- MoneyDrop
- Posts
- 💰 A batalha das fintechs
💰 A batalha das fintechs
+ dívidas no futebol brasileiro + CEOs-founders

Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que a fusão entre Petz e Cobasi cria a maior empresa pet do Brasil... mas o seu cachorro ainda prefere o pet shop da esquina porque lá ele ganha um biscoitinho.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Inter x Nu: a batalha das fintechs
• Cobasi e Petz: os números da fusão
• Futebol: dívidas seguem bilionárias no BR
• Founders: quantos continuam como CEOs na Fortune 500?

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, depois de abrir em campo positivo, o Ibovespa terminou a sessão em queda, fechando perto da mínima do dia, mas ainda se segurando nos 137 mil pontos. Os grandes vilões foram Petrobras, caindo -2,75% (acompanhando a queda do petróleo no exterior) e o Banco de Brasil, que caiu -2,74% (ainda repercutindo o seu fraco resultado trimestral). O banco já caiu cerca de -23% desde a divulgação e ontem foi retirado da carteira de divindedos do Santander.
Lá fora, as tarifas de 50% sobre aço e alumínio passaram a vigorar e Trump voltou a falar mal de Jerome Powell – o culpando pelos números ruins do mercado de trabalho – e também cutucou Xi Jinping antes de uma chamada agendada entre os dois chefes de Estado. Nvidia vem tendo uma semana forte e, por enquanto, voltou a ser a empresa mais valiosa do mundo, com valuation de US$ 3,462 trilhões.
VISUAL
Inter x Nu: A batalha das fintechs latinas

(os valores do gráfico estão em US$)
Os resultados do 1T25 colocaram ainda mais fogo no parquinho das fintechs latinas. Nu Holdings e Inter & Co revelaram números impressionantes – impulsionados pela digitalização – e dão sinais de que a competitividade pode ficar ainda mais feroz – mesmo com o “roxinho” tendo números mais robustos.
A Nu Holdings (Nubank) reafirma sua posição como um gigante de rentabilidade. A empresa reportou um lucro líquido ajustado robusto de US$ 606,5 milhões (R$ 3,4 bi) e um ROE anualizado de 27% – tendo custo de serviço por cliente de apenas US$ 0,7 (R$ 3,95).
Número de clientes: 118,6 milhões;
Receita: R$ 18,6 bilhões
Lucro líquido: R$ 3,4 bilhões
Inadimplência +90 dias: 6,5%
Já o Inter & Co. demonstrou uma virada significativa. A empresa registrou lucro líquido recorde de R$ 307 milhões, com um ROE de 13.6%. O Inter segue apostando em sua estratégia de "superapp" para engajar sua base, diversificando receitas e fortalecendo sua posição de mercado.
Número de clientes: 37,7 milhões;
Receita: R$ 3,2 bilhões
Lucro líquido: R$ 307 milhões
Inadimplência +90 dias: 4,1%.
Uma terceira força à espreita
Se a Nu Holdings enfrenta Inter num front, do outro lado mantém os olhos abertos com o Mercado Pago, que reposicionou sua marca para ser percebido como um banco digital completo, não apenas uma carteira de pagamentos. A marca, inclusive, segue um caminho de expansão similar ao da Nu, com investimento agressivo no México.
As duas empresas também vêm aumentando os custos de aquisição e utilizando um marketing agressivo para capturar e monetizar clientes, chegando a oferecer 120% do CDI para valores de até R$10 mil.
Oportunidades à vista
O Nu virou referência em lucro e escala, sendo uma aposta premium para quem gosta de fintechs com sangue de banco e alma de startup.
O Inter ainda tem um bom chão pra crescer, se continuar afinando o superapp e aumentando a sua base de clientes
O Mercado Pago, pode ser o coringa da vez, tentando desbancar os líderes com ousadia e cashback.
Em resumo: a capacidade das empresas de manter a disciplina de custos e continuar inovando será vital. O sucesso a longo prazo dependerá da conversão do volume de clientes em receita líquida sustentável.
M&A
Superpetshop à vista: o reino animal tem novo rei

Tem novidade no reino animal. O CADE aprovou, sem restrições, a junção de coleiras da Petz com a Cobasi, formando assim uma gigante no setor com R$ 7 bilhões de receita.
Depois de uma análise mais profunda, o CADE concluiu que os pequenos pet shops ainda têm garra — e mercado. Além disso, gigantes como Petlove, Amazon, Magalu, Shopee e Mercado Livre seguem na briga. Ou seja: a concorrência continua apertando e a PetCobz (nome não oficial) não vai monopolizar o setor.
Como será essa nova “PetCobz”?
Já nasce com 494 lojas
10% do market share de produtos e 2% de serviços
Faturamento em R$ 7 bilhões por ano
Sinergias esperadas entre R$ 220-300 milhões, ou seja +50% no EBITDA
Após a fusão, acionistas da Petz vão ficar com 52,6% da empresa e os da Cobasi com 47,4%. No lado dos fundadores a coisa se inverte: Cobasi leva 43% e Petz 25% – mais 4% vão para o fundo Kinea e o resto é free float.
O CEO da empresa será Paulo Nassar, cofundador da Cobasi, enquanto Sergio Zimerman da Petz será o presidente do Conselho de Administração – formado por 4 membros indicados pela Petz e 5 pela Cobasi.
Analistas do BTG Pactual apontam que a junção pode ajudar na redução de custos e melhorar o poder de barganha com fornecedores. Mas fazem um alerta: com Amazon e Mercado Livre brigando por esse mercado, talvez não seja tão fácil aumentar margens, além de 76%.
P.S: A decisão passa a ser definitiva em 15 dias, caso não haja possíveis recursos contra a decisão.
P.S.2: A Petz, excluindo Cobasi, estava sendo negociada a 25x P/L.
MACRO/AÇÕES
Europa: inflação na zona do euro cai para 1,9% no ano.
Suíça: registrou deflação pela primeira vez em quatro anos.
Japão: fundos de ações registram maiores saídas semanais desde 2007.
Petrobras: Moody’s rebaixa perspectiva de crédito da empresa, mas manteve a nota em Ba1.
Caixa: tem lucro de R$ 4,9 bilhões no primeiro trimestre, com alta de 71,5% em um ano.
Banco Pan: aumenta especulação de OPA com o BTG.
CrowdStrike: divulgou guidance de vendas abaixo do esperado e abriu programa de recompra em US$ 1 bilhão.
BRF-Marfrig: família Fontana, fundadora da Sadia e acionista minoritária da BRF contestam a fusão.
Reddit: subiu 6,63% depois de anunciar que está processando a Anthropic por usar seu conteúdo sem permissão.
Tesla: caiu -3,55%, com dados de vendas mais fracos na Alemanha e na China.
Asana: despencou -20,47% depois de anunciar projeções bem abaixo das expectativas de Wall Street.
ECONOMIA
Futebol BR: as dívidas no contra-ataque

Em 2024, os clubes da elite do futebol brasileiro jogaram bonito no quesito arrecadação: R$ 10,2 bilhões no placar, um crescimento de 10% em relação a 2023. Mas do outro lado do campo, as dívidas avançaram mais rápido, crescendo 15,7% e alcançando R$ 13,8 bilhões.
Esses foram alguns números que a Galapagos Capital divulgou na 16° edição anual do Relatório dos Convocados das finanças do futebol brasileiro:
Receita total da Série A: R$10,2 bilhões, 10% de crescimento.
Receita com transferência de atletas: R$2,3 bilhões, 31% de crescimento.
Dívidas dos clubes da Série A: R$ 14,6 bilhões
Clubes profissionais em atividade: 690.
Folha salarial e contratações são os que mais pesam nos gastos, subindo 37% e batendo R$ 6,3 bilhões. Somando os valores com dívidas bancárias (R$ 3,81 bi), temos clubes como Corinthians e Atlético-MG pagando de juros o que Cruzeiro e Fortaleza arrecadaram. Tem mais… Impostos e acordos pendentes colocam R$ 4,96 bilhões no caldo indigesto.
Com esse combo completo, a alavancagem financeira (dívida sobre receita) saltou de 158% para 186%. Quem lidera o ranking? Atlético-MG (3,8x), seguido de Cruzeiro (3,1x), Botafogo (2,2x), Corinthians e Vasco (2,1x).
As receitas recorrentes cresceram só 4%, batendo R$ 7,9 bi. Pra fechar os R$ 10,2 bi no apito final, os clubes apelaram para um velho truque: vender jogador. Foram R$ 2,3 bi — mais de 22% da receita. Palmeiras, Flu, Corinthians e Athletico-PR puxaram a fila. Lá fora, isso representa só 10%. Aqui, virou muleta.
O ataque até vai bem, mas a zaga continua aberta. E se não fechar a defesa — leia-se: cortar gastos e organizar as dívidas — nem estádio cheio salva o placar financeiro.
STATS DO DIA
R$ 580 milhões
Ou, 7% do total da receita… É quanto o patrocínio de bets representou para o futebol brasileiro em 2024. O valor pode dobrar em 2025.
EMPRESAS
Clubinho fechado: os founders CEOs

Criar é fácil, escalar é nem tanto mas, se manter no topo, é o mais difícil. Com isso na cabeça, fica claro por que o clube dos fundadores no topo do mundo corporativo é pequeno: apenas 24 dos 500 CEOs da lista Fortune 500 de 2025 são fundadores ou cofundadores originais das empresas que comandam. Apesar de pequeno, o seleto grupo faz barulho.
Juntos, esses CEOs geraram US$ 862,9 bilhões em receita no último ano.
Embora o número de fundadores-CEOs tenha permanecido estável em relação a 2024, ele cresceu desde 2020, quando eram apenas 16. E alguns nomes icônicos saíram de cena nesse meio tempo: Jeff Bezos já não comanda a Amazon e Reed Hastings saiu da Netflix, por exemplo.
Quem continua firme no cockpit?
Mark Zuckerberg, na Meta (ex-Facebook) com US$ 164,5 bi em receita;
Elon Musk, na Tesla, guiando seu império elétrico com US$ 97,7 bi em receita;
Jensen Huang, da Nvidia: o rei dos chips, com US$ 130,5 bi em receita;
Brian Chesky, do Airbnb com US$ 11,10 bilhões.
Durante anos, a sabedoria corporativa (e acadêmica) dizia que fundadores servem pra fase da inovação, mas na hora de escalar, é melhor passar o bastão pros “profissionais”. Quer um dado? Uma pesquisa americana de 2017 concluiu que empresas com fundadores no comando eram, na média, 9,4% menos produtivas e com gestões menos eficientes.
Apenas 6% chegam ao IPO como CEO;
Desses, 60% são trocados após o IPO;
Dos 40% que ficam, metade sai em até três anos;
Em resumo: a chance de um fundador manter o cargo de CEO e o controle acionário por três anos após o IPO é de apenas 0,4%.
Apesar de mulheres serem CEOs em 11% das empresas da Fortune 500, nenhuma dessas 24 empresas lideradas por fundadores tem uma fundadora. Em 70 anos de Fortune 500, só uma já apareceu na lista – a cofundadora da Golden West Financial, que saiu do ranking em 2005.
INDIQUE O DROP
Sobrevivendo no mercado

Todas as terças e quintas, às 9h na sua caixa de entrada. Esse é o compromisso do MoneyDrop para ajudar o Brasil a entender melhor o que acontece no mercado financeiro. E se você gosta disso, que tal levar a dica para mais pessoas e ainda ganhar uns brindes? É só pegar seu link de indicação aqui e espalhar a palavra. Pode mandar pra todo mundo e avisar que aqui não vamos falar de bet como se fosse investimento.

O que você achou da edição de hoje?conta pra gente, aqui sua opinião realmente importa |
Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas. |
DROPS
Elevando o QI da internet no Brasil, uma newsletter por vez. Nós filtramos tudo de mais importante e relevante que aconteceu no mercado para te entregar uma dieta de informação saudável, rápida e inteligente, diretamente no seu inbox. Dê tchau as assinaturas pagas, banners indesejados, pop-ups intrometidos. É free e forever will be.
Reply