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💰 Quanto custa um Feriado para economia?
+ PIB dos EUA + números do Spotify

Bom dia Droppers, achou que não ia ter MoneyDrop? Acho errado, Dropper! A bolsa de valores brazuca está fechada, mas o Drop está aberto!
Pensei no chuveiro: o Spotify esta descobrindo que transformar ouvidos em receita é mais difícil do que transformar silêncio em música
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Spotify: números altos, expectativa baixa.
• Feriados: quanto custam para economia?
• Bolha Dotcom: as lições 25 anos depois
• EUA: o PIB encolheu, as chances de recessão ampliaram
• Balanços: Meta, Microsoft, Coca-cola, Visa, Starbucks

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, o Ibovespa fechou o mês mais volátil do ano com uma alta de 3,7% – e agora se encontra a apenas 1,6% da sua máxima histórica. Dos 87 papéis, 64 fecharam o mês no verdinho. O IFIX, índice de referência dos fundos imobiliários, também fechou seu terceiro mês seguido positivo e agora se encontra apenas a 0,36% da sua máxima histórica.
Lá fora… 100 dias de segundo mandato do presidente Trump, mas os investidores não estão comemorando. Após registrar a maior alta pós-eleição de sua história, em antecipação à ascensão de Trump como um presidente pró-empresas, o S&P 500 caiu cerca de -7,13% desde a posse, em meio à incerteza econômica e à volatilidade do mercado, tornando este o pior desempenho para o início do mandato de um presidente desde Richard Nixon. Hoje o mercado ficará atendo à divulgação de balanços da Apple e Amazon.
EARNINGS
Spotify: números altos, expectativa baixa.

O primeiro trimestre de 2025 trouxe um mix de beats para o Spotify. De um lado, números animadores: +12% em assinantes Premium e +10% em usuários ativos mensais. Do outro, uma queda de 22% na receita publicitária — sinal de que monetizar o pessoal do plano grátis ainda é um desafio.
A margem bruta veio forte, em 31,6%, mas a música parou quando entrou o custo inesperado de €76 milhões com "Social Charges" (a categoria genérica que basicamente cobre salários e encargos). Soma isso à desaceleração da grana com ads, e temos um trimestre com nota mista.
Ainda assim, o Spotify segue apostando alto em podcasts, audiobooks e publicidade programática — o famoso “vamos diversificar a receita até dar certo”. E faz sentido, principalmente em mercados emergentes, onde o crescimento de usuários ainda é em ritmo de festa.
Mas tem um porém: não adianta só atrair multidões se a casa não cobra entrada. O desafio agora é transformar esse crescimento em grana — e com mais controle sobre custos imprevisíveis. O CEO Daniel Ek tentou manter o clima otimista: disse que a empresa está de olho no longo prazo, ajustando o tom com as mudanças do mercado e investindo pesado em inovação.
Resumo da ópera? O Spotify ainda é líder, mas precisa afinar a estratégia. O show continua, mas o setlist agora precisa incluir mais faixas de rentabilidade – sem perder o ritmo da inovação.
Recomendação dos analistas:
Compra Forte: 5 | Compra: 10 | Neutro: X | Venda: X
Preço-alvo médio: US$ 653,82 | Preço-atual: US$ 613,98
P.S. A ação subiu +6,42% após a divulgação do balanço.
P.S.2. Assim como você compartilha sua conta no Spotify com os amigos, pode também compartilhar o Drop – e ganhar brindes por isso.
ECONOMIA
Quanto custa um feriado para o Brasil?

Até o final do ano vamos somar 10 feriados nacionais e outros 6 pontos facultativos — fora os feriados estaduais e municipais. Embora muitos comemorem o merecido descanso, a economia solta um suspiro mais contido.
Segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o impacto na geração do PIB fica na casa dos R$12,68 bilhões por feriado, o equivalente a 0,12% do PIB anualizado.
Considerando apenas os feriados nacionais de 2025 – sem emenda e sem ponto facultativo –, a soma chegaria aos R$ 126 bilhões. Isso representaria adicionar pelo menos 1% ao PIB, sendo que há projeções mais ousadas que chegam a falar em 4% ao ano.
Porém, “enquanto uns choram outros vendem lenço” e esse o caso do setor de turismo, que se encontra diametralmente no lado oposto do comércio. Durante feriados, principalmente os prolongados, os gastos dos turistas se concentram praticamente em 3 frentes:
Bares e restaurantes
Serviços de transporte de passageiros
Hospedagem
E a bolsa de valores?
Ela também não abre nos dias de feriados nacionais e acaba sofrendo também com os internacionais. Esse impacto é conhecido como cross-market holiday effect.
Os motivos? Com menos participantes e sem o peso dos operadores internacionais, há uma expressiva diminuição do volume negociado na B3. Com uma menor liquidez, os movimentos do mercado ficam mais abruptos, aumentando a volatilidade.
Um estudo que levantou o impacto na B3 enquanto o mercado americano estava em feriado, entre os períodos de 2009 até 2021, teve os seguintes achados:
96,3% dos dias com feriados americanos, o volume de ações é menor — evidência o peso dos operadores estrangeiros na bolsa
13,8% das ações obtiveram retornos mais altos — sugerindo que, em alguns casos, investidores locais podem obter retornos anormais, aproveitando a menor presença de investidores institucionais estrangeiros.
MACRO
Índia: Fundos globais estão voltando a investir no país.
Colômbia: reduz taxa de juros em 0,25%, indo para 9,25%.
Joelts: relatório de março aponta que as vagas de emprego caíram para o menor nível desde setembro passado.
Tesouro Direto: investimentos batem recorde em março, somando R$11,69 bilhões.
Fluxo Cambial: tem saída líquida de US$ 13,34 bilhões até o dia 25 de abril.
El Salvador: diz que ainda está comprando bitcoin, mesmo após acordo com FMI.
HISTÓRIA
25 anos de uma bolha e suas lições

Há exatos 25 anos houve um estouro que mudou o mundo. Além de "I Want It That Way” tocar sem parar na MTV, a bolha da internet explodiu e tomou conta de todos os outros canais. E o que podemos aprender com a memória desse caos?
Os sinais estavam lá, piscando em neon. Mas no frenesi do “novo paradigma digital”, a razão foi a primeira a sair pela porta dos fundos. O nível da euforia?
No IPO do Yahoo, em 1996, ações subiram 153% no primeiro dia;
A Nasdaq rodava com P/L de 200x (hoje gira em torno de 35x);
A Qualcomm multiplicou por 26x só em 1999.
A economia dos EUA voava: desemprego em 4%, inflação controlada, PIB forte. Parecia infalível — até que tudo desabou. Após o pico em março de 2000, a Nasdaq caiu 34% em um mês. Em 2002, acumulava queda de quase 80%.
Das techs listadas entre 1995 e 2000, metade sumiu até 2004 – foram mais de 500 sumindo no estalo do Thanos. A dúvida que fica: será que a inteligência artificial vai repetir o enredo... ou dessa vez não estamos falando de uma bolha?
Para quem defende que IA é sim uma bolha, as semelhanças entre o comportamento da ação da Cisco (1996-2002) e da Nvidia (2021 - presente) são um grande argumento:

25 anos depois: lições
Um estudo chamado “Dois Séculos de Inovações e Bolhas no Mercado de Ações” mostrou que 73% das grandes disrupções desde 1825 vieram acompanhadas de bolhas — incluindo as de ferrovias e eletricidade. O padrão se repetiu na “bolha ponto com”: inovação demais, entusiasmo de sobra, correção dolorosa. Os fatores para o estouro são clássicos:
Excesso de otimismo e especulação;
Fácil acesso a capital (principalmente Venture);
IPOs e valorização desenfreada;
Ignorância de fundamentos econômicos (com muito foco em crescimento acelerado);
Fatores externos e macroeconômicos (“elevação de juros”, muito prazer);
Venda em massa de ações;
Quebra de confiança.
Desses sete pontos, quantos você já vê acontecendo no boom da IA que acontece debaixo de nossos narizes?
AÇÕES
Orizon: anuncia follow-on de até R$ 640 milhões.
Vale: acionistas elegem os 12 conselheiros indicados pela empresa.
Snap: caiu 12,43% depois que a empresa alertou que a incerteza econômica poderia prejudicar seus negócios e não divulgou guidance.
Santander: aumenta lucro, crescendo 27,8% comparado ao mesmo período do ano passado.
Petrobras: relatório de produção teve recuo de 0,20% na comparação anual.
Eletrobras: barra Gasparino e elege os conselheiros.
EUA
Até os dados macroeconômicos entraram na bad

O Departamento de Comércio dos EUA confirmou o que a população americana já sentia na pele: o PIB encolheu 0,3% no primeiro trimestre e o clima de recessão bate com as duas mãos na porta.
Após um Q4 de 2024 com crescimento de 2,4%, economistas apostavam num crescimento modesto de 0,4% para o Q1. Não se esperava um upgrade de classe no voo, mas acabar sentado do lado do banheiro também é uma surpresa. Essa é a primeira vez desde 2022 que os EUA têm um trimestre no vermelho.
Nesse clima de recessão, o consumidor americano vai tirando o pé do acelerador. Mas antes, antecipou o tarifaço e estocou tudo o que podia:
As importações subiram muito: +41,3%;
Exportações subiram pouco: apenas +1,8%.
Os gastos dos consumidores representam cerca de 70% da economia, e subiram 1,8% no primeiro trimestre.
Mas nem todo mundo vê motivo para pânico. Brian Rose (economista sênior do UBS) lembra que em 2022 o primeiro trimestre fraco não impediu o fechamento positivo (2,5%) no ano. Por outro lado, o mesmo analista diz que as novas tarifas devem ter mais efeito no segundo semestre.
Quando o assunto é inflação, os dados de março mostraram aumento anual de 2,3% – o que é um pouco acima do esperado, mas com certa estabilidade. Ou seja: o indicador está ensaiando um recuo tímido, quase no ritmo que o Fed quer.
P.S. O Presidente Trump diz que o resultado não tem a ver com as tarifas, mas com ações realizadas pelo Governo ainda sob a tutela de Biden,
P.S.2: No mercado de apostas Polymarket, a probabilidade de recessão aumentou para 62%
BALANÇOS
Tour pelos Balanços
Meta: entregou um resultado forte no primeiro trimestre do ano, chegando em US$ 42 bilhões em vendas – com crescimento de 16%, acima das expectativas. O lucro cresceu 35% em comparação com mesmo período do ano passado. A ação estava subindo cerca de 4% no after-market
Lucro por Ação: ajustado em US$ 6,43, acima dos US$ 5,24 esperados.
Receita: US$ 42,31 bilhões, um pouco acima dos US$ 41,34 bilhões projetados
Microsoft: depois de bater o guidance e entregar um resultado bem melhor que o esperado, a ação chegou a subir +9% no after-market. A receita cresceu 13% na comparação anual, com a linha de cloud entregando fortes resultados.
Lucro por Ação: US$ 3,46, bem acima dos US$ 3,22 esperados.
Receita: US$ 70,07 bilhões, acima dos US$ 68,42 bilhões projetados.
Coca-Cola: não satisfeita em bater as expectativas do trimestre, a empresa ainda aumentou seu guidance para a operação, dizendo que a receita vai crescer entre 5-6% e o lucro em 2-3% em 2025.
Lucro por Ação: ajustado em US$ 1,49, acima dos US$ 1,38 esperados.
Receita: US$ 21,5 bilhões, acima dos US$ 21,05 bilhões projetados.
Visa: a empresa entregou um crescimento de 9% no ano na receita, batendo as expectativas. Sua rede global cresceu 7%, chegando em 4,8 bilhões de cartões. Junto com os resultados, a empresa divulgou um programa de recompra de ações no montante de US$ 30 bilhões.
Lucro por Ação: ajustado em US$ 2,76, acima dos US$ 2,68 esperados.
Receita: US$ 9,6 bilhões, US$ 50 milhões acima das expectativas.
STATS DO DIA
US$ 16,8 milhões foi o salário médio anual dos CEOs das empresas do S&P, em um aumento de 7,5% em relação ao ano passado.

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