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💰 Braskem vende ou não?
+ PIB da Índia voando + a luta entre Bradesco e BB

Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que o aumento do IOF de uma hora para a outra mostra que, no Brasil, até a estabilidade fiscal é um conceito fluido — o que hoje é regra, amanhã pode ser exceção.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Bradesco: agora é o 2º maior banco do Brasil
• IOF: turbinado para quase todos.
• Braskem: estreia a 9ª temporada da novela
• Índia: rumo ao pódio global econômico
Dropped by Igor Chede Collaço, Renan Hamann e Matheus Novaes

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, tivemos o pregão de menor liquidez do ano, com menos da metade da média negociada nos últimos 12 meses – graças ao feriado do Memorial Day nos Estados Unidos. O Ibovespa inicia a semana no campo positivo, subindo +0,23%, mesmo com o boletim Focus não cortando mais as projeções da expectativa da inflação para o fim do ano, após 5 semanas seguidas de corte. Hoje teremos a divulgação do IPCA-15, que pode demonstrar o caminho da inflação do mês.
Lá fora, por causa do feriado, não tivemos negociações nas bolsas americanas. O mercado fica em compasso de espera com a divulgação da Ata do FOMC, que será revelada amanhã. Com a temporada de balanços acabando, amanhã ainda teremos duas empresas importantes para o investidor ficar de olho: Nvidia e SalesForce.
BANCOS
A disputa dos big banks BR

Pela primeira vez em sete meses, o Bradesco ultrapassou o Banco do Brasil em valor de mercado. O movimento marca uma reviravolta no setor bancário brasileiro, onde o Itaú mantém a posição de Coca-Cola (líder isolada e inquestionável da categoria de big banks), enquanto o Bradesco e o BB disputam a posição de Pepsi.
Itaú: A Máquina de Fazer Dinheiro Segue Imbatível
O Itaú reafirmou sua posição como o banco mais eficiente e lucrativo do país. Rentabilidade elevada, qualidade de ativos e geração de caixa seguem como pilares da operação. Não há surpresas, e isso é o que o mercado valoriza: previsibilidade.
O preço da ação já reflete esse prêmio, com múltiplos elevados e pouco espaço para reprecificação explosiva, mas com entrega de valor consistente. Atualmente, o banco negocia a 2x seu valor patrimonial mais recente e a 8,7x P/L.
Bradesco: O Retorno do Gigante Adormecido
O Bradesco entregou o resultado que muitos esperavam, mas poucos acreditavam. Após anos lutando para recuperar margem e confiança, o banco reportou lucro líquido recorrente 39,3% maior que o mesmo trimestre de 2024. O ROE subiu 4 p.p, indo para 14%, com ainda muito espaço para melhorias.
A queda na inadimplência e o avanço da carteira de crédito no segmento corporativo mostraram que a reestruturação começa a dar frutos. No segmento, foi o banco que teve a maior revisão positiva de lucro e casas como Bank of America e BB Investimentos voltaram a recomendar compra.
Banco do Brasil: Tropeço no Agronegócio Custa Caro
Os resultados do Banco do Brasil no trimestre foram de mal a pior. Embora ainda apresente fundamentos sólidos, o BB foi surpreendido pela inadimplência no agronegócio, setor onde lidera com folga, e por mudanças regulatórias que afetaram sua rentabilidade.
Analistas como BTG Pactual e Citi rebaixaram suas recomendações, citando incertezas nas projeções de lucro e risco de revisão no guidance. O valuation reflete essas incertezas: o banco é negociado a 0,8x valor patrimonial e a 5x P/L.
A fotografia atual do setor mostra três narrativas distintas: o Itaú é o pilar de estabilidade, ideal para quem busca segurança e dividendos previsíveis. O Bradesco é uma história de recuperação com viés de valorização, agora respaldada por dados concretos. O Banco do Brasil ainda oferece bons múltiplos, mas enfrenta um momento de revisão estratégica e perda de confiança de curto prazo.
IMPOSTOS
IOF turbinado para quase todos.

Ele foi criado como instrumento para regular a economia, permitindo ao governo controlar a quantidade de dinheiro circulando e, assim, influenciar o crédito e a inflação. Mas mudanças anunciadas na semana passada o transformaram em uma forma de elevar a arrecadação e equilibrar as contas públicas. Esse é o IOF.
A expectativa oficial é que a elevação das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras gere um incremento de R$ 20,5 bilhões na arrecadação ainda em 2025 e de R$ 41 bilhões em 2026 – o que poderia ajudar o governo a cumprir a meta fiscal.
Mas o que muda?
Previdência: fundos VGBL (com aportes acima de R$ 50 mil) passarão a ter um IOF de 5%, o que antes era zerado. Aportes menores permanecem com a alíquota zerada (a média das 9 milhões de pessoas que possuem VGBL é de R$ 1.600 por mês)
Crédito: Para crédito PJ, a alíquota foi elevada de 1,88% para 3,95%. Nas empresas do Simples, o volume de até R$ 30 mil subiu de 0,88% para 1,95%. Cooperativas, em operações de risco-sacado, acima de R$ 100 mil, passam a ser tributadas como as demais empresas
Câmbio: cartões de crédito e débito internacional, ou pré-pagos, sobem para 3,50%. A compra do papel-moeda sai de 1,1% para 3,5%.
Fundos de Investimento: “Esquece o que eu falei” Haddad, Fernando.
Inicialmente, os Fundos de Investimento também seriam impactos, saindo de uma alíquota de 0% para 3,5%. Mas, após fortes críticas, o governo voltou atrás. Tony Volpon, ex-diretor do BC, falou que “colocar IOF de 3,5% em todo investimento feito por brasileiros no exterior é o início do fechamento da conta de capital, isto é controle cambial.”.
Impacto na Selic: as projeções mudaram e as medidas podem ter um impacto parecido com um aumento de 0,25% a 0,50% na Selic. Ou seja, o BC pode até não precisar subir os juros na próxima reunião.
Impacto nas empresas da Bolsa: o impacto direto deve ser modesto, já que elas costumam se financiar com debêntures, que seguem isentas de IOF.
Impacto no mercado: apesar de ter sofrido após a divulgação, já recuperou todas as perdas iniciais e continuam com momentum impulsionada por fluxos estrangeiros.
M&A
Braskem estreia a 9ª temporada da novela

Quando a novela se chama “Venda da Braskem”, os capítulos seguem intermináveis. Desde 2016, o mercado acompanha especulações sobre o futuro da maior petroquímica da América Latina e já rolou negociação com holandesa LyondellBasell, com Unipar Carbocloro, com o fundo americano Apollo, com os árabes, com asiáticos...
Até agora tudo ficou no “quase”… Mas uma mudança no par romântico da Braskem promete agitar o enredo.
Quem entra em cena é Nelson Tanure, o investidor bilionário conhecido por comprar empresas problemáticas, fazer barulho no conselho e, às vezes, arrumar uns processos no caminho. Na sexta-feira, a Braskem confirmou que a atual controladora Novonor recebeu dele uma proposta pela sua fatia de 50,1%.
Como manda o roteiro dos últimos anos, a resposta foi aquele clássico: topamos, mas antes…— e os mas são bem conhecidos:
Resolver os pepinos com os bancos credores, que chegam a deter mais de R$ 15 bilhões em empréstimos lastreados em ações da Braskem. Sem a bênção deles, não tem acordo.
Pagar direitinho o acordo de acionistas com a Petrobras, sua quase-meia-irmã no controle da Braskem, que além de acionista relevante com 47%, também é a maior fornecedora da empresa.
O BTG comenta que o momento é de cautela, pois ainda não está claro se o novo acionista (aka Tanure) traria melhorias relevantes para a operação ou para a governança. O banco também diz que o timing da oferta levanta questionamentos, sendo que esse pode não ser um ponto de saída ideal para a Novonor ou seus credores
A ação da Braskem já acumula queda de -40% nos últimos 12 meses e -82% das suas máximas históricas em 2021. No pregão de ontem, embalada pelas notícias de um potencial novo dono, subiu +14% mas fechou em +4,15%.
Outro ponto de atenção: o tag along (direito dos minoritários de vender junto em caso de troca de controle) pode nem ser acionado. Isso porque Tanure entraria no acordo já existente, deixando a Novonor com uma participação minoritária – frustrando os investidores que esperavam um evento de liquidez.
Aguardamos cenas dos próximos capítulos.
MACRO | AÇÕES
Contratos Copom: B3 reduz em 100 vezes o tamanho do contrato de opções de Copom.
Bolívia: numa escassez de dólares, o Governo estrutura emissão de bonds com bancos internacionais.
Japão: o aumento das taxas do Tesouro podem impactar o mercado de carry trade.
Fundo de Pensão: dos EUA vende ações da Apple e compra Meta, AMD e McDonald’s no 1T24.
CRI/CRA: possuem novas regras que devem reduzir a emissão em até 7%.
Ibovespa B3 BR+: índice que abrange empresas brasileiras que são listadas em mercado internacional vai adicionar Mercado Livre, Vtex e Afya, chegando em 92 ativos.
Pátria: gestora, com R$26 bilhões em ativos, entra pro segmento de Shoppings após comprar unidade de FIIs da Genial.
JBS: acionista minoritários aprovam a dupla listagem, na B3 e na NYSE.
ECONOMIA
Índia: rumo ao pódio global econômico

Dez anos atrás a Índia ocupava o 10º lugar no ranking da economia mundial. De lá pra cá, o país mais populoso do mundo ligou o modo turbo e virou uma locomotiva de crescimento – com média de 6,4% ao ano no período. Agora, acaba de ultrapassar o Japão e se tornar a 4ª maior economia global com um PIB de US$ 4,187 trilhões.
O segredo? Uma mistura bem temperada de reformas estruturais, investimento pesado em infraestrutura e um combo de tecnologia + manufatura. E nada de remake da história da China ou dos Tigres Asiáticos, a Índia está criando seu próprio roteiro, mais focado em serviços do que em fábricas e chaminés.
Ainda que a indústria represente só 17,2% do PIB, há uma aposta clara para fazer esse número subir – também pelo fato de a Índia surgir como uma alternativa à China nas cadeias globais de produção.
Os números indianos são de dar inveja a qualquer empresa listada:
PIB: crescendo mais que o dobro da média mundial. Em 2023 foram 8,4%, frente aos 3,3% do mundo.
Exportações: sua participação global saiu de 2,9% para 4,3%.
Estrutura: o governo planeja investir em 80 mil km de rodovias, 8 mil km de ferrovias e mais de US$ 110 bilhões em portos.
População: superou a China com 1,428 bilhão de pessoas – e a maioria é jovem.
O país tem duas bolsas: a NSE (National Stock Exchange) e a BSE (Bombay Stock Exchange) que somam mais de 2 mil empresas listadas – com 500 valendo mais de US$ 1 bilhão. As que valem mais de US$ 10 bilhões seguem crescendo e saíram de 30 para 100 desde a pandemia.
Com o mercado acionário indiano se expandindo, mapeamos alguns ETFs que investem na Índia:
Com uma população jovem, estabilidade política e ambição de sobra, a Índia quer mais: o objetivo é passar a Alemanha e se tornar a 3ª maior economia global até 2030, coisa que o IMF acredita que acontecerá já em 2027.
P.S: A economia é grande, mas a população é maior ainda, deixando o PIB per capita do país tímido e ainda fora dos top 100 globais.
STATS DO DIA
US$ 557 bilhões
É o quanto a Índia precisa crescer no seu PIB para entrar no pódio e desbancar a Alemanha como terceira maior economia do mundo.
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