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💰 Locadoras em alerta
+ pacotão de Trump + americanos de olho nas bolsas internacionais

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Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que ter investimentos fora do seu país, principalmente para os países emergentes, é como ter um armário com roupas de diferentes estações. Você não sabe o que o futuro traz, mas está pronto para o que vier.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Bolsas: americanos olhando o resto do mundo
• Jane Street: o “stop” no algoritmo de HFT
• Locadoras: a crise que ameaça as gigantes do Brasil
• BBB: o pacotão de Trump

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, as declarações de Trump sobre o Brasil e os Brics pesaram o ambiente e o Ibovespa, que após bater sua máxima histórica na sexta-feira e atingir os 141 mil pontos, caiu -1,26%, indo para os 139.490. Um dos destaques da sessão foi a alta dos juros futuros, que subiram entre +0,60% e +1,05% nos vencimentos longos.
Lá fora, rolou um flashback da guerra tarifária, com Trump anunciando novas tarifas entre 25-40% para 14 países (entre eles, Japão e Coreia do Sul). Montadoras como Toyota, Nissan e Honda sofreram e caíram em bloco. Tesla caiu 6,79% com o anúncio de Elon Musk criando um novo partido (American Party) e o receio dos investidores de que ele perca o foco.
BOLSAS
Wall Street cansou da mesma paisagem?

Investidor americano raramente pensa duas vezes na hora de escolher um país para investir, já que nos últimos 15 anos, as ações nacionais performaram muito melhor que as internacionais… até agora.
Pra começar, ações estrangeiras estão superando as americanas nas bolsas dos EUA pela primeira vez desde 2008. Enquanto os papéis de fora dos EUA cresceram 18,2% no primeiro semestre, as domésticas ficaram nos 5,6% - até o EWZ (Ibovespa em dólar), subiu +26,22%.

Segundo Drew Pettit, do Citigroup, os lucros das empresas americanas cresceram 9% ao ano, bem acima dos 4% nos países desenvolvidos e 1% nos emergentes. Mas ele prevê uma inversão nos próximos cinco anos: desaceleração nos EUA e aceleração fora deles.
Gestores americanos sugerem uma fatia entre 30% e 40% do portfólio em ações internacionais. Menos de 15% é tão pequeno que mal faz cócegas na performance. Mais de 45% já é quase uma aposta ousada de que o mundo lá fora vai bombar mais que os EUA.
Citi: recomenda manter 35% das ações fora dos EUA
Putnam: recomenda 20%
Fidelity: recomendações chegam a 45%
Essa mudança é uma boa lição para o investidor brasileiro que costuma ignorar o que está acontecendo fora de casa. Não é preciso largar tudo e virar cidadão do mundo, mas talvez esteja na hora de abrir o mapa e incluir outros destinos na sua carteira. Afinal, o mundo é grande e os lucros também podem estar fora do seu código postal.
P.S: Isso ajuda a explicar um pouco o desempenho do Ibovespa, que renovou suas máximas sendo impulsionado por uma injeção de R$ 27 bilhões estrangeiros.
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TRADING
Jane Street: Stop no Algoritmo

Imagine o cenário: uma torre de vidro, estátua de bronze na entrada, heliponto no topo e muito coletinho patagônia lá dentro. Pensou em Wall Street? Passou longe, esse prédio fica em Nova Deli (Índia), abriga algumas das mais vorazes firmas de high-frequency trading (HFT) do mundo e, na semana passada, se tornou palco de uma explosão que transformou a Índia no maior mercado de derivativos do planeta.
High Frequency Trading é uma estratégia automatizada que usa algoritmos para lucrar com pequenas variações de preço em alta velocidade, comprando e vendendo ações num ritmo quase frenético.
Só no ano fiscal de 2024, os algoritmos dessas firmas engordaram os cofres em US$ 7 bilhões. A grande campeã foi a americana Jane Street, que sozinha abocanhou mais de US$ 4 bilhões com estratégias de HFT.
Mas a farra não será eterna. Semana passada o SEBI (regulador indiano que funciona como a nossa CVM) acusou justamente a Jane Street de manipular preços, impôs um congelamento das atividades da firma e ainda confiscou 48,4 bilhões de rúpias (uns R$ 3,10 bilhões), acusando a empresa de um esquema “intencional, bem planejado e sinistro”.
A acusação:
A Jane Street teria usado táticas bem agressivas para "mexer" o famoso índice Nifty 50, que é o índice das 50 maiores empresas da Índia. A manobra seria assim:
Pela manhã, compravam muitas ações e contratos futuros do setor bancário indiano (BANKNIFTY). Isso dava aquela empurrada nos preços pra cima.
Depois, no mesmo dia, apostavam que o índice ia cair... e, adivinha?
Eles mesmos vendiam tudo de volta, derrubando os preços e fazendo uma bolada com essas variações.
Segundo especialistas, essa “coreografia suspeita” já estava rolando desde julho de 2023 e só foi ficando mais intensa até explodir em 2024. Em fevereiro a SEBI emitiu um alerta formal para a Jane Street e depois de ser ignorada, vieram as medidas mais severas.
Agora, a investigação está se ampliando e novas regras vêm aí, com foco em risco e alavancagem. O recado da Índia é claro: quer operar aqui? Jogue limpo. E pode ser rápido, mas nem tanto.
PS: Jane Street se defende dizendo que as estratégias eram de arbitragem, e portanto, não era manipulação.
PS2: Segundo dados da SEBI, 9 a cada 10 investidores de varejo perderam dinheiro com derivativos entre 2021 e 2024
BRASIL
Localiza & Movida: A crise nas locadoras

O setor de aluguel de carros vem reduzindo a marcha gradativamente e o culpado tem nome e sobrenome: juros altos. As três maiores locadoras do país (Localiza, Unidas e Movida) viram a dívida conjunta dar um salto de 11,6% e chegar em R$ 56,5 bilhões. E com o Copom jogando a Selic pra 15%, o clima é de cautela e apreensão entre as locadoras.
E tem mais freio: a possível redução do IPI para carros de entrada pode baixar o preço dos zero km e derrubar o valor dos seminovos – uma fonte de receita bem relevante para as locadoras. Traduzindo o que os CFOs leram: mais depreciação e dor de cabeça contábil.
A ordem é renovar a frota quando possível, mas não expandir. No 1º trimestre, o número de carros nas três gigantes somadas mal cresceu 1,3%. A meta agora é fazer mais com menos e arrancar rentabilidade de onde for possível.
Os impactos nas duas locadoras listadas:
Localiza: cerca de 30% da frota é de carros de entrada e o BTG estima um impacto entre R$ 483 milhões e R$ 1,45 bilhão, dependendo do montante do desconto no IPI. A empresa chegou a cair cerca de -10% desde o anúncio.
Movida: acabou sofrendo mais, pois tem quase 70% de seu catálogo com veículos de entrada. Mesmo com a dívida em 26%, mostra saúde fiscal, mas os papéis caíram cerca de -22% desde o anúncio.
Segundo o J.P. Morgan, um aumento de 5% na depreciação pode cortar 29% do lucro da Movida e 6% do lucro da Localiza até 2026. Mas sem pânico por enquanto, a recomendação do banco é estável:
Localiza: recomendação em “Compra” e preço-alvo em R$ 59 (atual: R$ 38,69)
Movida: recomendação em “Neutro” e preço-alvo de R$ 7,50 (atual: R$ 6,74)
Juros altos e descontos nos carros novos podem tirar as locadoras da pista rápida. Mas em vez de pane geral, o setor está recalculando a rota com menos expansão e mais eficiência.
PS: Confira o valor dos automóveis no Brasil com e sem considerar impostos.
MACRO/AÇÕES
Boletim Focus: Expectativas para inflação seguem recuando.
Londres: captação de IPO cai para as mínimas de 30 anos.
Loterias: Caixa vai aumentar preço da Mega-Sena e de outras apostas.
FIDCs: chegam a R$ 630 bi, com estimativas de bater R$ 1 trilhão em dois anos.
Datadog: vai entrar no S&P500 com a saída da Juniper Networks.
Verde Asset: volta a ter posições pró-risco no Brasil.
Méliuz: BTG atinge participação de 14,26% na empresa.
Embraer: entregou 61 aeronaves no 2T’25, um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado.
Banco Master: fundos do BM compraram capital relevante do BRB sem fazer a divulgação ao mercado.
Strategy: registrou um lucro não-realizado de US$ 14 bilhões no 2T’25, graças aos ganhos do bitcoin e também uma mudança contábil.
$Bonk: passa a $Trump como maior meme em valor de mercado, alcançando US$1,75 bilhões.
Prio: está nos ajustes finais para captar US$ 750 mi em bonds no mercado internacional.
ESTADOS UNIDOS
Big Beautiful Bill: O pacotão de Trump

Depois de semanas de empurra-empurra no Congresso, o BBB (Big Beautiful Bill) finalmente saiu do papel. Na sexta-feira, o presida Donald Trump assinou e agora o megaprojeto de impostos e gastos virou lei. Trilhões de dólares já estão em movimento, passeando por orçamentos, contas bancárias e debates acalorados.
A nova lei congela (para sempre!) os cortes de impostos de 2017 para pessoas físicas e empresas, turbina o limite de dedução de impostos estaduais e locais (SALT) e amplia a isenção do imposto sobre heranças.
Parece festa? Depende de quem você pergunta. Para quem está no…
Top 20% de renda: a expectativa é de mais US$ 13 mil por ano.
Top 0,1% de renda: a conta sobe para quase US$ 300 mil a mais por ano.
Para os EUA: o déficit deve crescer mais de US$ 3 trilhões em dez anos, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO). Lembrando que a dívida pública já está em torno de US$ 36 trilhões.
O BBB é amplo e vai desde o fim da isenção de impostos para carros elétricos até os cortes de investimentos em programas sociais, como o Medicaid e SNAP (seguro-saúde e programa de assistência nutricional, respectivamente). Ele também prevê injeção de dinheiro na fiscalização de imigração e nas Forças Armadas.
O pacote ainda traz algumas ideias, no mínimo, curiosas: bebês nascidos entre 2025 e 2028 vão ganhar US$ 1.000 em uma conta chamada — sem ironia — Trump Accounts. Além disso, quem recebe gorjetas ou faz hora extra vai sentir um alívio no bolso com cortes de impostos.
Por enquanto, o que se sabe é que a nova lei alivia numa ponta, reduz benefícios na outra e eleva projeções do déficit e da dívida. Segundo o CBO, no fim do dia isso também evita sustos globais por adiar o risco de calote dos EUA. Mas que parece que a montanha do déficit americano não tem fim, isso parece.
PS: Elon Musk anunciou o Partido Americano, como uma alternativa aos dois principais partidos dos EUA, em oposição ao BBB.
STATS DO DIA
548 mil barris/dia
Foi o aumento do volume que a OPEP anunciou que produziria a partir de agosto. Esse aumento da produção, com uma demanda saudável, pode reduzir os preços do petróleo no mundo.

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