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💰 Muito óleo e pouco dividendo
+ números da Natura + Apple recomprando tudo

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Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que lucro contábil é como ganhar no Banco Imobiliário: parece incrível… até lembrar que o dinheiro não paga o aluguel da vida real.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Natura: os resultados do 2T’25
• Apple: recomprando tudo o que pode
• Petrobrás: recorde de produção não segura ações
• IA: quem está ameaçado?

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, teremos uma semana recheada de divulgações de balanços, com cerca de 70 empresas publicando seus resultados trimestrais. Os resultados da semana passada foram o principal propulsor do Ibovespa, que subiu 2,62%. Ontem ainda teria a reunião virtual entre o ministro Fernando Haddad e o secretário do Tesouro americano Scott Bessent, mas foi cancelada em cima da hora.
Lá fora, na semana passada a Nasdaq teve um fechamento recorde e o S&P 500 quase cravou uma máxima histórica, com a ajuda da Apple, que subiu 13%, sua melhor semana em mais de cinco anos, após Tim Cook se reunir com Trump na Casa Branca. Hoje os investidores ficarão de olho no CPI, o índice da inflação americana que sai agora pela manhã. Até o momento, 90% das empresas do S&P500 já divulgaram seus resultados e 73% delas bateram as expectativas de lucro.

O apetite por risco segue elevado, mas o investidor experiente percebe que a euforia convive com fragilidades: valuations esticados nas big techs, decisões políticas imprevisíveis e um mercado global que depende cada vez mais de surpresas benignas nos dados de inflação e juros. A sensação dominante? Hora de aproveitar o cenário favorável, mas com proteção, seletividade e olhos atentos—afinal, toda montanha-russa começa com uma subida empolgante.
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VISUAL
Natura: os resultados do 2T’25

O resultado da Natura um ano atrás era catastrófico: R$ 859 milhões de prejuízo e muita desorganização. Mas depois de muito skincare e uma reestruturação, reverteu as dificuldades e terminou o segundo trimestre desse ano com R$ 195 milhões de lucro líquido. O lucro operacional somou R$ 446 milhões, revertendo a perda de R$ 872,8 milhões de um ano atrás:
🔴 Receita Líquida: R$ 5,7 bilhões, abaixo dos R$ 7,5 bilhões esperados.
🟢 Lucro Líquido: R$ 0,14 por ação, acima dos R$ 0,12 esperados.
Entre as ações da Natura para voltar a respirar estão: adeus à antiga holding, venda da Aesop e da The Body Shop, e até a conclusão da recuperação judicial da Avon Internacional nos EUA.
Do outro lado do relatório, a dívida líquida também aumentou e chegou a R$ 4 bilhões (+R$ 1,6 bi em um ano). O motivo? A Avon Internacional foi convertida em ativo para venda e isso tirou R$ 750 milhões do caixa – com mais quase R$ 1 bi gastos em reestruturação e efeitos cambiais.
No fim das contas, foi um trimestre de virada: receita ainda pressionada, mas lucro no bolso – e com uma Natura mais leve, depois de muita reorganização interna. Ontem, a ação foi destaque no Ibovespa: +5,86% antes do balanço. Ela vale R$ 12,81 bi – em recuperação, mas bem distante dos R$ 83 bi que ostentou em 2023.
Recomendação dos analistas:
Compra: 5 | Manter: 9 | Venda: 0
Preço-alvo médio: R$ 13,69 | Preço atual: R$ 9,40
BUYBACKS
Apple, a máquina de recompras

Enquanto as big techs despejam grana pra turbinar IA, aumentar data centers, construir usinas próprias e contratar os Cristianos Ronaldos do setor, a Apple mantém um foco que já dura uma década: comprar as próprias ações. Só nos últimos 9 meses ela já gastou US$ 70 bilhões nessa jogada – e pode chegar a US$ 100 bi.
Recompra (buyback) é quando a empresa compra suas próprias ações. Elas podem ser canceladas (menos papéis no mercado) ou guardadas na tesouraria pra pagar executivos ou bancar aquisições. As empresas americanas já anunciaram US$ 984 bilhões em recompras nesse ano e a expectativa é bater o recorde de US$ 1,1 trilhão.
A empresa saiu de um montante de cerca de 26,1 bilhões de ações em 2013 para aproximadamente 15 bilhões em 2025. É como se a Maçã estivesse se devorando, mordida por mordida. Mas por que as empresas realizam recompras?
Retornar capital ao acionista: ao reduzir o número de ações, cada uma das que sobra passa a representar uma fatia maior da empresa. É uma forma alternativa aos dividendos.
Melhorar indicadores financeiros: menos ações significa que métricas como lucro por ação (LPA) tendem a subir, mesmo que o lucro líquido fique estável.
Sinalizar confiança: uma recompra robusta pode indicar que a empresa acredita que suas ações estão subavaliadas.
Flexibilidade fiscal: em alguns países, recompras podem ter tratamento tributário mais favorável que dividendos.
Desde que iniciou seu programa de recompra, há mais de uma década, a Apple já reduziu seu número de ações em circulação em 44% – quem comprou 1% da empresa em 2013, agora tem quase o dobro da participação.
Esse é o poder de uma recompra consistente: silenciosa, mas cumulativa. E, pelo visto, a Apple ainda tem muito apetite para continuar nesse banquete.
EMPRESAS
Gestão a um zap de distância
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MACRO/AÇÕES
CPI: as expectativas são de 0,24% para o índice cheio e 0,31% para o Core.
China: mercado acionário quase bate US$ 14 trilhões, com o aumento do fluxo nas últimas semanas.
Focus: mercado reduz projeções do IPCA para 5,05% ao fim do ano.
Tarifas: Trump adiou por mais 90 dias a aplicação das tarifas sobre a China.
Tarifas (2): editorial do The Economist fala que as tarifas de Trump para o Brasil são “mais um latido do que uma mordida”.
Semicondutores: Nvidia e AMD pagarão 15% da receita de vendas de chips na China para os EUA.
Palantir: a alta de 2.500% faz os touros lutarem para justificar o valuation astronômico.
Shopify: mais uma vez se torna a empresa mais valiosa do Canadá.
Itaú: CEO sinaliza dividendo adicional após lucro líquido de R$ 11,5 bilhões no trimestre.
BTG Pactual: lucro sobe 41,8%, batendo R$4,18 bilhões no trimestre.
Marisa: entrega mais um trimestre com lucro, ajudado pelas vendas nas mesmas lojas.
Monday: entregou as estimativas do trimestre, mas caiu -29,8% depois de anunciar um guidance abaixo do esperado.
SBF: dona da Centauro lucra R$ 46 milhões no 2T’25, em queda de 79%.
EARNINGS
Petrobras: produção recorde, dividendos magros

A Petrobras até achou que a sexta ia ser de confetes e purpurina com resultado do 2T’25 mostrando recorde na produção de petróleo e gás natural., mas suas ações caíram quase 8% após a divulgação. O motivo? A estatal comentou que decidiu rever sua política de investimentos extraordinários para este ano. Foi tipo combinar a festa e avisar na porta que a cerveja acabou.
O Lucro líquido saltou para R$ 26,65 bilhões, depois de um tombo de R$ 2,6 bilhões no mesmo período de 2024. Mas calma: R$ 9,65 bilhões vieram de um ganho contábil com variação cambial – mais truque de planilha do que grana no caixa. No ano passado, esse mesmo item jogou contra, tirando R$ 23,25 bilhões do resultado.
🔴 Receita Líquida: R$ 119,11 bilhões, -1,1% das estimativas
🔴 EBITDA: R$ 52,2 bilhões, -6% das estimativas
🔴 Lucro Líquido: R$ 26,65 bilhões, abaixo dos R$ 33 bilhões esperados.
Analistas, já vacinados contra mágicas contábeis, olham pro que importa: operação, caixa e resultado ajustado. E aí o enredo muda: lucro operacional no nível mais baixo para um 2º trimestre desde 2020. Pra piorar: dívida em US$ 68 bilhões, investimentos correndo acima do previsto e dividendos que deixaram o mercado de cara fechada.
No trimestre, a empresa pagou R$ 8,66 bilhões em proventos — R$ 0,67 por ação —, menos do que o mercado queria ouvir. Segundo o CFO Fernando Melgarejo, a queda do petróleo murchou a “renda” e, de quebra, cortou a chance de um bônus extra pros acionistas.
O saldo do trimestre, portanto, mistura avanços e ajustes: produção recorde, preços mais baixos, menos dividendos e alguns projetos repensados. Um capítulo de altos e baixos que deixa investidores atentos aos próximos movimentos da petroleira, e também ao medo de alguma intervenção governamental.
Recomendação dos analistas:
Compra: 10 | Manter: 3 | Venda: 0
Preço-alvo médio: R$ 40,50 | Preço atual: R$ 30,72
PS: O Ibovespa recuou -0,45% na sexta, mas se excluíssemos a Petrobras, ele teria subido +0,39%.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Vítimas da IA: quem está em perigo na bolsa?

A cada dia surge uma nova função que a IA consegue desempenhar – deixando geral com medo da substituição. Ninguém está sozinho nessa aflição e o Bank of America montou uma lista com 26 empresas que correm riscos de perdas por causa do movimento.
Entre as “indicadas ao Oscar da preocupação” estão Adobe, Shutterstock e Wix, todas sentindo o tranco das novas ferramentas inteligentes. Desde maio, esse time está 22 pontos atrás do S&P 500, depois de anos surfando na mesma onda. O temor? Uma disrupção tão rápida e profunda quanto a chegada da internet nos anos 2000.
Adobe: as ações já caíram cerca de 23% nesse ano, refletindo o medo de que clientes troquem pela IA na edição de imagens e vídeos.
Wix: queda de ~33% desde janeiro, refletindo temor de substituição da ferramenta.
Shutterstock: também perdeu ~33% no período, pressionada pelo avanço de ferramentas de geração de imagens.
Até o Google entrou na lista: não por falta de tech, mas porque seu império vive das buscas e a IA já mudou como a gente procura informação – mesmo assim, receita de ads cresceu 10% no trimestre e suas ações seguem subindo.
A ameaça da IA chegou até pra coruja verde: as ações do Duolingo tinham subido +30% após divulgação de resultados. Poucas horas depois, a OpenAI mostrou como GPT-5 pode criar um app de estudos de idiomas em segundos e os papéis devolveram quase todo o ganho.
A corrida da IA não é uma maratona tranquila, mas sim uma prova de obstáculos com terreno escorregadio e plateia torcendo por um tropeço ou um salto espetacular. Nesse roteiro, não basta escolher os protagonistas, é preciso entender quem vai continuar no elenco nas próximas temporadas.
PS: a lista completa não foi divulgada, mas causou estragos por onde passou. Só o Wix já teve quase 16% de perdas no valor da ação desde o relatório.
PS2: pra não ficar pra trás no tema, assine também o AiDrop – o jornal digital especializado em IA da família Drops.
STATS DO DIA
R$ 32 bilhões
Foi a perda em valor de mercado que a Petrobras teve na última sexta-feira, após a divulgação do seu balanço.
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