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💰 Vão taxar as queridinhas
+ Suzano versus Klabin + briga de gente grande + efeito da gripe aviária

Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que quando o homem mais poderoso do mundo briga com o homem mais rico do mundo, a fofoca sai dos tabloides para o homebroker e todo investidor perde, no mínimo um dia de expectativa de vida e, no máximo, sua fortuna.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Klabin vs Suzano: as gigantes da celulose
• Renda fixa: vai acabar a isenção das queridinhas
• Tesla: quedas e preocupações
• Gripe aviária: os efeitos na indústria brasileira

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, a semana começa agitada com o governo recuando no IOF, mas propondo novas medidas para fechar a equação e aumentar a arrecadação – como o fim da isenção de impostos dos títulos como LCI/LCA e aumento da taxação nas bets. Isso pressionou bastante o Ibovespa, que chegou a cair -1,55% durante o dia, mas fechou com uma queda mais moderada em -0,30%.
Lá fora, o S&P tocou os 6 mil pontos pela primeira vez desde fevereiro, após cinco semanas fechando positivo. Os dados do mercado de trabalho melhores que o esperado e a notícia de que Donald Trump vai se reunir com Xi Jinping em Londres ajudaram os índices, que logo perderam o fôlego com o mercado esperando os dados da inflação que serão divulgados amanhã. No meio disso tudo, Bitcoin bateu a marca de US$ 110 mil e está próximo de renovar uma nova máxima histórica.
VISUAL
Comparativo: Suzano vs. Klabin

Se o mercado de papel e celulose do Brasil tivesse que ser resumido em duas empresas, elas seriam Suzano e Klabin. Por isso, avaliar o desempenho delas no primeiro trimestre é quase como olhar para a indústria toda, ou comprar aquele caderno novo no início do ano letivo.
A Klabin (KLBN11) teve um resultado resiliente, com crescimento em receita e EBITDA, expectativas superadas em papéis e embalagens e a diversificação ajudando a conter danos em tempos voláteis. Já o lucro líquido acabou afetado por finanças negativas – com alavancagem de 3,9x Dívida Líquida/EBITDA.
A Suzano (SUZB3) apresentou um rascunho de números impressionantes. Lucro líquido disparou para R$ 6,3 bi – mas esse salto veio de ganhos contábeis e cambiais, não refletindo desempenho operacional puro.
Enquanto Klabin mostra resultado positivo e finanças nem tanto, Suzano teve seus ganhos justamente no backstage. Agora é hora de ambas mexerem nas peças do tabuleiro:
Klabin (Projeto Plateau): Venda de terras excedentes. Objetivo: monetizar ativos, injetar capital e reduzir dívida.
Suzano (Projeto Cerrado): Nova fábrica de celulose. Objetivo: aumentar capacidade e melhorar competitividade de custos.
A recuperação dos preços da celulose é testada por estoques recordes na China e demanda fraca global. Tem mais: políticas tarifárias EUA-China e a valorização do Real desfocam as margens das exportadoras.
Ambas as ações caíram significativamente em 2025, destoando do Ibovespa. Isso sublinha como fatores externos – câmbio e riscos macro – muitas vezes se sobrepõem aos resultados na percepção do mercado:
KLBN11: -18,22% no acumulado do ano
SUZB3: -13,29% no acumulado do ano
Para o investidor, esse desenho revela propostas distintas: Klabin oferece estabilidade via diversificação. Suzano representa uma aposta em escala e custos futuros e seu valuation pode ser um ponto de entrada para quem aceita um traço mais ousado e tem horizonte estendido.
P.S: A Suzano anunciou uma joint venture com a Kimberly-Clark, caminhando para reduzir sua dependência do ciclo da celulose, em uma transação no valor de US$ 3,4 bi.
TAXAÇÃO
Imposto de Renda chegou para as queridinhas

Foram cinco horas de reunião intensa – provavelmente sem café suficiente – entre o ministro Fernando Haddad e líderes do Congresso. A discussão? Como compensar o aumento do IOF. O resultado? Mirar em outras linhas para aumentar a arrecadação. E entre os alvos estão:
LCI e LCA: passam a pagar 5% de IR.
CSLL: aumento da alíquota para instituições financeiras de 9% para 15%-20%.
Apostas esportivas: alíquota sobe de 12% para 18%.
IOF: redução da taxa 3,95% a.a sobre o risco sacado
O fim da isenção nas LCIs e LCAs coloca mais um obstáculo para a entrada de investidores iniciantes no mundo da renda fixa e reduz a rentabilidade, mas ainda significa menos cobrança do que em CDBs ou no Tesouro Direto – que vão de 15% a 22,5%, a depender do tempo investido.
A notícia não pegou a Anbima de surpresa. A entidade, que representa o mercado financeiro e de capitais, sempre defendeu a redução das distorções entre produtos de investimento. Em nota, comentou que as medidas são de “caráter arrecadatório” e não atingem o problema estrutural.
Há rumores de que os CRIs, CRAs e debêntures incentivadas também vão entrar no pacote. Setor imobiliário e agronegócio, que costumam usar tais veículos para captar dinheiro, correm o risco de perderem a isenção, aumentando o custo do crédito e, por consequência, afetando o preço dos imóveis à roda da economia.
O que muda para o investidor?
Se você já tem LCI/LCA na carteira: fique tranquilo, nada muda! Os títulos antigos continuam isentos até o vencimento e somente as emissões feitas após a aprovação final do projeto é que serão afetadas.
O que muda para os emissores?
Corra que a polícia vem aí. A tendência é que os bancos e instituições financeiras emitam o máximo possível ainda em 2025, antes que a nova regra entre em campo.
P.S: Mesmo com o IOF sobre VGBL adiado, o impacto na indústria foi de queda em 80% nas captações.
STATE OF MONEY
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MACRO/AÇÕES
China: permitiu que as três maiores montadoras dos EUA tivessem acesso a terras raras, concedendo licenças temporárias de exportação.
Rússia: cortou as taxas de juros pela primeira vez desde 2022, com a inflação diminuindo. E o rublo é a moeda com melhor desempenho neste ano.
Inflação: Boletim Focus segue cortando projeção do IPCA para 2025.
Mercado de Trabalho: vagas na indústria caem pela primeira vez desde 2023.
Fundos: SPX encerra operação para investidores institucionais, devolvendo R$ 800 milhões.
Brasil: S&P Global reafirma rating brasileiro em BB, com perspectiva estável.
Cripto: JP Morgan começa a permitir ETFs de cripto em colateral para crédito.
Bitcoin: O ETF IBIT, da BlackRock, se torna o mais rápido da história a chegar em US$ 70 bi de custódia.
Docusign: caiu cerca de -20%, depois de anunciar que seu faturamento anual ficaria abaixo das estimativas.
Gol: Abra se torna a nova dona da companhia, após a reestruturação financeira do plano de RJ.
H&M: aumenta especulação de OPA após a família fundadora comprar quase 2/3 do capital social.
Circle: a startup de cripto abre IPO na NYSE e ações sobem +170% no primeiro dia de negociação.
SETOR AUTOMOTIVO
Briga de titãs: da política à economia

O que acontece quando dois bilionários brigam em público? Melhor dizendo: o que acontece quando o homem mais rico do mundo e o homem mais poderoso do mundo brigam em público? Bom, em vez de isso parar nas revistas de fofoca vai direto para portais de política e economia.
Musk e Trump já foram BFFs, mas o clima esquentou. O estopim foi um projeto que corta os créditos fiscais de US$ 7.500 para compradores de carros elétricos – algo que representou US$ 600 mi na receita da Tesla no 1T25 e pode valer mais de US$ 1 bi em lucro no fim do ano.
As ações da Tesla tiveram uma pane elétrica e a empresa chegou a perder US$ 153 bilhões em valor de mercado em apenas um dia — a maior queda diária da sua história. Agora, o valor de mercado da empresa se encontra abaixo do US$ 1 trilhão.
Os números da Tesla no primeiro trimestre :
Receita total: queda de 9%, em US$ 19,34 bilhões
Lucro: queda de 71%, em US$ 409 milhões
Lucro por ação: US$0,27 x US$0,39 esperado
A receita com vendas de veículos chegou a cair 20% e o “robotáxi”, que prometia revolucionar tudo, continua só prometendo. Além disso, a concorrência chinesa chegou com dando farol alto para ultrapassar. O mercado já entendeu que a Tesla, apesar do seu CEO dizer o contrário, ainda é uma montadora de carros que depende das vendas de… carros!
A empresa cai -23,59% no ano. Em valor de mercado, ela sai dos US$ 1,217 trilhão, para US$ 993 bilhões, perdendo praticamente 3 Petrobras inteiras nesse ano — mas ainda valendo mais que a soma das próximas 15 maiores montadoras do mundo ((Toyota, BYD, Volkswagen, BMW, GM, Mercedes-Benz, Honda, Hyundai, Stellantis, Nissan, etc.)
Vale seguir apostando na Tesla?
Segundo analistas, talvez não seja o melhor pit stop. O papel ainda carrega muito mais expectativa do que realidade — e isso em um cenário onde até os subsídios podem sumir. O preço atual, de US$ 308,58, se encontra acima da média dos analistas, que é US$ 299,14.
P.S: A briga também ameaça contratos do governo americano com a SpaceX e pode atrapalhar negociações de regulação de Starlink e Neuralink.
AGRO
Gripe aviária: frango gripado voa menos

Uma andorinha não faz verão, mas uma galinha pode afetar a temporada. Depois do registro de gripe aviária em uma granja a 60km de Porto Alegre, o mundo virou os olhos para o Brasil e embargos internacionais bloquearam as exportações de carne de frango. Resultado? Volume caiu quase 13% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado.
No mês, as 393,4 mil toneladas exportadas ficam apenas um pouco abaixo das 400 mil da média recente. Isso mesmo com cerca de 20 mercados aplicando restrições à carne gaúcha – incluindo grandes consumidores como China, União Europeia e Japão – e outros bloqueando as de todo o país.
Para driblar, a indústria redirecionou embarques, atendeu pedidos com frango de outros estados e manteve o fluxo internacional funcionando. Pelo menos por enquanto, mas é bom lembrar que a região Sul representa 78% das exportações do setor.
Mas como isso afeta o Grêmio as empresas da Bolsa?
Minerva: tende a ser a empresa menos afetada, dado que o seu foco maior é na carne bovina.
Marfrig: deve ser impactada indiretamente, uma vez que tem o controle da BRF, que tem quase 35% da geração de caixa atrelada à carne de frango.
JBS: a empresa, que acabou de migrar sua listagem para NYSE, possui apenas 12% da geração de caixa atrelada ao frango.
Fundos de investimento também seguem atentos. É o caso do VGIA11, que possui três CRA da Languiru (cooperativa do RS que é líder em proteína aviária) na carteira com cerca de 12% da alocação.
Ao todo, o VGIA carrega 30 CRAs na sua carteira, emitidos por distribuidores, cooperativas, produtores e indústria.
Segundo a ABPA, a situação da granja já foi resolvida e a expectativa é de que, aos poucos os embargos, vão sendo revistos.
STATS DO DIA
48%
é o percentual de americanos que conseguem lidar com uma despesa inesperada de US$ 2.000 sem recorrer a empréstimos.

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