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💰 A mordida nos incentivados
+ números da Oracle + o fantasma da inflação

Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que neste Dia dos Namorados, a inflação faz com que o valor de um buquê de flores se transforme em um presente 'de luxo'. A economia realmente sabe como apimentar o romance.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Oracle: os números da gigante do Cloud
• Inflação: um fantasma flamejante
• LCI: quais os impactos do fim da isenção?
• Dia dos Namorados: menos presentes ou mais parcelas?

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, o dólar fechou em seu menor nível desde outubro do ano passado, dando continuidade ao movimento de enfraquecimento da moeda americana no mundo. As tensões no Oriente Médio fizeram o preço do petróleo disparar, e com isso a Petrobras foi um dos destaque do dia, subindo +3,23%. Ontem à noite, o governo publicou a MP que confirma as alterações nas isenções dos títulos incentivados e criptomoedas, aumento do JCP, aumento da taxação das bets, e unificação do IR em 17,5% para as aplicações RF. As medidas ainda precisam ser aprovadas pelo Congresso.
Lá fora, os mercados reagiram aos dados da inflação americana e ficaram na espera de mais informações entre as negociações de China e EUA – o secretário do comércio, Howard Lutnick comentou que elas estavam indo bem. Na esperança de um acordo, o petróleo atingiu seu maior preço desde o dia da libertação e pela primeira vez na história, o Bitcoin se mantém 30 dias seguidos acima do patamar de US$ 100 mil.
VISUAL
Oracle mira liderança em nuvem

A Oracle fechou o último trimestre fiscal de 2025 com resultados surpreendentes e mostra que a estratégia de nuvem está dando certo. Desempenho sólido, guidance otimista e alinhamento da empresa com temas em alta (IA e infraestrutura) deram o tom dos números:
Receita: US$ 15,9 bilhões (+11% YoY)
Lucro líquido ajustado: US$ 4,9 bilhões
Lucro por ação: US$ 1,70
Capex: US$ 21 bilhões (ano todo)
Fluxo de caixa livre: US$ 394 milhões
Além dos resultados, o espaço para expansão de infra em cloud – que pode crescer até 70% no próximo ano – também anima investidores e as ações da Oracle subiram mais de 7% no after-hours.
Um dos destaques da Oracle é a sua participação no projeto Stargate, uma joint-venture que prevê a criação da infraestrutura de IA mais robusta dos EUA, com até US$ 500 bi de investimentos e parceria com OpenAI e Nvidia.
A combinação de demanda crescente por serviços em nuvem, foco em workloads de inteligência artificial e presença em projetos de infraestrutura crítica reposiciona a Oracle como um dos protagonistas no novo ciclo de tecnologia corporativa.
O novo posicionamento amplia seu alcance, mas também impõe desafios operacionais e financeiros. Enquanto a valorização das ações (+38% desde a queda em abril) reflete o entusiasmo com a nova fase, também coloca pressão sobre a capacidade da empresa de converter backlog em receita e lucro.
A elevação contínua do Capex e o fluxo de caixa negativo indicam que os próximos trimestres serão decisivos para provar a sustentabilidade dessa guinada. A execução precisa ser perfeita e o histórico recente dá indícios de que isso pode realmente acontecer.
Recomendação dos analistas:
Compra forte: 4 | Compra: 20 | Neutro: 15 | Venda: 0
Preço-alvo médio: US$ 180,58 | Preço atual: US$ 176,38
ECONOMIA
Inflação: o fantasma flamejante

Muitas vezes a alta de juros funciona como um extintor contendo um incêndio florestal chamado inflação. Pois aqui o extintor se chama SELIC a 14,75% e o fogo do IPCA ficou em 0,26% em maio. Uma alta? Sim, mas menor do que o esperado.
No acumulado de 12 meses, o índice desacelerou para 5,32%, depois de ter batido 5,53% em abril. Foi um passo na direção certa, mas o caminho até a meta do Banco Central (3%) ainda está mais longo do que fila de preenchimento do IR no último dia.
A meta de inflação no Brasil é de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto pra cima ou pra baixo — ou seja, o IPCA pode variar entre 1,5% e 4,5% sem maiores problemas. Mas se passar disso por 6 meses seguidos, o presidente do BC tem que mandar uma cartinha pro presidente da República explicando o que deu ruim
Por que o IPCA deu uma leve acalmada?
Entre os fatores, temos o dólar mais comportado e um clima mais ameno. E como isso ajuda?
Câmbio: Real valorizado (+10,50% no acumulado do ano) frente ao dólar significa preços de importados mais baixos.
Alimentos: a inflação de comida, que tinha assustado em abril, praticamente zerou em maio: alta de só 0,02%. O clima mais favorável e a retomada das safras ajudou a conta da feira a ficar menor.
O real não ficou forte sozinho: é o dólar que anda cambaleando no ringue global devido às incertezas tarifárias e o protecionismo americano ter sido colocado em xeque. Agora estamos há uma semana da próxima reunião do COPOM e o mercado se divide entre quem espera uma alta de 0,25% e quem espera a manutenção da taxa em 14,75%
Lá fora
Os EUA também divulgaram a sua Inflação CPI, mostrando que, apesar dos temores com tarifas acendendo a fogueira da inflação, o fogo nem pegou… ainda.
CPI subiu só 0,1% em maio, abaixo da previsão de 0,2%.
A inflação anual foi pra 2,4%, levemente acima dos 2,3% de abril, mas ainda assim o menor aumento desde fevereiro de 2021.
Com a inflação dando uma trégua, a pressão por corte de juros voltou. Até o vice-presidente JD Vance twitou: “a recusa do Fed em cortar taxas é uma negligência monetária”. Por enquanto o mercado vê dois cortes nos juros, mas apenas para o segundo semestre.
Porém, os americanos estão com motivos para olhar meio torto para os números da inflação: o BLS (IBGE deles) tá no aperto! Desde que Trump voltou à presidência e congelou as contratações federais, o Instituto perdeu cerca de 15% da equipe.
O resultado? Em vez de pesquisas completas, muita amostragem, suposição e aumento da margem de erros.
RENDA FIXA
LCIs sem isenção: os efeitos no crédito imobiliário

Aí está você, feliz da vida com sua LCI/LCA rendendo quietinha, sem pagar um centavo pro Leão... e de repente o governo avisa que vai tributar em 5% esses títulos a partir de 2026. Mas calma, não precisa sair gritando “socorro, CDB!” ainda.
Com o fim da isenção de IR sobre as LCIs/LCAs, a tendência é que a rentabilidade desses produtos aumente.
Compare: se um CDB te paga 100% do CDI com imposto de 17,5%. Para ser competitivo, uma LCA ou LCI (que vai pagar só 5%) precisa render algo em torno de 87% do CDI.
O efeito colateral é o preço do crédito imobiliário ou do agro subindo. Por quê? Investir em LCI é emprestar dinheiro para um banco, que vai emprestar pra quem quer comprar um imóvel. Hoje, como as LCIs são isentas de imposto, os bancos conseguem pagar menos juros para os investidores, e ainda assim tornar o produto atraente.
Com a cobrança de 5% de IR, os bancos vão ter que oferecer rendimentos mais altos pra atrair os investidores. E sabe de onde vem esse dinheiro extra? Dos juros cobrados no financiamento.
A previsão é de que esses juros subam 0,5 ponto percentual. Parece pouco, mas em 30 anos pode significar R$ 80 mil a mais num financiamento de R$ 500 mil.
As empresas mais afetadas devem ser as do setor de construção, principalmente as focadas em habitação popular, como a MRV (MRVE3), Tenda (TEND3) e Direcional (DIRR3). As margens já são apertadas e com o crédito mais caro, a expectativa é de menos vendas.
MACRO/AÇÕES
Secretário do Tesouro: há rumores que Scott Bessent é o provável nome para substituir o presidente do Fed, Jerome Powell.
Coréia do Sul: tem o segundo maior mercado de cripto do mundo.
Índia: fundos de títulos corporativos registraram as maiores entradas de fluxo nos últimos 2 anos.
Ouro: passa o Euro como segundo maior ativo de reserva global.
Moura Debeux: Santander eleva preço-alvo e passa a recomendar compra.
Smart Fit: aprova pagamento de R$ 40 milhões em JCP.
Aura Minerals: mineradora de ouro, listada em Toronto e com BDR na B3, quer ir para Nasdaq para aumentar liquidez.
eToro: subiu +11%, batendo sua máxima, depois de analistas começarem a fazer a cobertura da empresa.
Embraer: disputa com a Airbus um pedido estratégico de 100 jatos da AirAsia.
JSL: aprova 19ª emissão de debêntures no valor de R$ 300 mi.
Casa Pão de Queijo: em negociação com os credores, aprova o plano de RJ.
COMÉRCIO
Amor, inflação e chocolates

Uma rápida passada pelo Instagram não te deixa dúvidas de que hoje é o Dia dos Namorados. Mas o grande cupido desta data é o próprio comércio: como junho era um mês fraco e o dia 12 ficava na véspera da celebração de Santo Antônio – o santo casamenteiro - criou-se a data comemorativa para impulsionar as vendas.
A escolha deu certo e essa se tornou a terceira melhor data para o comércio do país — atrás apenas do Natal e do Dia das Mães.
Junto com os corações flutuando no ar, vem também um outro tipo de emoção: a de olhar o preço do presente e também sentir o coração bater mais forte. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a “inflação do Dia dos Namorados” ficou na média dos 6,3%.
💸 Os vilões do ano Os produtos com maior inflação para o Dia dos Namorados de 2025 (YoY) são:
| 💰 Quem “baixou” Do outro lado, alguns produtos caíram um pouco (bem pouco):
|
Mesmo assim, o comércio segue esperançoso com estimativas da movimentação no varejo na casa dos R$ 2,75 bilhões – avanço de 3,2% em relação ao ano passado. O casal formado por desemprego em baixa e salários em alta é o que dá o tom da valsa.
Moda na frente: roupas, calçados e acessórios devem faturar R$ 1,077 bilhão — quase 40% do total. Eletros e eletrônicos seguem com R$ 806 milhões e os perfumes podem subir 6,6%.
Dica: se a grana estiver curta, um jantarzinho caseiro, playlist romântica e um bilhete escrito à mão ainda são imbatíveis. Feliz Dia dos Namorados — com ou sem inflação!
STATS DO DIA
-34,4%
foi o quanto as exportações da China para os EUA caíram em maio – sendo a maior queda desde o início da Covid, em fevereiro de 2020.
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