
Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que a dupla metanol-bets está conseguindo tirar mais gente do bar do que a Lei Seca.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Pepsi: os resultados do 3T’25
• JP Morgan: quase um bairro próprio em Manhattan
• Bebidas: a minicrise dos destilados
• Gol: vai fechar o capital?

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, o Ibovespa viu de camarote o anúncio de Trump sobre as novas tarifas de 100% para produtos e serviços chineses e pegou a carona da recuperação nos índices americanos. Depois de ser a pior moeda entre as mais líquidas na sexta, o Real se recuperou, tendo ontem a segunda melhor valorização. Hoje os investidores ficam de olho na participação do Ministro da Fazenda em sessão no Senado, para falar sobre a proposta de isenção do imposto de renda.
Lá fora, depois de um tweet de Trump ter eliminado US$ 2 trilhões das ações dos EUA em um único dia, ontem foi dia qde recuperação. O mercado de treasuries ficou fechado por causa do feriado do Dia de Colombo, mas as bolsas operaram normalmente, com todas elas subindo em bloco. Hoje também vamos ter discurso do presidente do BC americano, Jerome Powell.
VISUAL
O gás da Pepsi no 3T’25

Sim, nós também estávamos com saudade da temporada de balanços! E agora ela está de volta, com a Pepsico ($PEP) abrindo garrafas alas e fazendo barulho com resultado acima do esperado, impulsionada por mercados internacionais que estão bebendo e beliscando como nunca.
O volume global de vendas caiu 1%, mas ainda assim a receita subiu. Um dos motivos é o mercado dos EUA, que é mais sensível a preços e está optando por embalagens menores – com mais margem para a Pepsico.
Os números do trimestre:
🟢 Receita: US$ 23,94 bilhões x US$ 23,83 bilhões esperados.
🟢 Lucros por ação ajustado: US$ 2,29 x US$ 2,26 esperados.
O foco agora é reconquistar o paladar americano, com reformulação de produtos e custos – com promessa de Doritos proteicos, Cheetos sem corantes e snacks com gorduras mais saudáveis.
Enquanto isso, o CEO Ramon Laguarta promete “clarear o portfólio” e “enxugar o sal e o custo”. O fundo ativista Elliott Management entrou na jogada com um aporte bilionário e um recado direto: mais foco nos refrigerantes, menos gordura nas operações.
Pra fechar o trimestre, a empresa anunciou a aposentadoria do CFO Jamie Caulfield, que será substituído por Steve Schmitt, vindo direto do caixa do Walmart. A Pepsi quer provar que ainda tem gás… mas agora com menos corante, mais proteína e um toque de azeite.
Recomendação dos analistas:
Compra forte: 2 | Compra: 4 | Neutro: 15 | Venda: 2
Preço-alvo médio: US$ 153,48 | Preço atual: US$ 148,89
PS: Jim Cramer está de olho na empresa…
Entre hoje e amanhã teremos divulgação das seguintes empresas: J.P Morgan, Wells Fargo, BlackRock, Citigroup, Goldman Sachs, Johnson&Johnson, United, ASML e Bank of America, Domino’s… Qual deles você quer ver na nossa edição de quinta-feira?
MACRO/AÇÕES
Boletim Focus: projeção da inflação cai de 4,80% para 4,72%.
IPCA: índice sobe 0,48% em setembro, abaixo das estimativas.
Nobel de Economia: vai para pesquisadores que tentam explicar como a inovação influencia o crescimento econômico.
FED: a lista dos 5 possíveis próximos presidentes.
Raízen: negou rumores de que estaria em processo de pedido de RJ.
Intel: avança no plano de criação de novos chips para brigar com TSMC e Nvidia.
Petrobras: anuncia retomada da produção de fertilizantes na Bahia e Sergipe.
Banco Master: BC aprova aumento de capital de R$ 421 milhões no Master e de R$ 419 milhões no Will Bank.
Ambipar: filho de Tercio Borlenghi, Guilherme Borlenghi, autorizou a migração do swap cambial do Bank of America para o Deutsche Bank,
BANCOS
O bairro do JP Morgan em Manhattan

Se você curte um home office, melhor não procurar vaga no JP Morgan. O CEO do banco, Jamie Dimon, já deixou claro que isso é pra quem não quer sentir o aroma corporativo do sucesso – e a inauguração do “bairro JP Morgan” em Manhattan reforça a posição.
A nova sede bilionária do banco é um arranha-céu de 60 andares, no coração de Manhattan. Junto com o prédio, outras construções antigas foram compradas, reformadas e conectadas… No total, são 560 mil metros quadrados de escritórios para abrigar 10 mil funcionários. O preço do mega-office-office: ~US$ 5 bilhões.
Dimon formou subcomitês com seus executivos para escolher de tudo: do design dos andares de negociação à espuma da Guinness que será servida no pub do 13º andar. E não é exagero: o homem realmente mandou importar equipamentos pra garantir que a cerveja saísse com o ponto perfeito.
O novo prédio é a metáfora perfeita: um arranha-céu para um banco grande demais até pro skyline. Dimon, o “J.P. Morgan moderno”, moldou Wall Street à própria imagem — só que, em vez de ferrovias, ergue impérios de concreto com Wi-Fi de 10 gigas.
Park Avenue agora tem um novo ponto turístico: o ego (e o legado) de Jamie Dimon em formato de arranha-céu.
P.S: a estrutura tem 19 restaurantes, um pub irlandês, uma coleção de arte e até uma iluminação que respeita o ritmo biológico dos funcionários. O ambiente todo também é perfumado com o “cheiro oficial” do banco.
PS2: o JP Morgan tem uma sequência invejável. Já são 55 anos consecutivos entregando bons dividendos* para os acionistas – e com aumentos constantes nos últimos 15 anos.
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BEBIDAS
Metanol e a crise no setor de destilados

A Velho Barreiro — a cachaça que já animou mais botecos que qualquer hit do Zeca Pagodinho — enfrenta agora a pior ressaca da sua história. E não foi por exagerar no copo: a marca virou vítima colateral da crise de contaminação por metanol que abalou o setor e derrubou suas vendas em 35% na última semana.
Só no epicentro da confusão (o Estado de São Paulo), as vendas de destilados caíram 21% nos primeiros dias de outubro. Tem mais: uma pesquisa da Genial/Quaest mostra que 25% dos brasileiros estão com receio de beber álcool e o número aumenta para 39% no recorte dos produtos destilados.
Mesmo sem nenhum caso de contaminação, o Velho Barreiro viu 750 mil garrafas evaporarem em uma semana. E quando se vende mais de 8,5 milhões por mês, essa queda é um tombo digno de quem tropeçou no balcão da esquina.
A saída para tentar driblar isso:
a empresa vai instalar uma política de logística reversa e recolher os vasilhames em quase 1 milhão de pontos de venda pelo país.
lançar novos rótulos com mais informações sobre a procedência da bebida.
a operação de guerra vai custar entre 6,5% e 7% a mais.
Enquanto isso, o setor inteiro está tentando entender o tamanho do estrago, que foi classificado por César Rosa, CEO do Velho Barreiro, como a “maior crise do setor de destilados no Brasil”.
O metanol não é o único vilão. Segundo Rosa, as bets também estão secando o copo – com o famoso “troco de pinga” indo pras apostas. Ainda assim, a Tatuzinho 3 Fazendas (dona da Velho Barreiro) planeja manter os 86 milhões de litros por ano e crescer 8% em receita, puxada pelo reajuste de preços.
Por outro lado, outras pequenas destilarias artesanais ganharam espaço com essa crise no setor: redes de restaurante anunciaram que só trabalhariam com destilados nacionais de pequenos produtores. Dessa forma, o artesanal virou sinônimo de confiança.
PS: O Facebook removeu um grupo com mais de 11 mil pessoas, utilizado para venda de garrafas usadas.
DECIFRANDO O CONDADO

Beta
O Beta é como o termômetro da variação de um ativo em comparação a outro ou índice.
Se o Beta é alto, prepare o cinto: o ativo tende a subir e descer com mais intensidade que o índice. Se o Beta é baixo, indica um comportamento mais calmo.
Beta = 1: o ativo se move igual ao mercado.
Beta > 1: o ativo é mais volátil que o mercado
Beta < 1 e > 0: o ativo se move na mesma direção, mas com menos intensidade.
Beta = 0: sem correlação — o ativo vive no próprio ritmo.
Beta < 0: o ativo se move na direção oposta do mercado.
AVIAÇÃO
Gol: voando pra longe da Bolsa

A Gol quer voar… para longe da B3. A companhia aérea anunciou na noite de ontem um plano de reestruturação societária que pode fazer com que a empresa faça a partida da bolsa brasileira. O plano é juntar tudo sob a Gol Linhas Aéreas S.A (GLA), empresa de capital fechado – e deixar para trás a Gol S.A.
A ideia da Gol é simplificar a estrutura, aprimorar a gestão corporativa, aproveitar sinergias fiscais e fortalecer a governança. A empresa está arrumando a casa o hangar e o caminho encontrado foi realizar um OPA.
A reestruturação define como será a troca de ações:
Acionista ordinário: vai receber 1 ação da GLA para cada ação ordinária.
Acionista preferencial: vai receber 35 ações da GLA por cada ação preferencial.
Os investidores vão ter duas opções: fazer check-in nessa nova fase e virar sócios de uma companhia privada ou passar pelo portão de desembarque via OPA. A operação vai ser conduzida pela Abra, que aumentou sua participação de 52% para 80%, após a reestruturação financeira realizada após a saída da RJ.
O plano de voo ainda precisa do OK dos acionistas. A empresa marcou duas assembleias para 4 de novembro – uma geral e outra de preferencialistas – para bater o martelo sobre a incorporação e o avaliador da OPA. Se tudo correr como previsto, a decolagem para a vida privada acontece no início do ano que vem.
No fim, a Gol quer embarcar na vida privada e na simplificação da estrutura, para tentar encontrar novos céus de brigadeiro e um fôlego que já não encontra mais na vida pública.
PS: o free float da empresa é de apenas 0,78%, abaixo do mínimo exigido pela B3. A empresa tinha até 18 de janeiro de 2027 para fazer o reenquadramento.
PS2: esse movimento também abre caminho para um possível IPO da Abra. A holding, criada em 2022, controla a Avianca, a Gol e a Wamos Air, além de ter dívida conversível com a chilena Sky.
STATS DO DIA
0,2 p.p por semana
É o quanto se espera que o shutdown do governo americano impacte no PIB dos EUA.

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DROPS
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