecedor, decifrar os hieróglifos a letra dos seus colegas…

Se o seu setor financeiro ainda está no período a.C, passou da hora de trazê-los para a era d.C da automação e controle - substituindo o input manual pelo output inteligente. 

A ideia é boa e parece vir do futuro, mas já é real e pode ser aplicada em qualquer empresa. Basta conhecer a Transfeera, uma plataforma de gestão de pagamentos que leva automação para todo o ciclo de um time financeiro.

Ela diminui o trabalho (e erro) humano, permite pagamentos em lote, integra com API ou aplicação web, monitora tudo em tempo real e suporta até validação instantânea de PIX.

Empresas como iFood, Peça Rara e Moneri já usam a Transfeera para automatizar e ganhar escala. Saiba como fazer o mesmo aqui nesse link.

M&A

Casamento adiado no frigorífico

Sabe aquele momento que o padre no altar anuncia: “fale agora ou cale-se para sempre”? Todo mundo espera o silêncio total até o padre liberar o beijo na noiva... Mas no casamento da BRF com a Marfrig, a CVM levantou a mão.

Por quê? A assembleia que oficializaria a união estava marcada para o dia 18, mas a CVM mandou adiar a cerimônia depois que minoritários bateram o pé e reclamaram que não foram convidados para a festa.

Os acionistas minoritários acusam falta de transparência na fusão e chamam de “abusivo” o modelo dos dividendos: R$ 6 bi só seriam pagos se ninguém saísse. Até Adriano Fontana, da família Sadia, disse que a BRF estava barata demais.

As empresas soltaram Fato Relevante em conjunto e agora a assembleia só deve acontecer no dia 14 de julho, com a entrega dos documentos solicitados pela CVM. A fusão, que foi anunciada há cerca de um mês e já tinha passado pelo crivo do CADE, criaria um colosso do setor de proteína animal:

  • Faturamento anual: R$ 152 bilhões

  • Produção: 8 milhões de toneladas

  • Clientes: 424 mil e presença em 117 países.

Mas, enquanto não temos nova data para o casório, os noivos seguem esperando no altar – e o mercado ansioso para saber se vai ter casamento mesmo ou não.

MACRO/AÇÕES
  • Receita Federal: abriu ontem o segundo lote de restituição do IR 2025.

  • Comércio: brasileiros gastaram US$ 15 bilhões em compras internacionais em 2024, marcando novo recorde.

  • Tel Aviv 35: em meio às tensões, o índice que reúne as maiores empresas de Israel chegou a fazer nova máxima.

  • Petlove: segundo Lauro Jardim, empresa deve entrar com recurso no Cade contra a fusão Petz-Corbasi.

  • Gerdau: BNDES aprova R$ 566 milhões para construção de mineroduto e centro de reciclagem.

  • Méliuz: compra mais R$ 158,3 milhões em bitcoin, e empresa chega a ter quase 600 BTC em tesouraria.

  • Natura: conclui incorporação da Natura & Co e também anuncia programa de recompra de ações.

  • JBS: capta US$ 3,5 bilhões com bonds, em demanda 5x maior que a oferta.

  • Americanas: empresa sobe 30% no mês, depois de renegociar suas dívidas.

  • Paytrack*: imagina nunca mais precisar guardar notas fiscais para conseguir reembolso? Com a IA da Paytrack, basta tirar uma foto que ela analisa, extrai os dados, organiza e você só espera o dinheiro pingar na sua conta! Clica aqui pra conferir.

*Conteúdo de marca parceira

NASDAQ

Regencell: joia rara ou short squeeze?

Parece roteiro de Hollywood: uma microcap que vende chás medicinais para TDAH e autismo dispara na Nasdaq e transforma seu fundador em bilionário. A Regencell Bioscience ($RGC) estava discreta na Nasdaq… até março. De lá pra cá, seu valuation subiu 82.000%.

O fundador e CEO Yat-Gai Au, que investiu US$9 mi na Regencell por 86% da empresa, viu sua participação virar um cofre mágico, chegando a incríveis US$ 33,3 bilhões (no papel) - um valor maior que Phil Knight, o fundador da Nike, Masayoshi Son, o bilionário japonês do SoftBank e Jorge Paulo Lemann.

O que faz a Regencell? Pesquisa fórmulas tradicionais chinesas desenvolvidas pelo pai do fundador – criando uma espécie de elixir herbal tomado duas vezes ao dia para tratar distúrbios neurocognitivos.

Ela já tem algo no mercado? Não! A empresa ainda esta na fase de pesquisa e desenvolvimento e fechou 2024 com um prejuízo de US$ 4,4 milhões.

E por que essa subida vertical? Ainda não há uma resposta clara (e lógica) para o movimento, mas há dois fatos que podem ter ajudado:

  • Free float: a empresa possui apenas 6% das suas ações em circulação, ou seja, o papel é super concentrado e qualquer movimentação vira uma montanha-russa.

  • Short Interest: o alto percentual em ações vendidas pode sugerir um clássico movimento de short squeeze.

O mercado ama um enigma e a Regencell virou o mistério favorito da vez. Enquanto isso os analistas continuam tentando entender o que fez as ações dispararem, porque, até agora, nenhuma notícia relevante saiu da empresa.

No fantastico mundo de Bob da Bolsa, às vezes basta um pouco de narrativa, um punhado de ações soltas e um toque de misticismo para criar um bilionário – e meia dúzia de documentários depois.

PS: A ação caiu -37,65% ontem, e no after market estava caindo outros -7%.

STATS DO DIA

379 mil

foi o número de novos milionários que o EUA adicionou na sua lista em 2024 – um aumento de 1,5%.

Via UBS

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