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💰 Do tropeço ao topo
+ acordo de paz na Azzas + o futuro da Nike

Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que o Ibovespa batendo o S&P 500 no semestre é como o Fluminense derrotando o Inter de Milão — todo mundo achava que seria uma vitória certa para o gigante, mas o underdog tem a vantagem de ser imprevisível.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Nike: o trimestre e o futuro
• Azzas 2154: fazendo as pazes no alto escalão
• Cripto: agora como garantia para financiamento nos EUA
• IBOV: um semestre recordista

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, o Ibovespa subiu com o mercado otimista com os dados do Caged, que mostrou uma geração de empregos abaixo da expectativa – o que pode ajudar a conter a inflação. Com a alta de 1,45% no pregão de ontem, o Ibovespa acumulou ganhos de 15,44% nesse primeiro semestre, sendo a melhor performance desde 2016. Já o dólar cai 12% e fecha no seu menor valor desde setembro do ano passado, em R$ 5,43.
Lá fora, com vários plot twists, o S&P 500 também fechou o semestre positivo, em 5,50%, “apanhando” do Ibovespa. Foi o melhor trimestre pro índice desde 4T23. Entrando em terreno de bull market novamente, o índice renovou suas máximas históricas pela quinta vez no ano – em 2024 a máxima histórica foi renovada 57x.
VISUAL
Nike: o trimestre e o futuro

Depois de um tempo mancando no mercado esportivo, a Nike surpreende, dá sinais de que quer voltar ao ritmo do pelotão de elite e vê suas ações saltarem 15,16% após divulgação do resultado trimestral. Ainda não foi por bater recordes – e sim por não estar tão lenta quanto o esperado –, mas a expectativa é positiva.
Receita: caiu 12% na comparação anual, para US$ 11,1 bilhões (ainda assim, acima dos US$ 10,7 bi esperados). Foi o maior tombo em cinco anos.
Lucro por ação: foi de US$ 0,14, superando por um centavinho as previsões – mas bem longe dos US$ 1,01 do mesmo período no ano passado.
Lucro líquido: despencou 86%, de US$ 1,5 bilhão para US$ 211 milhões.
Desde outubro no comando, o CEO Eliott Hill disse que o último trimestre foi o fundo do poço — e agora é só aceleração. O mantra da vez em Beaverton é “Win Now”, mas a Nike ainda precisa reverter perdas: viu Adidas, Hoka e On Running crescerem e rompeu com varejistas como Macy’s e DSW ao focar em vendas diretas.
A marca está tentando algo raro em empresas gigantes: resetar. Trocou executivos-chave, relançou franquias e está recuperando pontes com grandes parceiras de distribuição, como Amazon e Dick’s Sporting Goods.
O cenário ainda exige fôlego. O guidance prevê nova queda de receita no próximo trimestre e o CFO Matt Friend avisou que os novos impostos de importação vão doer no calcanhar – a Nike deve pagar cerca de US$ 1 bilhão a mais só em tarifas neste ano fiscal.
Essas pedras nos tênis podem reduzir o pace prometido pelo CEO, mas não parecem tirá-lo do páreo. A recuperação, dizem os analistas, será em forma de “swoosh”: lenta, mas real e ascendente.
Recomendação dos analistas:
Compra forte: 4 | Compra: 15 | Neutro: 19 | Desempenho baixo: 2 | Venda: 0
Preço-alvo médio: US$ 74,91 | Preço atual: US$ 71,04
EMPRESAS
Azzas abre as asas

Desde que Arezzo&Co e o Grupo Soma decidiram juntar as escovas de dentes e formar a Azzas 2154, o que era pra ser uma lua de mel corporativa da maior holding de moda da América Latina virou uma sociedade em que o café da manhã já começava com pauta de reunião e clima de assembleia geral.
Durante um ano inteiro, os dois noivos acionistas majoritários (Alexandre Birman e Roberto Jatahy) bateram cabeça sobre tudo: de estoque a ROIC, passando por quem deveria comandar a expansão das marcas sob o guarda-chuva e até sobre quais talentos manter.
“A pior coisa que fizemos no primeiro ano foi ficar olhando acordo de acionistas”, disse Jatahy. Resultado: integração travada, sinergias dormindo e ações em queda de mais de 60% entre agosto e março. O prejuízo uniu os sócios, que agora selaram um pacto de confiança para tirar a Azzas do trilho errado — no fim, tudo era questão de cultura.
Soma: modelo B2C, mais intensivo em capital e com margens maiores e alto crescimento
Arezzo: modelo mais asset light, geradora de caixa e com foco em franquias
O grande terapeuta de casal dessa história? Pedro Parente. Antes de renunciar, o chairman da companhia usou sua habilidade diplomática pra relembrar aos dois que acordo de acionistas não é receita de bolo. Parente passa o bastão para Nicola Calicchio e o board será mais enxuto e mais atuante.
Menos gente na mesa, mais foco na execução. E agora que a governança deixou de ser o assunto principal, a empresa pode voltar a gastar energia com o que realmente importa: o mercado.
P.S: AZZA3 subiu +4,70 no pregão de ontem, mas ainda cai -14,18% nos últimos 12 meses.
MACRO/AÇÕES
FED: maioria dos votantes são contra o corte de juros para julho.
Stress Test: todos os grandes bancos americanos passaram no teste do FED.
CFA: taxa de aprovação do CFA Level I subiu acima da média de 45% dos últimos dez anos.
PCE: inflação americana subiu 0,1% em maio, chegando em 2,3% na base anual.
Milionários: Brasil deve liderar fuga de milionários na América Latina.
ETF: o GBTC11, ETF que junta bitcoin e ouro, começou a ser negociado na B3.
Bolívia: transações em criptomoeda cresceram 530% nesse primeiro trimestre.
Receita Federal: pagou ontem o 2º lote da restituição do IR 2025.
Boletim Focus: projeção para inflação cai pela 5ª semana seguida.
Violência: Faria Lima começa a medir “Risco PCC” nos investimentos.
Nvidia: insiders venderam mais de US$ 1 bilhão em ações.
Braskem: proposta de compra do Nelson Tanure depende de um acordo definitivo sobre os passivos em Alagoas.
Ambipar: CVM conclui relatório sobre manipulação que fez preço da empresa disparar.
HP: subiu 11% depois do DoJ aprovar a aquisição da Juniper Networks por US$ 14 bilhões.
Robinhood: subiu quase 13% após anunciar que vai expandir a oferta de criptos.
IBOV
1H25: caos na trilha, selfie no topo

Teve tarifa, teve conflitos, teve IOF que foi e voltou, MP que ameaçou e recuou... Mas no fim, o Ibovespa sorriu pra foto: +15,44% de alta, no melhor primeiro semestre desde 2016, quando o índice subiu +18,86%.
E quem diria que, depois de anos no canto da sala, as ações do setor imobiliário voltariam com tudo e roubariam a cena em 2025? O IMOB, índice que reúne as grandes estrelas do setor, brilhou no primeiro semestre e subiu mais de 46%, deixando para trás até os queridinhos bancos e elétricas.
Entre os ativos, os top 10 do semestre foram:
Valorização: MRVE3 (20,42%), EMBR3 (17,59%), TIMS3 (13,13%), EGIE3 (10,59%), POMO4 (9,79%), PRIO3 (8,86%), LREN3 (8,37%), HYPE3 (8,03%), VIVT3 (7,97%), UGPA3 (7,67%)
Desvalorização: RADL3 (-30,86%), BRAV3 (-26,02%), SMTO3 (-24,46%), RAIZ4 (-23,61%), USIM5 (-22,56%), BRKM5 (-21,68%), BRFS3 (-20,58%), KLBN11 (-19,36%), WEGE3 (-18,15%), SUZB3 (-17,11%)
Tem mais: o MSCI Brasil – que mede o desempenho de empresas brasileiras no mercado global – subiu quase 26,70%, mostrando que os gringos voltaram a olhar pro Brasil com mais carinho. Aqui o motivo é simples: valuations com bom potencial e aumento do apetite por risco internacional.
No crédito privado, Renda Fixa segue favorável e com bons retornos – mas menores do que os garantidos por quem aproveitou a farra dos prefixados a 14% ou IPCA+8%. Já o ouro brilhou em meio à incerteza, subindo 24% no semestre — quase o dobro do Bitcoin, que apesar do gás no segundo trimestre, fechou com alta de 13%.
Nos EUA, o setor que mais subiu desde o último topo do S&P foi a indústria, puxada pelas empresas de defesa. As elétricas vieram logo atrás, sendo que o setor de consumo discricionário, onde brilham Amazon e Tesla, ainda está no negativo no ano.
O recado do semestre? Diversificar nunca sai de moda. Quem soube navegar entre renda fixa, Bolsa e ativos internacionais teve mais chances de proteger – e turbinar – o patrimônio.
CRIPTO
Home sweet blockchain home

Imagine você, todo orgulhoso do seu portfólio de criptomoedas – Bitcoin, Ethereum e talvez até umas mais exóticas como Fartcoin e Dogecoin – indo ao banco pedir um financiamento. A resposta clássica seria: “Muito legal… mas cadê teus ativos?”. A partir de agora, se depender do governo dos EUA, a resposta vai ser: assina aqui!
O novo chefão da Federal Housing Finance Agency (FHFA), William Pulte, resolveu chacoalhar o mercado imobiliário dos EUA: mandou as gigantes Fannie Mae e Freddie Mac prepararem uma proposta para aceitar cripto como parte dos ativos na hora de pedir financiamento.
Isso significa que, sim, o bitcoin (ou o dogecoin), em breve pode servir como base de patrimônio na hora de fazer o sonho americano financiamento da casa própria.
O que muda?
Hoje, se você tem US$ 100 mil em Bitcoin, isso não ajuda em nada na hora de conseguir um financiamento — a não ser que venda tudo, claro. Com a nova regra, a ideia é que os bancos passem a considerar criptomoedas como parte do seu “colchão de segurança” na análise de risco do empréstimo.
Pulte justificou a decisão dizendo que cripto já é um canal legítimo de geração de riqueza e que essa medida ajuda os EUA a avançarem rumo ao título de “capital cripto do mundo” – como quer o próprio presidente Donald Trump.
Alguns pontos que ainda serão considerados:
A volatilidade das criptomoedas: os órgãos vão ajustar os modelos de riscos para levar em consideração a alta volatilidade das moedas digitais.
Armazenamento: nada de guardar em pendrive ou em corretora nas Bahamas. As criptos terão que estar em exchanges americanas.
A decisão faz parte da ofensiva pró-cripto do governo Trump, que já inclui a criação de um “estoque estratégico” de moedas digitais e a aprovação do GENIUS Act — marco legal para as stablecoins.
No fim das contas, o recado é claro: não dá mais pra ignorar a criptoeconomia. E se depender de Washington, ela vai entrar de vez no mercado imobiliário com contrato, escritura e tudo no dossiê do seu financiamento.
STATS DO DIA
US$ 2,1 bilhões
Foi o volume total roubado no mercado de cripto nesse primeiro semestre de 2025, batendo o recorde anterior em 10%.
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