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💰 A rodada série USA na Intel
+ duelo na energia + possível corte de juros

Bom dia Droppers.
Pensei no chuveiro: que reconhecer erro no mercado é como admitir pênalti cometido: não muda o placar, mas evita cartão vermelho da teimosia.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Taesa x ISA Energia: comparativo do trimestre
• EUA: o corte de juros no horizonte
• Squadra: entre dribles e tropeços
• Rodada USA: o governo americano nas empresas

GIRO PELO MERCADO

Por aqui, o dia foi de “ressaca” depois da forte alta de sexta-feira, com o Ibovespa operando na estabilidade (em alta de 0,04%). Só não foi melhor pois o Banco do Brasil pressionou com queda de -2,20%. Hoje vamos ter a divulgação do IPCA-15, que tem como consenso a queda mensal de -0,20% (deflação), após a pesquisa do Focus mostrar nova queda das projeções para a inflação neste ano.
Lá fora, o mercado deu uma respirada depois de se empolgar na última sexta com o discurso de Jerome Powell. Na sexta, os índices tiveram a sua melhor performance diária desde maio. Outro grande evento que pode mudar ou alimentar o humor dos investidores é o resultado trimestral da Nvidia, que será divulgado amanhã. Ontem à noite Trump demitiu, com efeito imediato, a diretora do Fed Lisa Cook. O Bitcoin caiu para o menor nível das últimas 6 semanas
VISUAL
Taesa x ISA Energia

Imagine o segmento de transmissão de energia como uma estrada muito segura: tem contratos de 30 anos – reajustados todo ano pela inflação. É como ter um pedágio numa estrada em que nunca faltam carros! Essa previsibilidade faz as empresas do setor serem as queridinhas dos dividendos.
O setor elétrico funciona como uma corrente. Primeiro, a geração: usinas que transformam água, vento, sol ou gás em energia. Depois vem a transmissão, tipo uma rodovia de alta tensão que cruza milhares de quilômetros. Por fim, a distribuição – a entrega final, direto na sua casa. Tudo conectado.
Entre as transmissoras, as duas principais do ringue são:
Taesa tem 44 concessões em 18 estados e 15 mil km de linhas – com contratos que ainda têm em média 14 anos pela frente. Desde 2006 já botou R$ 13 bi em investimentos e devolveu R$ 15 bi em dividendos. Agora acelera nos aportes, mas com um preço: a alavancagem subiu e a dívida líquida/Ebitda já bate 4,1x
ISA Energia é uma gigante dona de 30% de toda a energia transmitida do país, e 95% do estado de São Paulo: São 35 concessões, também em 18 estados, com 31 mil km de circuitos, contratos com 21 anos em média e uma alavancagem mais controlada, em 3,5x. Assim como Taesa, a empresa também se encontra na fase de investimentos, principalmente para compensar o fim da receita proveniente das indenizações da Aneel, que acabam em 2028.
No fim das contas, Taesa e ISA jogam no mesmo campo: receita previsível, contratos longos e dividendos gordos. Mas o jogo agora não é só distribuir, é crescer – e pra isso ambas estão pisando no acelerador dos investimentos.
A diferença está no fôlego: a Taesa vai mais agressiva e alavancada, enquanto a ISA prefere jogar no controle, mas vê seus investimentos aumentarem também. O investidor, claro, adora a previsibilidade da estrada…
EUA
O corte de juros no horizonte dos EUA

Parecia um show da Taylor Swift: plateia aplaudindo de pé e empolgação geral. Mas essa plateia era formada por banqueiros, CEOs e investidores, que ouviam o chefão do Fed (Jerome Powell) subir ao palco de Jackson Hole para dar sinais de que os EUA podem cortar juros em setembro.
O recado veio em economês: “Com a política em território restritivo, talvez seja hora de ajustar a postura”. O que o mercado ouviu? Que o Fed pode cortar juros e já tratou de dançar no ritmo: as bolsas americanas tiveram seu melhor desempenho desde maio e o Ibovespa com a melhor performance diária desde abril.
Mas o que fez Powell trocar de playlist?
Emprego em compasso estranho: desemprego segue baixo, mas as contratações desaceleraram. Segundo ele, o aperto na imigração pode estar bagunçando esse equilíbrio.
Inflação com remix inesperado: preços subiram 2,7% (acima da meta de 2%), mas Powell disse que parte disso pode ser efeito passageiro de tarifas.
Mercados afinados: com isso, investidores já apostam em 85% de chance de corte de juros na próxima reunião do Fed, contra 75% antes do discurso.
Enquanto Trump joga pressão política nos bastidores, Powell tenta segurar a batata-quente. No meio do show, Powell deixou claro que o Fed não dança conforme o ritmo da política: “As decisões serão baseadas nos dados, nunca na pressão política.” Drop the Mic.
Se a tesoura nos juros realmente vier em setembro, pode ser o início de uma temporada mais suave para a economia americana. E, por tabela, para o resto do mundo. Afinal, quando o Fed muda a batida, ninguém fica parado na pista… investidores ganham fôlego, empresas respiram melhor e o crédito fica mais barato.
MACRO/AÇÕES
Tarifas: podem reduzir o déficit americano em US$ 4 trilhões.
Famílias: comprometimento do orçamento com os juros é quase o triplo da média das nações desenvolvidas.
Clubes de Futebol: levaram R$1,8 bilhão em patrocínio de empresas de cripto.
Fundos: Constellation, de Florian Bartunek, faz fusão com a Aster e patrimônio combinado atinge a casa dos R$ 3 bilhões.
FED: Trump anuncia demissão da diretora Lisa Cook, com efeito imediato.
Dividendos:
Light: amplia investimentos para evitar roubos de cabos elétricos.
BNDES: registra lucro de R$ 13,3 bilhões e se torna o segundo banco mais lucrativo do país.
GPA: família Coelho Diniz eleva participação para 24,6%.
Puma: subiu 15% com notícias de que os sócios tentam vender a marca.
Figma: após o forte período pós-IPO, caiu -8,93% com recomendações dos analistas mudando para “neutra”.
Americanas: Conselho de Administração elege novo diretor-presidente.
PetroChina: lucro líquido cai 5,4% no semestre, indo para US$ 11,7 bilhões.
GESTORAS
Squadra: entre dribles e tropeços

Se a Bolsa fosse futebol, a Squadra seria o técnico ousado: confia nos veteranos, testa promessas e admite erros. Na carta semestral, mostrou seu esquema: foco em energia e petróleo, correções de rota e elogios a companhias que brilharam em recompras de ações.
Hoje, 26% dos R$ 18 bi sob gestão estão em distribuidoras de energia como Equatorial e Energisa – a maior alocação no setor na história da gestora. Logo atrás vem o setor financeiro (com Inter e Stone no radar) e shoppings (de Multiplan e Iguatemi) ocupando o “meio de campo”.
Destaques do portfólio:
Energia: Equatorial e Energisa seguem titulares absolutas.
Petróleo: PRIO, dona do campo Peregrino, virou aposta transformacional.
Shoppings: Multiplan e Iguatemi negociam a valuations “de crise”.
Financeiro: Inter e Stone seguem como nomes fortes.
Nem tudo, óbvio, foram vitórias. Na carta a Squadra reconheceu erros em Rumo e Hapvida: na primeira, superestimou tarifas de frete e subestimou riscos. Na segunda, pagou caro demais e sofreu com as dores de integração nas aquisições. Ainda assim, a gestora reforçou a posição de Hapvida, acreditando em melhora operacional e valuations mais atraentes.
E teve elogios também para quem, segundo eles, fez golaço: Stone e Multiplan entraram em campo com recompras agressivas, aumentando o valor para quem ficou. A Stone recomprou 13,5% do capital em um ano; a Multiplan, 16%.
No fim, a lição é clara: mesmo com tropeços, a Squadra segue confiante no Brasil. Para a gestora, consistência e paciência são armas poderosas – reconhecer falhas e reforçar acertos pode ser a diferença entre brigar contra o rebaixamento ou levantar taça.
INVESTIMENTOS
Intel: a rodada Series USA

Um novo round para entrar no glossário dos investidores: Series USA. O governo dos EUA decidiu que também quer imprimir chips e, na sexta-feira, a Casa Branca se tornou acionista de 10% da Intel. Não exatamente como convidado VIP, mas como aquele parente que chega sem avisar e pede a senha do Wi-Fi.
No papel, são US$ 8,9 bi em ações: US$ 5,7 bi do CHIPS Act e US$ 3,2 bi do Secure Enclave. Mas com desconto de US$ 4 abaixo do mercado, quem paga a conta são os acionistas, diluídos no processo.
Pra Intel, foi água no deserto: perdeu espaço para Nvidia e TSMC, adiou a megafábrica de Ohio para 2030 e fechou 2024 com prejuízo de US$ 18,8 bi — o primeiro desde 1986. O último caixa positivo veio em 2021.
Pra Trump, é só o primeiro round: em fevereiro ele criou um fundo soberano nos moldes da Noruega (US$ 1,8 tri). Desde então, o governo já entrou na mineradora de terras-raras MP Materials e ampliou setores de atuação.
A Intel avisou que o novo sócio pode virar dor de cabeça internacional. Motivo: 76% da receita vem de fora dos EUA (só a China responde por 29%). Ter Washington como dono pode assustar parceiros, atrair regulações extras e até cortar apoios futuros de outros governos. No acordo, se a Intel perder o controle da própria área de produção, o governo pode comprar mais 5% da empresa.
Em linguagem corporativa: menos liberdade para negócios e mais burocracia. Em linguagem de bar: a festa azeda quando o dono acende a luz. O timing também pesa – o acordo saiu dias após Trump exigir a saída do CEO Lip-Bu Tan por laços com companhias chinesas.
O Tio Sam virou sócio de empresas privadas, sem cadeira no board, mas com ações na mão. Resta saber se isso vai ser positivo ou não. Porque se um fundo soberano americano decolar, a briga não será só com a China ou com outros países… será também pra decidir quem manda mais: Wall Street ou a Casa Branca.
STATS DO DIA
35,85%
Foi a alta ontem da SUPX (SuperX AI Technology Limited), de infraestrutura para IA. A ação já está 1.457,82% acima da mínima das últimas 52 semanas!
Como descobrimos isso? Perguntando pro WarrenAI sobre as principais movimentações do dia. Esse e outros recursos você encontra no Investing Pro – e com cupom DROPSPRO a assinatura sai com 65% de desconto. Acesse aqui.
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