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💰 Made in Brazil? Taxado!
+ Hypera diz não à EMS + o mercado da cibersegurança

Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que as empresas de cibersegurança são como as muralhas de uma cidade medieval: a gente só percebe o quão fortes elas são quando os ataques começam a acontecer.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Cibersegurança: um mercado de bilhões
• Tarifas de Trump: 50% agora no Brasil
• Hypera: em bloco pra dizer “não”

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, aquela velha história de que o Brasil estava "protegido" das tarifas americanas por ter déficit comercial com os EUA caiu por terra. Em carta endereçada ao presidente Lula, Trump impõe 50% de tarifas para todo e qualquer bem exportaado para solo americano, com início para dia primeiro de agosto. O playbook de crise foi ativado: bolsa pra baixo e dólar pra cima.
Lá fora, o total de países afetados pela nova leva de tarifas subiu para 21. Como se não bastasse, o mercado ainda teve que digerir a ata do FOMC, o comitê de política monetária dos EUA. O tom? Mais cauteloso, sim, mas ainda com a esperança de corte de juros no segundo semestre. No meio disso tudo, Nvidia se tornou a primeira empresa a bater a marca dos US$ 4 trilhões em valor de mercado.
VISUAL
Os membros do exército de defesa ciber

Sua vida digital é como um filme de ação: cada clique é uma roleta-russa, cada e-mail suspeito pode ser uma bomba-relógio e o Wi-Fi público? Um campo minado. Por sorte, temos um exército de nerds do bem, firewalls e robôs com QI de foguete garantindo que você veja seus vídeos de gatinhos em paz. Bem-vindo ao mundo da cibersegurança.
O setor já movimenta cerca de US$ 250 bilhões, e a expectativa é que ele cresça nos próximos anos em uma taxa anual composta (CAGR) de 12,9%, alcançando quase meio trilhão em 2030.
Do outro lado, a média do prejuízo causado por grandes vazamentos explorados por hackers em 2024 ficou em US$ 4,8 milhões.
E quem são os bombeiros de elite da internet com maiores números nas bolsas?
Palo Alto Networks ($PANW): é a líder de mercado, com 8,4% de participação e valuation de US$ 136,75 bilhões. A empresa se destaca por suas soluções de firewall e plataforma de segurança em nuvem
CrowdStrike (CRWD) vem logo atrás, com sua plataforma Falcon e um valor de mercado em US$ 127,18 bilhões.
Fortinet (FTNT) fecha o pódio com US$ 81,8 bilhões, mais de 957 patentes e o selo "usado pelas gigantes da Fortune 100".
Há também nomes que vêm crescendo rapidamente, incluindo a Cloudflare ($NET), famosa por soluções que identificam comportamentos estranhos e bloqueiam ataques de negação de serviço – ela vale hoje US$ 67 bilhões. Outras de destaque são Zscaler (ZS), com US$ 48,93 bi e a Check Point Software (CHKP), com US$ 24,66 bi.
Não quer fazer stock picking? O mercado tem algumas opções de alocação setorial via ETFs:
CIBR: é o maior ETF do setor com US$ 9,33 bilhões em patrimônio líquido. O fundo segue o índice Nasdaq CTA Cybersecurity e possui taxa de administração de 0,60%.
HACK: com US$ 2,17 bilhões em ativos, o fundo tem exposição em 59 empresas globais.
BUG: o fundo possui US$ 1,08 bilhão em ativos e foca em empresas que derivam pelo menos 50% de sua receita de atividades relacionadas à cibersegurança.
Cibersegurança é o seguro do mundo digital: ninguém curte pagar, mas agradece quando precisa. Para investidores, é uma tendência global com bons fundamentos e uma demanda que só cresce. O alerta que fica é para os valuations, pois muitos já estão esticados, embalados pelo otimismo do mercado. Em resumo: o setor é promissor, mas pede cautela e foco no longo prazo.
RELAÇÕES EXTERIORES
Tarifaço: 50% no Brasil

A guerra comercial com ataques de porcentagem entre EUA e China esfriou. Agora, o presidente Donald Trump virou a mira para a América do Sul e lançou um míssil-alíquota no Brasil: 50% sobre todos os produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto.
Em termos práticos: Havaianas simples que custavam US$ 20 vão para US$ 30… E os US$ 120 milhões de café mensais vão para US$ 180 milhões.
Entre os 20 países que receberam novas tarifas americanas, o Brasil ficou no nível mais alto. O tiroteio veio carregado de indiretas políticas:
←→ Trump para Lula: criticou o STF pelas decisões contra big techs americanas e chamou as investigações contra Bolsonaro de caça às bruxas. O presidente disse que o valor é para corrigir uma dívida antiga, que deixa os EUA na desvantagem nas trocas comerciais – apesar do superávit americano desde 2009.
←→ Lula para Trump: reiterou a posição do sistema de justiça brasileiro e a sua independência, ressaltou que não há déficit e sim um superávit dos EUA no comércio de bens e serviços com o Brasil. E avisou que a elevação das tarifas serão respondidas com a Lei de Reciprocidade Econômica.
Para o mercado, porém, a motivação é outra: o flerte entre os países do BRICS e a ideia de uma moeda fora da órbita do dólar. A primeira reação do mercado foi em clima de crise: bolsas para baixo (-2,44% o índice futuro), dólar pra cima (+2,28% o dólar futuro) e os juros abrindo (entre 0,60% na vértice curta e +1,41% nas vértices longas).
Quem mais perde?
De acordo com a economista Myriã Bast, do Bradesco, só o setor de motores e máquinas não elétricas pode perder US$ 6,2 bilhões com as tarifas. Depois vêm o óleo combustível de petróleo com US$ 3,9 bilhões, e as aeronaves com US$ 2 bilhões. No total, o Brasil pode deixar de exportar cerca de US$ 15 bilhões para os EUA.
Hoje as exportações brasileiras para os EUA representam:
~2% do PIB brasileiro
12% das exportações totais
US$ 44,1 bilhões importados pelos americanos em 2024
Maior parceiro comercial de cinco estados brasileiros: São Paulo, Espírito Santo, Ceará, Alagoas e Paraíba
A lista de efeitos colaterais é grande: exportadores já fazem planos B, investidores recalculam riscos, o real fica ainda mais vulnerável, o risco-Brasil sobe, o apetite do investidor estrangeiro diminui, e o cenário de crescimento ganha um obstáculo a mais no caminho. A bomba foi plantada, mas ainda não sabemos se o estouro vai ser uma crise diplomática histórica, ou só um susto temporário.
PS: Lula responde a Trump que o Brasil adotará a lei de reciprocidade se o aumento das tarifas for efetivado.
MACRO/AÇÕES
FED: Trump discursa que Jerome Powell deve renunciar imediatamente
Austrália: manteve, inesperadamente, as taxas de juros em 3,85%. Expectativa era de cortes.
Dinheiro “esquecido”: Brasileiros ainda têm R$ 10 bilhões para recolherem no sistema do BC.
China: está incentivando as empresas a acelerarem o processo de IPO para as bolsas chinesas.
Europa: BlackRock recomenda dívida soberana da Europa em vez dos EUA.
Bitcoin: atinge US$ 112 mil em meio a um cenário de incerteza global.
Fundos de Investimento: fecham 1º semestre com resgates líquidos de R$ 37,8 bilhões.
Meta: comprou ~3% da EssilorLuxottica, empresa controladora da Ray-Ban, por cerca de US$ 3,5 bilhões.
Nvidia: se tornou a primeira empresa a bater a marca de US$ 4 trilhões em valor de mercado.
Braskem: liderou uma das poucas altas do dia, com o avanço do programa PRESIQ na Câmara de Deputados.
AES: especulações de que a Brookfield e a BlackRock estudam fazer oferta para fechar o capital da empresa.
BRASIL
HYPE3: a união faz a força do não!

Nada de fusão e nada de aquisição. Depois da tentativa da EMS de criar a maior fabricante de medicamentos do país através de uma aquisição hostil, a Hypera decidiu trancar a porta com chave, cadeado e alarme. No melhor estilo ‘a união faz a força’, os acionistas da empresa formaram um bloco que controla 53% e tem o poder de dizer NÃO a qualquer oferta.
Hostile takeover, ou aquisição hostil, é quando uma empresa tenta comprar outra sem o consentimento da sua administração. Em vez de negociar com os diretores, ela vai direto aos acionistas ou tenta trocar o conselho para assumir o controle à força. É tipo tentar entrar na festa sem ser convidado… Comprando o salão.
O pacto vale por 10 anos, e qualquer ação vendida agora só sai em bloco. Ou seja: ninguém solta a mão de ninguém.
Com essa página virada, que tirou boa parte da atenção da empresa nos últimos tempos, agora é hora de focar no operacional e fazer o caixa parar de sangrar porque o desafio não é pequeno. Seguem os números do 1T25:
Receita líquida: R$ 1,08 bilhão (queda de 40,8%).
Prejuízo: R$ 138,8 milhões, revertendo um lucro de R$ 391,5 milhões no mesmo período de 2024.
EBITDA: caiu de R$ 647,8 milhões para R$ 148,5 milhões.
Segundo o BTG, os ajustes já começam a surtir efeito — com capital de giro mais ajustado e foco renovado. Se tudo der certo, a empresa pode voltar a margens de 35% e retomar o ritmo do setor.
A gestão diz que agora o jogo é outro: governança reforçada, bloco unido e foco em crescimento. HYPE3 sobe 53,28% no ano, mas ainda cai -1,90% em 12 meses. Hoje, negocia a 8,5x P/L projetado para 2026.
Recomendações dos analistas:
Compra: 5 | Neutro: 8 | Venda: 0
Preço-alvo médio: R$32,72 | Preço atual: R$27,13
STATS DO DIA
US$ 4 trilhões
É o valor de mercado de Nvidia. Ela demorou 30 anos para alcançar o primeiro tri, 10 meses para o segundo, 4 meses para o terceiro, e 13 meses para o quarto. Será que o quinto #vemaí?
PS: Quem lê o AiDrop e acompanha de perto os avanços da IA no mundo não se surpreende.
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