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💰 A aposentadoria de Buffett
+ Cogna & Yduqs + os 100 dias de Trump + Skechers

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Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que nos primeiros 100 dias sob o comando de Donald Trump, a bolsa americana perdeu o equivalente a um Ibovespa inteiro a cada 10 dias, totalizando US$ 6,5 trilhões que evaporaram do mercado.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Berkshire Hathaway: earnings e aposentadoria de Buffett
• Cogna & Yduqs: a terceira tentativa de fusão
• Trump: o saldos dos primeiros 100 dias
• 3G Capital: fundo brasileiro compra Skechers
MoneyDropped by: Igor Chede Collaço, Renan Hamann e Matheus Novaes

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, teremos uma semana agitada, repleta de divulgação de resultados corporativos, dados da inflação IPCA de Abril e reunião do Copom para definição da taxa de juros Selic. Já a Petrobras atingiu seu menor valor no ano – resultado do preço do petróleo e do aumento da produção da OPEC+ –, colocando mais pressão sobre o Ibovespa.
Lá fora, até sexta-feira passada, o S&P tinha subido por 9 dias seguido, sendo essa a maior sequência de pregões positivos nos últimos 21 anos, mas ainda assim permanece negativo no acumulado do ano. Os resultados corporativos, principalmente do setor Tech, ajudaram a sustentar e impulsionar os índices nessa última subida. Até agora, das 357 empresas do S&P 500 que já divulgaram resultados, 76% superaram as estimativas de lucro — com uma média de 8,7%, segundo dados da Bloomberg. Amanhã temos reunião do FOMC e a expectativa é pela manutenção da taxa de juros.
EARNINGS
Oráculo de Omaha: uma despedida e tanto

O TechDrop começou a semana contando sobre a aposentadoria do lendário boss da Berkshire Hathaway: Warren Buffett planeja deixar o comando da empresa que governou por quase seis décadas. Com o estádio lotado com +40k investidores, ele apresentou os resultados do Q1 de 2025 e a surpresa da queda nos lucros quase competiu com a surpresa do adeus.
Buffett nasceu no lugar certo, na hora certa: EUA, anos 1930. Em outro contexto, talvez fosse fazendeiro — mas deu match com Wall Street e ainda teve aula com Benjamin Graham. Sob seu comando, a Berkshire rendeu 19,9% ao ano — quase o dobro do S&P 500 — e virou referência global em alocação de capital e ética nos negócios.
Os números do trimestre revelam um cenário desafiador:
Lucro líquido: US$ 4,6 bi (vs. US$ 12,7 bi em 1T24)
Lucro operacional: US$ 9,64 bi (queda de 14%)
Lucro por ação Classe A: US$ 3.200 (vs. US$ 8.825 em 1T24)
Lucro por ação Classe B: US$ 2,13 (vs. US$ 5,88 em 1T24)
Legado vs Mudança
Quem assume a Berkshire Hathaway para enfrentar os desafios do futuro é Greg Abel, que precisa equilibrar a continuidade da cultura Berkshire com a ousadia para inovar em um cenário de juros altos, desafios regulatórios e competição global. Spoiler: não é fácil superar os resultados anteriores. Desde 1964, a Berkshire Hathaway entregou:
Retorno acumulado
Buffett: 5.502.284%
S&P 500: 39.054%
Taxa de Crescimento anual:
Buffett: 19,9%
S&P 500: 10,4%
Abel certamente não será outro Buffett – até porque o perfil de alguém que transformou uma tecelagem quebrada na 8ª maior empresa dos EUA (US$ 1,2 tri de valor) é impossível de replicar.
Mesmo após a transição, Buffett garantiu que permanecerá como conselheiro informal e que não venderá nenhuma de suas ações, reforçando sua confiança no futuro da empresa.
O mercado, agora, observa atento. Afinal de contas, é a primeira vez que a Berkshire se vê sem seu oráculo em décadas – e a primeira vez que a imensa maioria dos analistas vê o mercado sem ele também.
P.S: As ações da Berkshire caíram -5,13% ontem.
EDUCAÇÃO
Um casório educacional: Cogna <> Yduqs

No meio da ressaca generalizada do mercado, duas ações resolveram dançar fora do ritmo da queda: COGN3 (+8,81%) e YDUQ3 (+2,13%), os dois maiores conglomerados educacionais do Brasil. O motivo é mais uma tentativa de fusão entre elas.
Primeira tentativa: Em 2017, o CADE barrou a fusão entre Kroton e Estácio (hoje Cogna e Yduqs) por medo de concentração no EAD — juntas, elas tinham 40% do mercado. Mas o cenário mudou: o MEC flexibilizou regras, a concorrência cresceu e essa fatia caiu para 25%.
Segunda tentativa: Em 2024, as conversas voltaram, mas travaram de novo. A Cogna queria incluir educação básica no pacote; a Yduqs não topou.
2025: a Terceira Tentativa
Para o Bradesco BBI e para o BTG, as chances de isso acontecer agora são maiores, principalmente porque os valuations estão mais equilibrados. Se antes a Cogna negociava com prêmio, hoje ambas estão na faixa de 4,5x EV/EBITDA.
As projeções são que neste primeiro trimestre as duas empresas entreguem bons resultados: com destaque para o fluxo de caixa livre, que deve ficar em R$ 155 mi na Cogna e R$ 218 na Yduqs. Os reports oficiais saem nos próximos dias.
Os analistas do BTG dizem que, se sair, o casamento não deve ter dote para nenhum lado – ou seja, sem prêmio de valuation pra ninguém. Outra análise é de que a empresa formada vai atuar mais como uma formadora de preços do que tomadora.
Mas apesar do save the date, nem tudo são flores nessa festa. O setor ainda possui dificuldades estruturais: excesso de oferta, ticket médio abaixo da inflação e indefinições regulatórias no EAD. O que sabemos é que se a fusão se concretizar, o mercado todo vai ser abalado.
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MACRO
Desemprego: aqui no Brasil volta a subir e chega a 7%, mas ainda é a menor taxa para o primeiro trimestre desde 2012.
Tabaco: Brasil deve exportar mais de US$ 3 bilhões em 2025, aumento acima de 10%.
Inflação: na Zona do Euro manteve-se estável em 2,2%.
Boletim Focus: reduz projeções da Selic para 14,75% ao fim de 2025.
Payroll: adiciona 177 mil novas vagas, acima das 138 mil novas vagas esperadas.
OPEC+: vai estender a produção adicional de 411 mil barris para este mês também.
EUA
Os 100 dias de Trump

Resumo dos 100 dias de Trump II: em janeiro os EUA viam um presidente recém-eleito, herdeiro de uma economia em alta e um mercado eufórico. Um mês após a posse, o S&P 500 batia recordes. Corta para abril: entra em cena uma enxurrada de tarifas. A festa virou caos e em dois dias, o S&P caiu mais de 10%.
A tradição de marcar os 100 primeiros dias de governo começou com Franklin Roosevelt, quando criou o programa New Deal para lidar com os efeitos da crise de 1929.
Durante esses meses, Trump virou máquina de assinar papeis: 220 ordens executivas — maior marca da história. E não foi só esse número que colocou Trump II no livro dos recordes:
Pior início de um mandato presidencial desde 1974;
Dos 70 dias de pregões, 32 foram de quedas;
As empresas americanas perderam US$ 6,5 trilhões em valor de mercado;
Índices de aprovação variando entre 39% e 41%, o menor patamar nos últimos 70 anos.
Apesar desses números, o próprio Trump discursou afirmando que esses foram os “100 dias mais bem-sucedidos de qualquer governo na história do país”.
E tem mais tarifa…
Junto com as falas, o anúncio de mais taxas: 100% de tarifas para filmes produzidos fora dos EUA. O objetivo é reverter o cenário atual: por incentivos fiscais de outros países a produção de filmes nos EUA caiu 40% na última década.
Wall Street assistiu isso comprando pipoca e vendendo as ações – o desempenho delas reflete isso:
Warner Bros. Discovery: -1,99%
Netflix: -1,94%
Paramount: -1,53%
Cinemark:-1,72%
AMC: - 1,49%.
P.S: 8 gráficos que ajudam a entender os primeiros 100 dias de Trump.
M&A
No passinho com a 3G Capital e Skechers

No recreio dominado por Nike e Adidas, a 3G Capital entrou na quadra com um novo nome: Skechers. O grupo brasileiro — dono de AB InBev e Burger King — fez uma oferta de US$ 9,43 bi para fechar o capital da marca.
Com US$ 9 bi em vendas anuais, a Skechers ainda está longe das líderes (Nike fatura US$ 51 bi, Adidas US$ 27 bi). Mas joga outro jogo: enquanto as gigantes correm por performance, ela aposta no conforto — tipo um travesseiro da NASA que combina com jeans. Vamos aos detalhes do negócio:
US$ 63 por ação, em dinheiro;
Prêmio de 30% sobre a média ponderada por volume das ações nos últimos 15 dias;
3G fica com 80% da empresa e a família fundadora com 20%.
O CEO, Robert Greenberg, continua firme no comando (sem mudar o DNA comfy da marca).
Quando a negociação for finalizada – o que deve acontecer no terceiro trimestre deste ano – a 3G Capital terá em seu portfólio uma marca com 5 mil lojas ao redor do mundo. Somando isso à manutenção da gestão, ela parece mais do que pronta para entrar em um mercado que cresce 7% ao ano.
P.S: As ações da Skechers subiram 24,35% desde o anúncio.
AÇÕES
GPA: reduz prejuízo no 1T’25 para R$ 169 milhões.
Banco da Amazônia: comprou R$ 40 milhões em títulos sem garantia do Banco Master.
BB Seguridade: tem lucro de R$ 2 bilhões no 1T’25, com alta de 8,3%.
Bradesco: capta R$ 215 milhões para tese de special situations.
Prio: passa a ser a quarta maior petroleira do país, após a compra de uma fatia do Campo de Peregrino, na Bacia do Campos.
Magazine Luiza: faz captação de R$ 130 milhões para investir em tecnologia.
STATS DO DIA
O número de empresas citando “Tarifas” nas suas conferências de resultados bateu o maior número nos últimos 10 anos, com 259. O recorde anterior era de 185, que ocorreu no 2T’18.
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